Mente
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Mente é a definição que damos ao estado da nossa consciência ou subconsciência relativo ao conjunto de pensamentos gerados pelo cérebro humano. 'Mente' é o termo mais comumente utilizado para descrever as funções superiores do cérebro humano, particularmente aquelas das quais os seres humanos são conscientes, tais como o pensamento, a razão, a memória, a inteligência e a emoção. O termo também descreve a personalidade.
O termo costuma ser utilizado para designar capacidades humanas, mas estudos vem mostrando que outros animais, tais como os primatas, têm a capacidade de pensar (têm atitudes proposicionais).
O termo também é empregado para designar capacidades de seres sobrenaturais, como na expressão "A mente de Deus".
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[editar] A natureza da mente
Grosso modo, há três posições sobre a natureza da mente. Os dualistas defendem a tese da distinção entre mente e corpo. Os monistas defendem a tese da identidade entre mente e corpo. Os epifenomenalistas defendem a tese da superveniência da mente sobre o corpo.
[editar] Dualismo
De acordo com o dualismo, a mente é uma substância distinta do corpo. Entre os defensores do dualismo encontramos os filósofos René Descartes e John Locke.
No dualismo, o conceito de mente pode ser aproximado ao conceitos de intelecto, de pensamento, de entendimento, de espírito e de alma do ser humano.
René Descartes propós o dualismo das substâncias (que seriam uma entre duas coisas: res cogitans ou res extensa). Para ele o espírito e o corpo seriam nitidamente distintos. Espírito e matéria constituiriam dois mundos irredutíveis, assim não seriam nunca uma substância só, mas sempre duas substâncias distintas. Espírito seria do mundo do pensamento, da liberdade e da atividade; e matéria seria do mundo da extensão, do determinismo e da passividade.
O dualismo metafísico cartesiano deixou como herança à posteridade uma série de problemas graves. Por exemplo, como explicar inter-relações entre as substâncias tão heterogêneas entre si. Para ele, somente em deus elas poderiam ser reunidas e formar uma só substância. Corpo e alma seriam substâncias finitas que de deus proviriam, isso é, seriam fruto de um ser de substância infinita. Como uma substância finita poderia derivar de uma substância infinita ? E ainda por analogia, somente no ser humano se encontrariam, com se almagamadas, a alma e o corpo, que ao sentido parecem quase indistintas e não separadas. Mas Descartes não considera verossímel algo apreendido dos sentidos.
O espírito (com seu pensamento e o intelecto) estaria para o corpo assim como a mente estaria para a alma. Assim a mente seria aquilo que do espírito parece distinto mas realmente não é distinto, continua sendo res cogitans. A dualidade espírito-mente seria uma falsa dualidade, seguindo o pensamento de Descartes. Somente a mente pareceria distinta porque apresenta-se quase estática, já que é reflexiva, por sinal, quase palpável; enquanto o espírito aparece aos sentidos como ativo, criativo, mutável etc. Enquanto o espírito seria o ativo da substância res cogitans, a mente seria seu ângulo potencial, aquilo que o pensamento tem de ponderável, como um pensamento que se adensa ou se aprofunda em um assunto, talvez o subjetivo do pensamento. A mente seria ao sentido como um imponderável que seria mensurável.
Uma outra analogia seria pensar no corpo saudável que seria a condição para a manifestação do espírito vibrante. Assim também, a alma já salva seria a condição suficiente desta se manifestar espiritual(mente). Sem que esse modo ou maneira (mente também remete a modo, por exemplo, rapida.mente, lenta.mente) possa ser confundida com alguma medida ou limite do espírito.
[editar] Monismo
De acordo com o monismo, mente e corpo são uma e a mesma coisa. Há dois tipos de monismo, o monismo que reduz o corpo à mente e o monismo que reduz a mente ao corpo.
O monismo que reduz o corpo à mente é conhecido como imaterialismo, e foi defendido por George Berkeley e pelos behavioristas.
O monismo que reduz a mente ao corpo é conhecido como materialismo, e foi e continua sendo defendido por diversos filósofos, psicólogos e cientistas cognitivos.
Para o behaviorismo radical, a mente não é levada em consideração já que nunca foi comprovada sua existência e já que não se sabe aonde esta se localiza, além de outras razões.
[editar] Epifenomenalismo
De acordo com o epifenomenalismo, há uma única coisa, o corpo, e a mente é algo que sobrevém ao corpo.
O monismo anômalo do filósofo Donald Davidson é considerado um tipo de epifenomenalismo.
[editar] Regras mentais
Grosso modo, há duas posições sobre o tipo de regra que rege os fenômenos mentais. De acordo com os naturalistas, a mente segue estritamente as leis da natureza. De acordo com os normativistas, a mente segue regras racionais distintas das leis naturais.
[editar] Naturalismo
Segundo o naturalismo, as leis naturais são tudo o que precisamos para explicar os fenômenos mentais. Tal posição reduz os fenômenos mentais aos fenômenos biológicos, os quais, por sua vez, são reduzidos aos fenômenos físicos.
O naturalismo é bastante popular entre psicólogos e cientistas. Marcel Mauss e (provavelmente) Sigmund Freud são naturalistas.
[editar] Normativismo
Segundo os defensores da normatividade, os fenômenos mentais do tipo racionais não podem ser explicados pelas leis naturais.
Atualmente, o normativismo tem ganhado popularidade entre os filósofos. John McDowell defende, seguindo Wilfrid Sellars, a distinção entre o espaço lógico das razões, típico da racionalidade, e o espaço lógico das leis, típico da natureza.
[editar] Mente e cibernética
A identificação da mente com o sistema nervoso central e sua função conduz a uma visão cibernética (de governança) para a mente. Nesse caso, a mente seria a divisão gestora na formação do ser, definida como uma estrutura bioeletrônica e altamente complexa composta de informações para auto-aplicação, com organização sistêmica que capacita o homem na autonomia para dirigir a própria existência no tempo e resolver a si mesmo no espaço.