Praça Sáenz Peña
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A Praça Sáenz Peña é o principal centro comercial e social do bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
[editar] História
Na década de 1820, a Tijuca era um arrabalde rural, marcado pela presença de chácaras particulares e fazendas de café. Nas proximidades do que hoje é a Praça Saëns Peña se instalou uma fábrica de chitas - na verdade uma estamparia que manufaturava tecidos indianos - considerada uma das primeiras indústrias do Brasil. Próximo da Fábrica existia o Largo da Fábrica, localizado num entroncamento de dois caminhos: o Caminho do Andarahy Pequeno, hoje Rua Conde de Bonfim e a Travessa do Andarahy, que atravessava os terrenos das propriedades do Barão de Bonfim, de D. Isabel Martins e de D. Maria Bibiana de Araújo. A Rua da Fábrica das Chitas é atualmente a rua Desembargador Isidro.
Ao longo do século XIX a Tijuca foi se tornando um bairro de veraneio da aristocracia carioca. O imperador D. Pedro II lá costumava passar algumas temporadas em casas de amigos.
A partir de 1911, o velho Largo da Fábrica das Chitas, foi rebatizado como Praça Sáenz Peña, em homenagem aos ex-presidentes argentinos Luis e Roque Sáenz Peña, que governaram entre 1892 e 1895 e 1910 e 1914 respectivamente. Inaugurada pelo prefeito do então Distrito Federal, Bento Ribeiro, a praça ganhou então seu primeiro projeto paisagístico, de inspiração francesa.
- Cinelândia tijucana
A partir de 1920 a Sáenz Peña se tornaria um centro de entretenimento, com a maior concentração de cinemas da cidade, superando até mesmo a Cinelândia. As principais salas de cinema eram a Tijuquinha; o Cine América; Carioca; Olinda (o maior cinema do Rio de Janeiro) e Metro Tijuca. Nos anos 50 foram instalados o Cine Eskie, o Art-Palácio e o Britânica. Entre as décadas de 1970 e 1980 as salas tijucanas foram fechando. Atualmente a Praça Saëns Peña não possui mais nenhuma.
O cinema mais famoso da Praça Saens Peña talvez tenha sido o Cine Metro Tijuca, com sua fachada tipicamente americana, atraía apaixonados pela telona de vários lugares da cidade. O Metro foi fechado em 1976, para a construção da loja C&A, existente até hoje no local - no terceiro piso da loja, encontram-se diversas fotos antigas do cinema e da praça.
Na primeira metade do século XX a Saëns Peña tinha aos domingos uma apresentação de banda marcial no coreto que havia em seu centro e que deu lugar ao lago, construído em finais dos anos 40. Havia também um teatro de fantoches para crianças. Além dos cinemas, a grande atração era o Café Palheta, que existiu até os primeiros anos do século XXI.
Em 1976 foram inicadas as obras de construção da Estação Sáenz Peña do Metrô. Por um largo período a praça esteve fechada e transformada num enorme buraco. Nos anos 90 a praça foi novamente interditada, desta vez para uma intervenção paisagística que ampliou o lago, trocou o calçamento (saíram as pedras portuguesas e entraram os blocos de concreto colorido), rearranjou a posição dos brinquedos e mobiliário urbano e instalou um local coberto para jogos de mesa. A praça ganhou também grades e portões. A estátua em bronze do rádioginasta Osvaldo Diniz Magalhães, morador da Tijuca e que encontra-se na Praça desde os anos 50 foi recolocada num canto próximo à rua Carlos de Vasconcelos.
[editar] Arquitetura
O entorno da Sáenz Peña foi marcado pelas construções em estilo art déco, muito em voga a partir dos anos 30. Os prédios dos antigos cinemas Carioca (atualmente templo da Igreja Universal do Reino de Deus) e América (atualmente uma drogaria) nas esquinas da rua Major Ávila (Rua das Flores) são exemplos deste período. A partir dos anos 50 começaram a surgir os edifícios comerciais e residenciais em estilo modernista, marcados pela influência de Oscar Niemeyer. Um único remanescente do estilo eclético vigente no início do século XX é o prédio da antiga Casa Granado, inaugurado antes da década de 1920.
[editar] Comércio
Após a decadência dos cinemas, a Praça Sáenz Peña adquiriu uma grande concentração de drogarias e ópticas. No terreno do antigo Cine Olinda foi erguido no final dos anos 70 o Shopping 45, com dezenas de lojas, em sua maioria de vestuário e alimentação. Durante os fins de semana realiza-se a "feirinha de artesanato", com centenas de barracas que vendem artigos de vestuário, decoração e pequenos presentes.