Irmandades da Fala
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As Irmandades da Fala foram um conjunto de organizações nacionalistas galega activas entre 1916 e 1931, que lutaram pela reabilitação do galego, como língua principal daquela comunidade.
[editar] História
A 5 de Janeiro de 1916 Antón Vilhar Ponte começa nas páginas de La Voz de Galiza uma campanha para a criação duma Liga de Amigos do Idioma Galego e em Março publica o folheto Nacionalismo galego (Apuntes para un libro). Nossa afirmação regional, virado para a defesa, dignificação e cultivo da língua.
A proposta é bem acolhida por diferentes sectores ideológicos, aínda que venham a ser duas as tendências principais, a de origem tradicionalista de Antón Losada Diéguez e a liberal democrata.
A 18 de Maio de 1916 numa reunião nos locais da Real Academia Galega da Corunha acorda-se na criação duma Irmandade dos Amigos da Fala, e é nomeado Antón Vilhar Ponte como seu Primeiro Conselheiro. De seguida, constituem-se as agrupações locais de Santiago de Compostela, Monforte de Lemos, Pontevedra, Ourense e Vilalba.
A 14 de Novembro de 1916 aparece o seu órgão oficial A Nosa Terra, inteiramente em galego (que conta desde o começo com 2.000 subscritores).
Em Setembro de 1917 colabora com a Lhiga Regionalista para concorrer às eleições parlamentares de Fevereiro de 1918, conseguindo competir apenas em três distritos e não ganhando em nenhun.
Da I Assembleia Nacionalista de 17 e 18 de Novembro de 1918 resulta um Manifesto Nacionalista que constitui a base comum de todos os programas do nacionalismo galego até à Guerra Civil de Espanha: define-se a Galiza como nação, reclama-se a autonomia integral da Galiza e a co-oficialidade do galego.
Em 1919 tem lugar a II Assembleia Nacionalista em Santiago de Compostela, enquanto que a III Assembleia tem lugar em Vigo em 1921.
Na IV Assembleia Nacionalista de Monforte em 1922 as Irmandades dividem-se, com a Irmandade da Corunha e algumas pequenas da comarca mantendo as formulações originais, e as restantes constituindo a Irmandade Nacionalista Galega dirigida por Vicente Risco. A Irmandade da Corunha dirigida por Alfredo Somoza e Ángel Casal continua a editar A Nosa Terra durante a ditadura.
Entre 1929 e 1930 produz-se a reorganização das Irmandades, culminando na VI Assembleia Nacionalista da Corunha de 1930. Na VII Assembleia Nacionalista de Pontevedra em Dezembro de 1931 é decidida a criação dum partido que aglutinasse o galeguismo, que tomou o nome de Partido Galeguista
[editar] Afiliação
A fins de 1916 as 6 irmandades locais contavam com 200 afiliados, e em novembro de 1918 as 13 irmandades têm 700 afiliados, a mais importante, a da Corunha com cerca de 350 afiliados. Em 1919 permanecem 500 afiliados e em 1924 só restam 200 afiliados. Depois da ditadura de Primo de Rivera produz-se o renascer das Irmandades que chegam a 16 agrupamentos, com 700 afiliados em 1929 e 46 agrupamentos em 1931. A maior parte dos afiliados era constituído por intelectuais e profissionais liberais.