Pedagogia espírita
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A pedagogia espírita tem origem na tradição ocidental, que vem desde Sócrates e Platão, passando por Comenius, Rousseau, Pestalozzi, antecessores diretos de seu sistematizador, o pedagogo francês Allan Kardec, que solidificou esses princípios, evidenciando a existência do espírito e as suas múltiplas vidas.
Entretanto, foi no Brasil que a pedagogia espírita nasceu com este nome, com suas práticas e propostas. A primeira escola espírita foi o Colégio Allan Kardec, em Sacramento (MG), fundada e dirigida pelo educador Eurípedes Barsanulfo. Esta escola pode até hoje ser fonte de inspiração, dada a originalidade e a vanguarda de suas práticas. A Pedagogia Espírita tem como principais teóricos e defensores o filósofo José Herculano Pires e Dora Incontri, Pós Doutora em Filosofia da Educação.
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[editar] Fundamentos
- Somos seres interexistenciais - temos uma dimensão espiritual;
- A criança é um ser reencarnado;
- A vida é um aprendizado permanente, rumo à perfeição;
- O objetivo da existência é o desabrochar dos germens divinos da alma;
- O processo de educação é sempre um processo de auto-educação;
- A função do Educador é despertar o impulso de auto-educação do educando. Essa relação pedagógica, de ajudar o progresso do outro, sem imposição pode se dar em qualquer relação, entre dois seres humanos.
[editar] Princípios
Pode-se reunir numa tríade os princípios da Pedagogia Espírita:
- A pedagogia da liberdade: em qualquer processo pedagógico, estamos lidando com um ser livre, que deve aderir voluntariamente ao convite de evolução que lhe propomos.
- A pedagogia da ação: o indivíduo só aprende, agindo, experimentando, ensaiando (inclusive errando). É na ação que o ser desenvolve suas potencialidades.
- A pedagogia do amor: o que deflagra o processo evolutivo é a lei do amor, presente em todas as criaturas. A relação pedagógica deve ser de amor, pois só o amor toca as fibras divinas da alma e desperta a vontade de evolução.
[editar] O que a Pedagogia Espírita não é
A Pedagogia Espírita não é catecismo espírita. Não se trata de fazer proselitismo, pois deve ser uma pedagogia aplicável a qualquer ser humano, de qualquer tendência filosófica e religiosa. Kardec sempre alertou para a necessidade de respeito à liberdade de consciência. Pode-se usar os princípios da Pedagogia Espírita para ensinar o conteúdo espírita para aqueles que o desejarem, mas não indistintamente, a qualquer um. Nesse sentido, a Pedagogia Espírita deve trabalhar com o ensino inter-religioso, contextualizando o educando em todas as religiões e doutrinas filosóficas existentes.
Não é prática de educação tradicional, com uma aula de espiritismo por semana. É uma nova abordagem de educação humana.
A Pedagogia Espírita não é um movimento sectário, autoritário e centralizado numa pessoa ou instituição. Todos podem se embeber de seus princípios e praticá-los livremente. Ninguém tem o monopólio da idéia.
[editar] Bibliografia
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- INCONTRI, Dora. Pedagogia Espírita, um projeto brasileiro e suas raízes. Bragança Paulista, Comenius, 2004.
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- VINICIUS (Pedro de Camargo). O Mestre na educação. Rio de Janeiro, FEB, 1991.