Júlio Medaglia
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Júlio Medaglia (São Paulo, 1938) é uma maestro e arranjador brasileiro.
O primeiro contato de Júlio Medaglia com um instrumento foi em casa através de sua empregada, Magali Sanches, que depois viria a tornar-se atriz de rádio-novela. Pouco tempo depois Júlio iniciaria aulas de violino com uma prima de sua mãe, ex-violinista da orquestra do Cine Avenida. Em Salvador, surge um convite para estudar regência na Alemanha do Diretor da Escola Superior de Música da Universidade de Freiburg, Artur Hartmann. Porém, antes de deixar o país, em São Paulo, Júlio Medaglia ajuda o musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange a divulgar, por meio de concertos, artigos e palestras, a redescoberta de importantes partituras do "Barroco Mineiro", sendo essa a sua primeira importante contribuição à Cultura Brasileira. Aproveitando a oportunidade de estudar no Velho Mundo, Júlio Medaglia toma aulas de regência sinfônica em Taormina, com Sir John Barbirolli, um dos mais respeitados maestros do século 20. Em 1965, forma-se, com distinção, pela Academia de Freiburg, em regência sinfônica. No final dos anos 60, Júlio retorna ao Brasil e participa ativamente, com Solano Ribeiro, da organização dos Festivais da Record. Nessa época, participa dos mais variados movimentos artísticos de vanguarda, entre os quais o da Poesia Concreta, "oralizando" poemas com os irmãos Campos e Décio Pignatari. No final de 1967, escreve o revolucionário arranjo para a canção "Tropicália", de Caetano Veloso, que marca o início do Tropicalismo. Em 1969, é convidado por um grupo de elite de instrumentistas para fundar e dirigir a orquestra Cordas de São Paulo. Com esse conjunto, viaja por importantes cidades brasileiras, grava um disco e faz um programa semanal na TV Cultura, o qual, por sua linguagem revolucionária, ganha, entre outros, o Prêmio Roquette Pinto. Nos anos 80, dirige, por 4 anos, o Teatro Municipal de São Paulo. ". Nessa década, além de ministrar cursos sobre trilha sonora na USP e na FAAP, participa no Rio, do cinema "marginal". Sua participação como autor da trilha sonora e ator do filme "O Segredo da Múmia" lhe rendeu os prêmios de "melhor trilha" no festival de Gramado e de "melhor ator coadjuvante" pela Associação Paulistas de Críticos de Arte de São Paulo. Em 1987, inicia um programa diário na rádio Cultura FM de São Paulo ("Pentagrama" e, depois, "Tema e Variações"), trabalho que mantém, ininterruptamente, até os dias de hoje. No início dos anos 90, assume a Direção Artística do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e, em seguida, a Regência Titular da orquestra do Teatro Nacional de Brasília. Nesta mesma época, dirige o Festival de Inverno de Campos do Jordão. Os anos 90 marcam, também, sua participação em grandes espetáculos cênico-musicais, como: "Carmina Burana", de Carl Orff; a Ópera "Aida", de Verdi; ; a História do Brasil; e a ópera afro-brasileira "Lídia de Oxum", de Lindembergue Cardoso e Ildázio Tavares. No final dos anos 90, Júlio Medaglia mais uma vez ganha as manchetes do Brasil e do mundo ao montar uma orquestra filarmônica de nível internacional em plena floresta amazônica. Atualmente, tem regido, como convidado, dentro e fora do país, e trabalhado em diversos projetos culturais. Júlio Medaglia é constantemente convidado para ministrar palestras em todo o Brasil. É ensaísta e colaborador dos mais importantes órgãos de imprensa nacionais. Tem livros publicados como tradutor e autor.