Língua lusitana
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A Língua lusitana é uma língua paleo-ibérica indo-europeia conhecida por cerca de cinco inscrições e inúmeros topónimos e teónimos. A língua era falada na Lusitânia histórica, ou seja, no território habitado pelos povos lusitanos que se extendiam entre o Rio Douro e o Tejo.
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[editar] História
Os lusitanos eram o povo mais numeroso da faixa atlântica da Península Ibérica, e há quem os considere oriundos das montanhas helvéticas ou que eram autóctones. De qualquer forma, estabeleceram-se na área por volta do século VI a. C.
Cerca de 150 a.C., a Lusitânia foi conquistada pelo Império Romano. Tal como todas as outras línguas peninsulares, excepto o Basco, o Lusitano rapidamente sucumbiu à pressão e prestígio do latim.
[editar] Classificação e línguas relacionadas
Provavelmente, o lusitano era uma língua indo-europeia com características próprias, diferente das línguas do centro da Península Ibérica. Seria mais arcaica que a língua celtibérica.
A filiação do lusitano continua em debate, havendo quem defenda de que se trata de uma língua celta. Essa teoria baseia-se em factos históricos em que os únicos povos indo-europeus que se têm notícia na península são os celtas. No entanto, maior peso teve a óbvia celticidade da maior parte do léxico, sobre todos os antropónimos e topónimos.
Existe um problema substancial nessa teoria: a conservação inicial do /p/, como se vê em PORCOM. As línguas celtas tinham perdido esse /p/ inicial ao longo da sua evolução: compare-se com athir / orc (Gaélico Irlandês) e pater / porcum (latim) significando "pai" e "porco", respectivamente. A presença deste /p/ poderia-se explicar por ser uma língua celta muito primitiva, logo anterior à perda do /p/ inicial.
Uma segunda teoria, defendida por Francisco Villar e Rosa Pedrero, relaciona o lusitano com as línguas itálicas. A teoria baseia-se em paralelismo de nomes de deuses (Consus latim / Cossue lusitano, Seia latim / Segia lusitano, Iovia marrucino / Iovea(i) lusitano) e outro léxico (gomia umbro / comaiam lusitano) junto com alguns outros elementos gramaticais.
Finalmente, Ulrich Schmoll propôs um ramo próprio a que chamou galego-lusitano (ou galaico-lusitano).
No entanto, não se conhecem textos com tamanho suficiente para decidir uma ou outra direcção.
[editar] Distribuição geográfica
Foram encontradas inscrições em Arroyo de la Luz (em Cáceres), Cabeço das Fraguas (na Guarda) e em Moledo (Viseu). E, tendo em conta a informação dada pelos diferentes teónimos, antropónimos e topónimos, a extensão corresponde ao nordeste de Portugal moderno e zonas adjacentes de Espanha, com centro na Serra da Estrela.
Existem suspeitas fundamentadas de que a zona dos povos galaicos (Norte de Portugal e Galiza), astures e, quiçá, os Vetões, é dizer todo o noroeste peninsular, falariam línguas aparentadas com o lusitano e não com línguas celtas, como se costuma crer.
[editar] Escrita
As inscrições mais famosas são as de Cabeço de Fraguas e Lamas de Moledo em Portugal. Todas as inscrições conhecidas estão escritas sobre pedra em alfabeto latino.
[editar] Ligações externas
- ((es))((en))Predefinição:La Lusitano
- LINGVÆ·IMPERII