Manitoba
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Lema: Gloriosus et Liber (do latim: Gloriosa e Livre) | |||
Outras províncias e territórios do Canadá | |||
Capital | Winnipeg | ||
Maior cidade | Winnipeg | ||
Tenente-Governador | John Havard | ||
Governador | Gary Doer (NDP) | ||
Línguas oficiais | Inglês, Francês | ||
Área | 647 797 km² (8) | ||
- Terra | 553 556 km² | ||
- Água | 64 241 km² (14,5%) | ||
População (2006) | |||
- População | 1 177 765 (5) | ||
- Densidade | 1,78 hab/km² (8) | ||
Admissão na Confederação | |||
- Data | 12 de maio de 1870 | ||
- Ordem | 5 | ||
Fuso horário | UTC-6 | ||
Representação parlamentar | |||
- Membros do Parlamento | 14 | ||
- Senadores | 6 | ||
Abreviações | |||
- Abreviação postal | MB | ||
- ISO 3166-2 | CA-MB | ||
Prefixo Postal | R | ||
Website oficial | www.gov.mb.ca |
O Manitoba é uma das dez províncias do Canadá, parte das Províncias das Pradarias e das Províncias Ocidentais. As principais fontes de renda da província são a indústria de manufatura, a indústria agropecuária, a mineração e o turismo. Winnipeg é a capital e maior cidade da província, e também o principal pólo comercial, industrial, financeiro e de transportes do Manitoba. Cerca de 60% da população da província vivem dentro da região metropolitana de Winnipeg.
A região sul do Manitoba é coberta pelas Grandes Planícies. O solo fértil desta região propicia a prática da agricultura na região. A província é uma das líderes nacionais da indústria agrária do Canadá. O valor total dos produtos agrários cultivados na província é o terceiro maior do país, atrás somente do Saskatchewan e de Alberta. A região centro-sul da província é coberta por grandes quantidades de florestas, que fazem da indústria madeireira uma fonte de renda importante na província. A região norte, por fim, é extremamente rica em depósitos minerais, tais como níquel, ferro e zinco. Muito da província é coberta por rios e lagos - que cobrem cerca de um sexto do Manitoba, que são uma das principais atrações turísticas da província.
A palavra Manitoba vem das palavras algonquinas manito, que significa "grande espírito", e waba, que significa "estreito". Nativos americanos que viviam em torno do Lago Winnipeg acreditavam que os sons emitidos por uma região deste lago - um vale estreito - eram emitidas por grandes espíritos. Atualmente, sabe-se que estes sons não passam de ecos.
O Manitoba fora colonizada pelos ingleses, tendo feito parte inicialmente de um gigantesco território conhecido como Terra de Rupert, administrada pela companhia inglesa Companhia da Baía de Hudson. Regiões do Manitoba também foram colonizadas pelos franceses. Em 15 de maio de 1870, após a Rebelião de Red River, o governo do Canadá elevou a região sul do atual Manitoba à categoria de província. Inicialmente, então, o Manitoba possuía apenas 5,6% de seu tamanho atual, ocupando um quadrado localizado no sudeste do atual Manitoba, e que rendeu à província o cognome de The Postage Stamp Province (A Província Selo). O Manitoba cresceu gradualmente em extensão territorial, tendo absorvido terras dos Territórios do Noroeste, adquirindo seus atuais limites territoriais em 1912.
Índice |
[editar] História
[editar] Até 1871
Três diferentes tribos nativos americanos viviam na região que atualmente constitui a província de Manitoba, à época da chegada dos primeiros exploradores europeus na região. Os Cree, os Assiniboines e os Objiwa. Os Cree, por sua vez, estavam subdivididos em três subgrupos, cada uma com seu diferentes dialetos e aspectos culturais. Três destas tribos faziam parte do grupo nativo americano dos Cree: os Chippewya, os Wood Cree e os Plain Cree. Os Assiniboines eram aliados dos Cree. Os Chippewya viviam no norte do atual Manitoba, os Wood Cree nas florestas da região centro-sul, os Plains Cree e os Assiniboines nas planícies do sudoeste, e os Objiwa, nas planícies do sudeste, todas sendo tribos nativos americanas nômades.
Os primeiros exploradores europeus a explorarem o atual Manitoba foram os membros de uma expedição inglesa comandada por Thomas Button, em 1612. Eles desembarcaram no litoral da Baía de Hudson, passaram o inverno de 1612 e 1613 no estuário do Rio Nelson, e reivindicaram a região à coroa inglesa. Posteriomente, uma expedição inglesa comandada pelos ingleses Luke Foxe e Thomas James, desembarcariam no Manitoba, no litoral da Baía de Hudson, em 1631.
Em 1670, o Rei Carlos I de Inglaterra cedeu os direitos de comércio e administração do atual Manitoba para a Companhia da Baía de Hudson. Esta região fazia parte de um enorme território administrado pela companhia, conhecido como Terra de Rupert. Muito desta região - incluindo toda a região do atual Manitoba - era reivindicada pelos franceses, instalados na colônia vizinha da Nova França. Durante as décadas de 1680 e 1690, tanto os britânicos quanto os franceses instalaram diversos postos comerciais na região. Rapidamente, tensões e conflitos passaram a ocorrer entre os britânicos e os franceses. Em 1690, a Companhia da Baía de Hudson ordenou Henry Helsey que encontrasse novas fontes de peles animais na região. Kelsey explorou toda a região centro-sul do Manitoba, e persuadiu os nativos americanos da região - que viviam primariamente da caça do bisão - a enviarem suas peles aos postos comerciais da Companhia da Baía de Hudson, localizadas no norte do atual Manitoba.
Em 1731, o francês Pierre Gaultier de Varennes, ao comando de uma expedição composta primariamente por comerciantes de peles, partiu de Montreal em direção à costa do Oceano Pacífico. A expedição construiu diversos fortes entre a região do Lago Superior e do Rio Saskatchewan, passando pela região sul do Manitoba, um destes fortes tendo sido Fort Rouge, em 1738, onde está localizada atualmente Winnipeg. Varennes estabeleceu relações amigáveis com nativos americanos da região, e também passaram a lucrar com o comércio de peles na região.
Em 1763, após a derrota francesa na Guerra Franco-Indígena, os franceses foram forçados a cederem a região para os britânicos. Por um curto período de tempo, a Companhia da Baía de Hudson usufruiu-se de um monopólio no comércio de peles na região. Porém, na década de 1770, a Companhia do North West foi criada em Montreal, e passou a competir com a Companhia da Baía de Hudson. A Companhia North West faliu ainda na década de 1770, mas foi ressucitada em 1784. A Companhia da Baía de Hudson ainda manteve o controle administrativo da região, mas, sob ordens do governo do Reino Unido, foi forçada a permitir com que a Companhia de North West operasse na região.
Em 1811, a Companhia da Baía de Hudson deu o controle de propriedade de uma grande região - que somavam no total 260 mil quilômetros quadrados em área - da região para Thomas Douglas. Esta região incluía muito das atuais províncias canadenses de Manitoba e Saskatchewan, bem como partes dos atuais Estados americanos de Dakota do Norte e Minnesota, uma região que seria conhecido como Colônia de Red River. Douglas, entre 1812 e 1816, enviou colonos escoceses e irlandeses à região, com o objetivo de tentar iniciar a prática da agricultura na região.
Enxames de gafanhotos, geadas e tempestades de neve arruinaram inicialmente as primeiras tentativas de cultivo na região. Além disto, estes colonos haviam instalado-se na região norte da área cedida pela Companhia da Baía de Hudson a Douglas, em uma região onde a Companhia de North West possuía suas principais bases de operações. Alimentos passaram a escassear para estes colonos, que passaram a utilizar-se de fontes de alimentos até então utilizados primariamente pelos nativos americanos e pelos comerciantes da Companhia North West, causando um detrimento entre os colonos da colônia de Red River e a Companhia de North West e os nativos americanos da região. A situação agravou-se em 1815, quando a Companhia da Baía de Hudson proibiu a venda de alimentos por parte dos nativos americanos à Companhia North West ou a exportação de alimentos além dos limites da Terra de Rupert.
Membros da Companhia North West logo atacaram os colonos da colônia de Red River, enquanto os Métis - uma tribo aborígene descendente de nativos americanos e colonos europeus, e que falavam primariamente francês - cuja principal fonte de renda era a venda de alimentos para Companhia do North West, com a qual os Métis eram aliados, atacaram membros da Companhia da Baía de Hudson, na Batalha de Seven Oaks, que resultou em vitória Métis. Conflitos e tensões perduraram até 1821, quando a Companhia da Baía de Hudson e a Companhia North West foram fundidas entre si. Enquanto isto, a prática bem-sucedida da agricultura teria somente início durante a década de 1840.
Em 1867, a Confederação Canadense foi formada, pelas colônias britânicas de "Canadá", Nova Brunswick e Nova Escócia, que juntas passaram a formar o Canadá, um único país independente do Reino Unido. Dois anos depois, em 1869, a Companhia da Baía de Hudson concordou em ceder todas as suas terras para o governo canadense. Assim, a região do atual Manitoba passou a fazer parte do Canadá. Isto não agradou aos Métis, que temiam que grandes números de assentadores canadenses - especialmente colonos anglófonos - instalassem-se na região, e assimilassem culturalmente os Métis. Em 1869, Louis Riel liderou uma rebelião em Fort Gary - atual Winnipeg. Esta rebelião - que estendeu-se até 1870 - ficou conhecida como Rebelião de Red River, e foi marcada pela execução de Thomas Scott - um anglófono que foi condenado por traição.
Em 1870, o governo canadense, em uma tentativa em acabar com a rebelião, cedeu aos Métis uma Carta de Direitos, através do Manitoba Act, que efetivamente criava a província de Manitoba. Esta nova província, então, tinha apenas 5,6% de seu tamanho atual, e ocupava o canto sudeste do atual Manitoba. O Manitoba tornou-se a quinta província canadense em 15 de maio de 1870.
[editar] 1871 - Tempos atuais
A elevação da região de Red River à categoria de província fez com que grandes números de assentadores vindos de outras partes do país passassem a instalar-se na região, e assim, não deu aos Métis a esperada proteção contra assimilação cultural. Estes colonos eram em sua maioria anglófonos, que logo tornaram-se maioria na recém-criada província. Entre 1871 e 1881, a população da província havia mais do que dobrado, de 25 228 habitantes em 1871 para 62 260 habitantes em 1881. O governo do Manitoba rapidamente removeu diversos dos direitos cedidos aos Métis sob o Manitoba Act. Um dos principais direitos era o acesso à educação em francês. O Manitoba parou de fornecer verbas à escolas francófonas ainda na década de 1870, e tornou não-oficial o idioma na província. Grandes números de Métis decidiram migrar para o oeste, em direção das atuais províncias canadenses de Saskatchewan e Alberta.
A indústria agrária do Manitoba prosperou após ter sido elevada à categoria de província, especialmente o cultivo de trigo. O Manitoba passou a vender trigo para outras regiões em 1876. A venda grandes quantidades de trigo para outras províncias canadenses, e para os Estados Unidos, logo tornou-se a principal fonte de renda do Manitoba. Em 1878, a primeira ferrovia conectando a cidade com outras regiões - especificamente, St. Paul, em Minnesota - foi inaugurada. Durante o início da década de 1880, a Canadian Pacific Railway passou a conectar Winnipeg com as principais cidades do leste canadense. A inauguração completa da ferrovia, em 1886, logo colocou a província ao centro da primeira malha transcontinental ferroviária da América do Norte, e fez de Winnipeg um grande centro ferroviário, o que estimulou a produção de trigo, que agora poderia ser facilmente transportado até portos localizados nos Grandes Lagos, e daí, para outras regiões do planeta.
O crescimento populacional do Manitoba continuou forte até a década de 1920. Grandes números de canadenses de outras regiões do país, bem como muitos imigrantes - primariamente alemães, ucranianos, ingleses, escoceses e irlandeses - instalaram-se na província. A produção de trigo do Manitoba aumentou drasticamente durante este período. Durante 1871 e 1912, os limites territoriais do Manitoba foram gradualmente extendidos em direção ao norte e a oeste. Em 1912, a província adquiriu seus atuais limites territoriais.
A década de 1910 foi tempos de grandes agitações no cenário político, social e econômico do Manitoba. A Primeira Guerra Mundial passou a fazer com que a indústria agropecuária da província prosperasse, e estimulou a industrialização da província. Durante a guerra, o Partido Liberal do Canadá tornou-se o partido político no poder da província, substitíndo o Partido Conservador do Canadá, que esteve no controle político do Manitoba entre 1900 e 1915. Enquanto os conservadores concentraram-se primariamente no crescimento econômico da província, os liberais concentraram-se na realização de diversas reformas, dando às mulheres o direito de voto, instituíndo direitos trabalhistas e educação compulsória para crianças com até 14 anos de idade.
Apesar das reformas, os trabalhadores em geral da província não estavam contentes. Os salários dos trabalhadores industrial continuava baixo, enquanto que os fazendeiros reclamavam da falta de atenção do governo provincial em relação a setor agropecuário do Manitoba. Em maio de 1919, Winnipeg foi o palco de uma grande greve geral, organizada por 52 cooperativas e sindicatos diferentes. Esta greve resultou em diversos conflitos violentos entre os grevistas e policiais. O governo do Manitoba, enquanto isto, ignorou a greve, e esforçou-se em continuar a fornecer os serviços anteriomente fornecidos pelos trabalhadores em greve. O esforço do governo deu certo, e a greve acabou em junho, por decisão dos grevistas. O partido Fazendeiros Unidos do Manitoba subiu ao poder em 1922.
O Manitoba foi uma das províncias mais afetadas negativamente pela Grande Depressão. A província era dependente da exportação de trigo para outros países, e a queda súbita dos preços do trigo nos meses que antecederam-se à Depressão iniciou a recessão que perduraria ao longo da década de 1930. Além disso, os fazendeiros do Manitoba sofreram também com períodos prolongados de estiagem e grandes enxames de gafanhotos. Grandes números de fazendeiros abandonaram suas fazendas e foram em direção às cidades. Muitos fazendeiros e trabalhadores desempregados abandonaram a província, em busca de oportunidades de trabalho em outras províncias canadenses. O crescimento populacional da província diminuiu drasticamente. A depressão foi uma das causas da criação de dois novos partidos políticos na província, que posteriomente tornariam-se nacionalmente conhecidos no país: a Federação Coorperativa da Commonwealth, que posteriomente tornaria-se o atual Novo Partido Democrático, e o Partido do Crédito Social.
Os efeitos da depressão na província somente acabaram com a entrada do país na Segunda Guerra Mundial, logo após o início da guerra. Esta aumentou drasticamente a demanda por produtos agrários em geral. A demanda por produtos industrializados no país também estimulou uma massiva industrialização da província. Grandes números de fábricas foram construídas durante a guerra. O crescimento da indústria de manufatura continuou após o fim da Segunda Guerra Mundial, enquanto a indústria agropecuária entrou em recessão, por causa da queda dos preços dos produtos agropecuários no mercado internacional. Ao final da década de 1940, a manufatura havia superado a agropecuária como a principal fonte de renda da província. A modernização da indústria agropecuária e a ascenção da indústria de manufatura fizeram com que grandes números de fazendeiros passassem a migrar das áreas rurais do Estado para as cidades, primariamente, Winnipeg.
Em 1945, geólogos descobriram grandes depósitos de cobre, níquel e zinco, no noroeste do Manitoba. A mineração tornou-se uma fonte de renda importante da província, durante a década de 1950, e na década de 1960, a província já era um dos principais centros produtores de níquel do mundo, sendo até os dias atuais a segunda maior produtora do continente americano, atrás somente da província canadense vizinha de Ontário. Durante o início da década de 1950, a província desenvolveu seu sistema de geração e distribuição de eletricidade, e em torno de 1955, todas as áreas rurais do Manitoba possuíam eletricidade.
A industrialização do Manitoba causou um período de acelerado crescimento populacional durante a década de 1950, até o final da década de 1960. Porém, poucas fábricas passaram a serem construídas na província a partir do final da década de 1960. O diminuimento do setor de manufatura do Manitoba - que desde a década de 1950 era a principal fonte de renda da província - diminuiu sensivelmente o crescimento populacional do Manitoba. Desde então, a população da província tem crescido gradualmente, mas muito lentamente, exceto por um curto período de tempo entre 1981 e 1986.
Em 1979, o Manitoba Act, que havia tornado o francês uma língua não-oficial no Manitoba, e que impedia o fornecimento de verbas do governo da província para instituições francófonas, foi julgado inconstitucional pela Suprema Corte do Canadá. Em 1985, a Suprema Corte ordenou que o Manitoba traduzisse todas as suas 4,5 mil leis provinciais para a língua francesa, e passasse a fornecer educação pública em francês, em comunidades com uma população francófona significante.
[editar] Geografia
O Manitoba limita-se ao norte com o Nunavut e a Baía de Hudson, a leste com o Ontário, ao sul com o Minnesota e a Dakota do Norte, e a oeste com o Saskatchewan.
Uma das características geográficas mais marcantes do Manitoba é a sua abundância de rios e lagos. Somente os lagos do Manitoba cobrem um sexto da província - ou 101 592 quilômetros quadrados. A província possui no total cerca de 100 mil lagos. Os maiores são os lagos Winnipeg (24 387 km²), o Winnipegosis (5 374 km²), e o Manitoba (4 624 km²). Estes lagos, que interconectam-se entre si através de rios e canais, são chamados comumente de Grandes Lagos do Manitoba. Todos os rios que cortam o Manitoba escoam em direção à Baía de Hudson.
O litoral do Manitoba ao longo da Baía de Hudson possui 645 quilômetros de extensão. As águas do litoral congelam entre outubro até abril, impossibilitando o escoamento de produtos para outras regiões via o Oceano Ártico durante este período. A existência de gelo nas águas da Baía de Hudson limitam o movimento de navios de carga e passageiros durante junho até setembro. Florestas cobrem cerca de 251 mil km² (38%) da província.
O Manitoba pode ser dividido em três distintas regiões geográficas:
- As Planícies da Baía de Hudson localizam-se no nordeste da província, ao longo da porção centro-sul do litoral da província ao longo da Baía de Hudson. Esta região caracteriza-se pelo seu terreno praticamente plano, a uma altitude próxima ou ao nível do mar, e pela ausência de árvores.
- O Escudo Canadense, no Manitoba, é uma faixa que estende-se da região noroeste e centro-oeste do Manitoba, até a região sudeste da província. Caracteriza-se pelo seu solo rochoso e acidentado, rico em granito. É em sua maior parte coberta por rios, lagos e florestas, e possui grandes reservas minerais, especialmente na região noroeste da província. É a maior das quatro regiões geográficas do Manitoba, ocupando cerca de 65% da província. A região sudeste desta região é utilizada primariamente para a prática da agricultura.
- As Pradarias Canadenses - também chamada por vezes de Grandes Planícies, por ser considerada uma extensão das Grandes Planícies dos Estados Unidos no Canadá - ocupam toda a região centro-noroeste do Manitoba. Caracteriza-se pelo seu terreno relativamente pouco acidentado, marcado pela presença de morros achatados de baixa elevação e de rios e lagos, especialmente o Winnipeg, o Winnipegosis e o Manitoba. As pradarias também possuem um solo muito fértil. As pradarias canadenses podem ser divididas em duas subsecções:
- A Planície do Manitoba estende-se da região centro-sul do Manitoba até o centro-oeste da província, e é uma região que primariamente coberta por florestas - com exceção da zona sul da região, usada para a prática da agropecuária. Muito desta região ainda não é usada para fins agrários. A região também possui uma altitude maior do que as regiões que a cercam. O ponto mais alto do Manitoba - o Monte Baldy, com seus 831 metros de altitude - localiza-se nesta região.
- A Planície do Saskatchewan é uma estreita faixa de terra localizada no extremo noroeste do Manitoba. A maior parte da região é utilizada para a prática da agropecuária.
[editar] Clima
O Manitoba possui um clima temperado continental, com invernos muito frios e verões quentes (amenos no extremo norte), e por ser relativamente instável, onde condições climáticas podem mudar drasticamente em um curto período de tempo. O clima do Manitoba é típico de sua localização continental, de suas altas latitudes, e pelo seu terreno pouco acidentado, que permitem o rápido movimento de correntes de ar vindas de quaisquer direções ao longo do Estado. No geral, as temperaturas da província aumentam à medida em que se viaja em direção ao sul.
Os invernos do Manitoba são no geral muito frios - embora ocasionalmente frentes quentes vindas do sul possam elevar a temperatura média da região centro-sul para até os 15°C. A região sul do Manitoba possui uma temperatura média de -18°C, enquanto o norte possui uma temperatura média de -27°C. A média das mínimas no sul é de -22°C, enquanto a média das máximas é de -13°C. No norte, a média das mínimas é de -34°C, e a média das máximas é de -15°C. A menor temperatura já registrada no Manitoba, -53°C, registrada em 9 de janeiro de 1899, em Norway House. Os invernos rigorosos da província renderam à sua capital, Winnipeg, o cognome de Winterpeg (winter, em português, significa "inverno").
Os verões do Manitoba são quentes na região sul e amenos na região norte. A temperatura média da região sul da província é de 21°C, e no norte, de 13°C. No sul, a média das mínimas é de 14°C, e a média das máximas é de 26°C. No norte, a média das mínimas é de 8°C, e a média das máximas é de 20°C. A temperatura mais alta já registrada no Manitoba, de 44°C, foi registrada em St. Albans, em 11 de julho de 1936, e em Emerson, em 12 de julho do mesmo ano.
Encontros de frentes quentes vindas do sul e frentes frias vindas do norte são comuns o ano inteiro no Manitoba. Como consequência, grandes tempestades são comuns no verão, com grandes tempestades de neve ocorrendo com frequência no inverno. A taxa de precipitação média anual de chuva do Manitoba é de 50 centímetros, sendo maior no sudeste, diminuindo à medida em que se viaja em direção ao noroeste. O sudeste do Manitoba recebe em média 60 centímetros anuais de chuva, enquanto o noroeste recebe menos do que 40 centímetros anuais. Precipitação de neve é comum em toda o Manitoba. A província recebe anualmente cerca de 130 centímetros anuais de neve.
[editar] Política
O Tenente-Governador representa a Rainha Isabel II como chefe da província. O chefe do governo, em prática, e também maior oficial do Poder Executivo da província, é o Premier, governador ou primeiro-ministro em português, a pessoa que lidera o partido político com mais cadeiras na Assembléia Legislativa do Manitoba. O governador do Manitoba preside sobre um Conselho Executivo, que é o Gabinete da província. O gabinete é formado por 25 diferentes ministros, que lideram um dado departamento (economia, educação, etc), e são indicados pelo Premier. Tanto o Premier quanto os membros do gabinete renunciam caso percam o suporte da maioria dos membros da Assembléia.
O Poder Legislativo do Manitoba é a Assembléia Legislativa, que é composta por 57 membros. O Manitoba está dividido em 57 distritos eleitorais. A população eleitoral de cada um destes distritos elege um membro, que atuará como representante do distrito na Assembléia, para mandatos de até cinco anos de duração. Se o Tenente-Governador dissolver a Assembléia antes destes cinco anos, a pedido do governador, todos precisam concorrer às eleições novamente. Não há limite de termos que uma pessoa pode exercer.
A maior corte do Poder Judiciário do Manitoba é a Court of Appeal of Manitoba. Esta é composta de um chefe de justiça e seis juízes. A segunda corte mais importante da província é a Court of Queen's Bench of Manitoba, que é composta por um chefe de justiça, dois chefes associados de justiça e 31 juízes. A Corte Provincial do Manitoba é a terceira maior corte da província. Todos os juízes da Court of Appeal e do Court's Bench do Manitoba são escolhidos pelo Premier do Manitoba, sem aprovação simbólica do Tenente-Governador. Os juízes continuam a exercer seus ofícios até os 75 anos de idade. Os juízes da Corte provincial também são indicados pelo Premier, mas precisam da aprovação - simbólica - do Tenente-Governador. Tais juízes, uma vez escolhidos, podem servir indefinidamente, até que renunciem, sejam removidos do cargo por justo motivo ou morte.
O Manitoba possui cerca de 200 cidades, vilas e municipalidades rurais incorporadas. Impostos são responsáveis por cerca de 95% do orçamento da província. O restante provém de verbas fornecidas pelo governo federal.
Historicamente, o Manitoba é uma província conservadora. Até a década de 1920, a maior parte dos Premiers do Manitoba tem sido candidatos do antigo Partido Conservador do Canadá. Entre as décadas de 1920 e 1950, a maioria dos Premiers foram candidatos do Partido Liberal do Canadá. Desde então, os principais partidos políticos a dominarem a Assembléia da província foram o Partido Progressivo do Canadá (que em 2003 viria tornar-se o atual Partido Conservador do Canadá) e o Novo Partido Democrático. Para votar, uma pessoa precisa ter ao menos 18 anos de idade.
[editar] Demografia
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O censo nacional de 2006 estima a população do Manitoba em 1 177 765 habitantes, um crescimento de 5,2% em relação aos números de 2001, de 1 119 583. Uma estimativa realizada em 2004 estima a população da província em 1 177 556 habitantes, um crescimento de 5,7% em relação à população da província em 1996.
[editar] Raças e etnias
Lista dos principais grupos étnico-raciais da população do Manitoba. O total das percentagens listadas supera 100% uma vez que estão consideradas aqui respostas múltiplas. Grupos étnico-raciais que componham menos de 3% da população da província não são listadas aqui.
- 22,8% Canadenses
- 22% Ingleses
- 18,1% Alemães
- 17,7% Escoceses
- 14,2% Ucranianos
- 13% Irlandeses
- 12,6% Franceses
- 9,9% Nativos americanos
- 6,6% Poloneses
- 5,1% Métis
[editar] Religião
Percentagem da população do Manitoba por afiliação religiosa:
- Cristianismo – 77,7%
- Protestantes – 43%
- Igreja Católica Romana – 29,3%
- Igreja Ortodoxa – 1,4%
- Outras afiliações cristãs – 4%
- Judeus – 1,1%
- Outras religiões – 2,6%
- Não-religiosos – 18,6%
[editar] Principais cidades
Cidade | População em 2001 |
População em 1996 |
---|---|---|
Winnipeg | 619 544 | 618 477 |
Brandon | 39 716 | 39 175 |
Thompson | 13 256 | 14 385 |
Portage la Prairie | 12 976 | 13 077 |
Springfield | 12 602 | 12 162 |
Hanover | 10 789 | 9 833 |
St. Andrews | 10 695 | 10 144 |
Selkirk | 9 752 | 9 881 |
Steinbach | 9 227 | 8 478 |
St. Clements | 9 115 | 8 516 |
[editar] Economia
O produto interno bruto do Manitoba, em 2000, foi de 29,9 bilhões de dólares canadenses. A renda per capita da província é de aproximadamente 26 754 dólares canadenses.
O setor primário do Manitoba é responsável por 3,5% do PIB de Manitoba. A agricultura e a pecuária - que já foram anteriomente as principais fontes de renda do Manitoba - empregam juntas aproximadamente 33 mil pessoas, e responde por 2,85% do PIB da província. O Manitoba possui cerca de 26 mil fazendas, que ocupam cerca de 14% da província. A pesca e a silvicultura respondem juntas por 0,15% do PIB do Manitoba, empregando cerca de 2,8 mil pessoas.
O setor secundário do Manitoba responde por 19% do PIB da província. A indústria de manufatura responde por 13% do PIB da província, empregando cerca de 71 mil pessoas. O valor total dos produtos fabricados anualmente na província é de 4,5 bilhões de dólares canadenses. Os principais produtos fabricados no Manitoba são alimentos industrializados, equipamentos de transporte, roupas, equipamentos eletrônicos e material impresso. A indústria de construção responde por 4% do PIB da província, empregando cerca de 28,5 mil pessoas. A mineração responde por 1,85% do PIB da província, empregando cerca de 5,9 mil pessoas. Os principais recursos naturais extraídos no Manitoba são níquel, petróleo, ferro e zinco. A província é a segunda maior produtora de níquel do continente americano, perdendo apenas para a província vizinha de Ontário.
O setor terciário do Manitoba responde por 72% do PIB da província. Serviços comunitários e pessoais respondem por 22% do PIB da província, e empregam cerca de 209 mil pessoas. Serviços financeiros e imobiliários respondem por 20% do PIB da província, e empregam aproximadamente 30 mil pessoas. O comércio por atacado e varejo responde por 12% do PIB do Manitoba, e emprega aproximadamente 82 mil pessoas. Transportes e telecomunicações respondem por 11% do PIB do Manitoba, empregando aproximadamente 55 mil pessoas. Serviços governamentais respondem por 4% do PIB da província, e empregam aproximadamente 33 mil pessoas. Utilidades públicas respondem por 4% do PIB da província, e empregam cerca de 6,8 mil pessoas. Cerca de 98% da eletricidade gerada no Manitoba é produzida em usinas hidrelétricas, primariamente operadas em 12 grandes represas. A província também possui duas usinas termoelétricas a carvão, que produzem o restante da eletricidade gerada pela província. O Manitoba produz muito mais eletricidade do que consome, como consequência, a província exporta o excedente para Saskatchewan e Ontário, bem como para o Estado americano de Minnesota.
[editar] Educação
A primeira escola do Manitoba foi fundada em 1812, no assentamento de Red River. A partir de 1818, missionários da Igreja Católica Romana passaram a construir escolas católicas na região. Em 1820, a primeira escola protestante foi fundada na região. Até o início da década de 1870, educação básica na região era fornecida apenas por instituições religiosas. Em 1871, com a criação da província de Manitoba, a província criou um Departamento de Educação, e passou a responsabilizar pelo fornecimento de verbas ao sistema de escolas públicas da província.
Atualmente, todas as escolas de educação básica localizadas na província precisam seguir padrões impostos pelo Departamento de Educação do Manitoba. Escolas públicas localizadas na região sul do Manitoba são administrados por um dado distrito escolar, que operam em uma dada região, em diversas cidades, vilas e municipalidades ao mesmo tempo. As escolas de algumas regiões isoladas do sul do Manitoba, bem como toda a região centro-norte da província, são, por sua vez, administradas diretamente pelas cidades, vilas ou municipalidades nas quais as escolas se localizam. Atendimento escolar é compulsório para todas as crianças e adolescentes com mais de sete anos de idade, até a conclusão do segundo grau ou até os dezesseis anos de idade.
O Manitoba possui quatro universidades. A Universidade de Manitoba é a maior universidade da província e está localizada em Winnipeg. Outras universidades são a Universidade de Winnipeg, em Winnipeg, a Universidade de Brandon, em Brandon, e o Colégio Universitário de St. Boniface, em St. Boniface, um subúrbio de Winnipeg. Manitoba possui 38 bibliotecas públicas, dos quais 21 estão localizadas em Winnipeg.
[editar] Transportes e telecomunicações
O Manitoba é um grande centro de transportes, em parte dado sua localização, na região central do Canadá. Winnipeg é o principal centro rodoviário, ferroviário e aeroportuário da província. O único porto movimentado do Manitoba é o porto de Churchill, localizado às margens da Baía de Hudson, e que somente opera entre agosto e outubro.
O Manitoba possui cerca de 1,8 mil quilômetros de ferrovias. Tanto a Canadian National Railway quanto a Canadian Pacific Railway possuem facilidades ferroviárias de porte razoável em Winnipeg. Além da última, Brandon e Portage la Praire também são centros ferroviários importantes. A maioria das linhas ferroviárias importantes cortam a província em um sentido leste-oeste.
A maior parte das principais rodovias do Manitoba estão localizadas no sul da província. Na região norte do Manitoba, onde neva muito, existem poucas estradas pavimentadas, onde estradas de terra ou de pedra dominam. No inverno, veículos compactam neve em tais estradas, para que as últimas permitam o trânsito seguro de veículos em geral.
O Aeroporto Internacional de Winnipeg é o aeroporto mais movimentado da província, e um dos mais movimentados da região central do Canadá, movimentando cerca de três milhões de passageiros por ano.
O primeiro jornal publicado no Manitoba foi o The Nor' Wester, publicado pela primeira vez em 1859 em Fort Garry - atual Winnipeg. Atualmente, são publicados no Manitoba cinco jornais diários e aproximadamente 50 jornais semanais. A primeira estação de rádio do Manitoba foi inaugurada em 1922, e a primeira estação de televisão foi inaugurada em 1954, ambas em Winnipeg. O Manitoba possui atualmente 30 estações de rádio - dos quais 19 são AM e 11 são FM - e 15 estações de televisão.
[editar] Referências
- Statistics Canada (em inglês e em francês)
- Website oficial do Manitoba (em inglês e em francês)
- Welsted, John, Stadel, Christoph e Everitt, John C.. The Geography of Manitoba: Its Land and Its People. University of Manitoba Press, 1996. ISBN 0887556353
- Friesen, Gerald. The Canadian prairies: A history. University of Nebraska Press, 1984. ISBN 0803219725
[editar] Ligações externas
- Website oficial do Manitoba (em inglês e em francês)
- Portal oficial de turismo do Manitoba (em inglês e em francês)