Nelson Carneiro
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Nelson de Sousa Carneiro (Salvador, 8 de abril de 1910 — Niterói, 6 de fevereiro de 1996) foi um político e jornalista brasileiro, ficou conhecido pela defesa da causa do divórcio, aprovada no ano de 1977.
[editar] Vida política na Bahia
Nascido em Salvador, filho de Antônio Joaquim de Sousa Carneiro e de Laura Coelho de Sousa Carneiro, formou-se em 1932 na Faculdade de Direito da Bahia. Começou sua vida política ainda na universidade, quando começou a trabalhar em O Jornal, ligado à oposição democrática na Bahia. Em 1932, foi preso por ter apoiado a revolução constitucionalista contra Getúlio Vargas, cumprindo pena na capital do país.
Em 1945, com a redemocratização, filiou à UDN, pela qual disputou uma vaga na Assembléia Constituinte, ficando apenas na suplência. Mas assumiu como deputado federal em 1947, e foi reeleito em 1950.
Desde o início do seu mandato, destacou-se em projetos que permitissem a anulação legal do casamento legal e a equiparação dos direitos dos filhos fora do casamento. O projeto do divórcio (apresentado em 1951) foi frontalmente combatido pela Igreja católica, o que levou o projeto a demorar 26 anos para ser aprovado pelo Congresso.
[editar] Vida política no Rio de Janeiro
Em 1958, transferindo-se para o Rio de Janeiro, Nelson Carneiro concorreu às eleições por aquela unidade da federação (então Distrito Federal), sendo novamente eleito deputado pelo PL (e reeleito em 1962).
Em 1961, com a crise iniciada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, foi Nelson Carneiro que propôs, relatou e conduziu a votação da emenda que instituiu o parlamentarismo no Brasil, para permitir a posse do vice-presidente João Goulart. Após a instituição do bipartidarismo, filiou-se ao MDB, pelo qual reelegeu-se deputado federal em 1966 e senador em 1970, representando o estado da Guanabara (e, após 1975, o estado unificado do Rio de Janeiro).
Em 28 de junho de 1977, Nelson Carneiro finalmente obteve a aprovação da lei 6515/77, que instituiu o divórcio no Brasil.
Reeleito para o Senado em 1978, Nelson Carneiro não seguiu a orientação do governador da Guanabara, Chagas Freitas (que fundou o PP no estado), e filiou-se ao PMDB.
Em 1986, tentou disputar a sucessão para o governo estadual, mas foi derrotado na convenção do partido por Wellington Moreira Franco, o que o obrigou a disputar seu terceiro mandato como senador, conquistado naquele mesmo ano.
Foi presidente do Senado em 1989. No ano seguinte, foi lançado candidato do PMDB ao governo do Rio de Janeiro, sendo derrotado por Leonel Brizola.
Em 1994, deixou a política. Faleceu dois anos depois, vítima de parada cardíaca.
Viúvo, casou-se com Maria Luísa Monteza de Sousa Carneiro, natural do Peru, com quem teve uma filha, Laura Carneiro. Divorciado, veio a casar-se com Carmem Periu Casagrande de Sousa Carneiro.
