Hasekura Tsunenaga
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Hasekura Rokuemon Tsunenaga (支倉六右衛門常長 em japonês) (1571-1622) foi o primeiro enviado oficial do Japão ao continente americano, liderando uma missão diplomática ao México e então à Europa, que durou de 1613 a 1620. Além disso, Hasekura inaugurou as relações entre a França e o Japão. Ele era um samurai, sob as ordens do Daimyo de Sendai.
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[editar] Antecedentes da missão
As relações entre a Espanha e o Japão se iniciaram em 1609, quando o galeão espanhol San Francisco naufragou na costa japonesa próximo à cidade de Chiba, quando estava a caminho de Acapulco. Os marinheiros foram resgatados e seu capitão, Rodrigo de Vivero, conseguiu uma audiência com o shogun (governante) da época, Tokugawa Ieyasu.
Com o início das relações entre os dois países, a Espanha decidiu mandar Sebastián Vizcaíno como embaixador para o Japão, com a missão adicional de explorar as "ilhas de ouro e prata" que se acreditavam estar a leste do arquipélago japonês. Vizcaíno aportou no Japão em 1611, mas suas relações com o shogun foram prejudicadas por vários fatores (por exemplo, a oposição japonesa ao proselitismo católico e a competição com holandeses e portugueses).
Mais tarde, ele partiu em busca da "ilha de prata", tendo retornado em más condições após uma tempestade. O shogun decidiu construir um barco no Japão para enviá-lo à Nova Espanha (antigo nome do México colonial), com uma missão japonesa. Hasekura Tsunenaga foi encarregado da missão, e o barco (chamado Date Maru pelos japoneses e San Juan Bautista pelos espanhóis) foi construído em 45 dias.
[editar] Viagem ao México
O navio partiu em 28 de outubro de 1613 com 180 tripulantes, 22 deles samurais. Em 25 de janeiro de 1614, a missão chegou em Acapulco com grande cerimônia. Após passar algum tempo em terra, parte da missão prosseguiu para a Europa, seu objetivo principal, acompanhando a frota de Dom Antonio Oquendo. Eles partiram de Veracruz em 10 de junho.
[editar] Viagem à Europa
A missão aportou em Sanlúcar de Barrameda em 5 de outubro de 1614. Hasekura encontrou-se com o rei Filipe III de Espanha e enviou-lhe uma carta de seu daimyo com a oferta de um tratado entre os dois países. Hasekura se converteu ao cristianismo, sendo batizado em 17 de fevereiro com o nome de Felipe Francisco.
A partir daí, Hasekura partiu numa viagem à Itália, parando em Saint Tropez (na França) devido ao mau tempo, onde foi recebido pela nobreza local. Ao chegar na Itália, foram recebidos pelo papa Paulo V em Roma, onde decidiram pelo envio de missionários cristãos ao Japão.
De volta à Espanha, onde o rei havia sido informado de que o shogun japonês iniciara uma perseguição aos cristãos em janeiro de 1614, a expedição de Hasekura foi considerada não-oficial e seus pedidos foram negados. Em junho de 1617, a missão partiu para o México, deixando alguns de seus membros na vila de Coria del Río pero de Sevilha, onde seus descendentes moram até hoje.
[editar] Retorno ao Japão
Hasekura retornou ao Japão em agosto de 1620. Na época, o Japão iniciava sua política de isolamento do Mundo Ocidental (conhecida como Sakoku), e portanto sua expedição teve poucos resultados. Possivelmente inspirado por sua descrição do poderio militar e da política colonialista da Espanha, o Japão cortou relações com este país em 1624.
Não se sabe ao certo o que aconteceu com Hasekura a partir daí. Alguns dizem que ele abandonou o cristianismo por vontade própria, outros afirmam que ele praticava a religião em segredo, ou que foi martirizado por sua fé. Hasekura morreu em 1622 e foi enterrado no templo budista de Enfukuji (円長山円福寺), em Miyagi, onde sua sepultura permanece ainda hoje.
[editar] Ligações externas
- De Japón a Roma pasando por Coria 1614-1620: Documentação sobre a viagem de Hasekura. ((es))
- Página sobre o túmulo de Hasekura. ((ja))