Katie King
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Katie King é o nome atribuído a um espírito que se notabilizou pelos trabalhos de William Crookes. Katie King teria aparecido pela primeira vez em 1871 em seções espiritas dirigidas por Florence Cook em Londres, e depois em 1874-1875 em Nova York nas seções espíritas dirigidas pelos médiuns Jennie Holmes e seu marido Nelson Holmes.
Acreditavam que Katie King era a filha de John King, um espírito de controle que apareceu entre 1850-1870 em muitas seções mediúnicas. Um espírito de controle é um poderoso espirito que se comunica e organiza a aparição de outros espíritos em seções mediúnicas. John King afirmou ser o espírito de Henry Morgan.
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[editar] Florence Cook
Entre 1871 e 1874, o físico inglês William Crookes lançou-se à investigação dos fenômenos produzidos por médiuns europeus e norte-americanos. Ele descreve as condições às quais submeteu os médiuns para suas investigações como segue: "Eles devem estar na minha casa, em frente do grupo de pessoas que eu selecionarei, sob minhas condições," (Doyle 1926: volume 1, 177).
Florence Cook, que na época tinha apenas 15 anos, sozinha na casa de Crookes e com a família e amigos dele como testemunhas, materializou o espírito de Katie King, que caminhou na casa, conversou, permitiu ser pesada e medida, e ainda segurou em seus braços o bebê da família (Doyle 1926: volume 1, 241). As seções eram feitas no escuro, porque espíritas acreditam que materialização requer ausência de luz para que tenha sucesso, apesar de ocasionalmente eles terem usado luz vermelha quando fotografias eram tiradas.
Como aparentemente típico em espíritos materializados, o peso e a altura de Katie variavam, mas ela sempre era mais alta que Florence Cook, como um rosto mais largo, diferente cabelo e pele. De acordo com testemunhas, ambas eram visíveis no mesmo momento, assim Florence não poderia ter assumido o papel do espírito. (Doyle 1926: volume 1, 235-240).
O relatório de Crookes publicado em 1874, continha afirmações que Florence Cook, bem como os médiums Kate Fox and Daniel Dunglas Home, produziam genuíno fenômeno espiritual (Crookes, 1874). A publicação causou grande alvoroço, e o testemunho dele sobre Katie King foi considerado a parte mais polêmica do relatório. Crookes quase perdeu sua posição de membro da Sociedade Royal, não mais envoldendo-se em investigações espíritas (Doyle 1926: volume 1, 169).
[editar] Jennie e Nelson Holmes
Depois de a materialização de Katie King ter sido amplamente divulgada, os médiums Americanos Jennie e Nelson Holmes também declararam tê-la materializado. Robert Dale Owen, político e declarado espiritualista, presenciou a materialização e escreveu um artigo sobre o fato para o Atlantic Monthly, em janeiro de 1875.
Quando o artigo estava indo para a publicação uma mulher chamada Eliza White declarou ter se mascarado como Katie King. Seu rosto parecia-se com o de Katie King publicado em fotografias, e vendidas pelos Holmes e seus agentes. Ambos (o Atlantic Monthly e Owen) admitiram em público haverem sido enganados. Arthur Conan Doyle mantendo sua "exposição" prejudicou mais o movimento espiritualista no período do que qualquer outro ataque (Doyle 1926: volume 1, 269-277).
Investigações conduzidas por conhecidos espiritualistas como Henry Steel Olcott em 1875 estabeleceram novamente a credulidade dos Holmes. A história aceita pelos espiritualistas é a de que Eliza White foi contratada para posar como Katie King em uma fotografia para ser vendida ao público. Os Holmes não queriam fotografar a real Katie King, uma vez que a luz brilhante do flash arruinaria a materialização. Uma vez envolvida, Eliza White primeiro recebeu dinheiro dos Holmes, e depois vendeu a história para a imprensa (Doyle 1926: volume 1, 269-277).
[editar] Referências
- Crookes, William. 1874. "Notes of an Enquiry into the Phenomena called Spiritual during the Years 1870-1873." Quarterly Journal of Science. January 1874.
- Doyle, Arthur Conan. The History of Spiritualism. New York: G.H. Doran, Co. Volume 1: 1926 Volume 2: 1926 (Vide Nota)
- Owen, Robert Dale. 1875. "Touching Visitants from a Higher Life." The Atlantic Monthly. 35(207): 57-69
- Williams, Gertrude Marvin. Priestess of the Occult, Madame Blavatsky. New York : A. A. Knopf, 1946.
Nota: O livro de Conan Doyle, The History of Spiritualism, foi traduzido para a língua portuguesa por Júlio Abreu Filho e pode ser encontrado em edição da Editora Pensamento, com o título de História do Espiritismo. O prefácio da obra traduzida é de José Herculano Filho.