Legio IX Hispana
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Legio IX Hispana (ou nona legião hispânica) foi uma legião romana possivelmente recrutada por Júlio César em 58 a.C.. O último registo da actividade desta legião data do reinado de Marco Aurélio no século II. O símbolo desta legião era desconhecido mas provavelmente um touro, como na maioria das legiões de César.
A IX esteve presente durante todo o período das guerras da Gália e mais tarde permaneceu fiel a César na sua guerra civil contra a facção conservadora do senado, liderada por Pompeu. Neste conflito, participaram nas batalhas de Dyrrhachium e Pharsalus (48 a.C., na actual Grécia) e na campanha africana de 46 a.C.. Depois da sua vitória final em 45 a.C., César desmobilizou a legião e estabeleceu os veteranos na área de Picenum.
Depois do assassinato de César, Octaviano remobilizou a IX legião, assim como todas as outras legiões de César. A IX foi enviada para a província da Macedónia. Durante a guerra civil contra Marco António permanceram ao lado de Octaviano e lutaram a seu lado na batalha de Actium (31 a.C.). Entre 25-13 a.C. particparam na pacificação da Hispania Tarraconensis, então envolvida numa insurreição da tribo dos cantábrios. É nesta altura que surge pela primeira vez o cognome Hispana, adquirido provavelmente pelos bons serviços prestados na campanha.
A IX Hispana fez parte do exército imperial do Reno comandado pelos irmãos Tibério e Druso. A campanha resultou na anexação da Germânia a Este do rio, mas o desastre da batalha da floresta de Teutoburgo obrigou ao abandono desta área em 9 AD. A legião foi deslocada então para a Panónia. Em 43 participaram na segunda invasão da Britânia, comandada pelo imperador Cláudio e permaneceram na nova província como guarnição. A IX Hispana sofreu perdas significativas durante a rebelião de Boudicca, em 60, e teve de ser reforçada por legionários recrutados nas províncias germânicas. No início do século II a IX Hispana ainda se encontrava na Britânia, estacionada em Eburacum (moderna York). Pouco depois, deve ter sido transferida para a Germânia Inferior.
Após 120 a legião desaparece dos registos. Deve ter sido destruída no reinado de Marco Aurélio, na revolta de Simon bar Kokhba (na década de 130) ou nas revoltas do Danúbio da década de 160.