Evolucionismo Social
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[editar] Evolucionismo Social
Evolucionismo Social refere-se às teorias antropológicas de desenvolvimento social segundo as quais acredita-se que as sociedades têm início num estado primitivo e gradualmente tornam-se mais civilizadas com o passar do tempo. Nesse contexto, o primitivo é associado com comportamento animalístico; enquanto civilização é associada com a cultura européia do século XIX. O Evolucionismo Social tem relação com o Social-Darwinismo e representa a primeira teoria de Evolução Cultural.
[editar] História e Base Teórica
O Evolucionismo Social era a teoria social prevalecente no início da Antropologia Socio-Cultural e explicação social, e é associada a acadêmicos como Tylor, Lewis Henry Morgan e Herbert Spencer. O Evolucionismo Social representou uma tentativa de formalizar o pensamento social com linhas científicas modeladas conforme a teoria biológica da evolução. Se organismos podem se desenvolver com o passar do tempo de acordo com leis compreensíveis e determinstas, parece então razoável que sociedades também o podem. Isso marca o início da Antropologia como disciplina científica e uma despedida das tradicionais visões religiosas de culturas "primitivas"
Além de influenciado pela biologia, o Evolucionismo Social tinha raízes na filosofia iluminista e pós-iluminista. Hegel, por exemplo, argumentou que o desenvolvimento social era um processo inevitável e determinado, similar a uma bolota que não tem escolha a não ser tornar-se um carvalheiro. Da mesma forma, assumia-se que as sociedades começavam primitivas, talvez num estado Hobbesiano de natureza, e naturalmente progredindo a algo parecido com a Europa industrial.
Embora a idéia de que as sociedades desenvolvem-se com o passar do tempo não tenha desaparecido, outras teorias modernas são muito mais sensíveis culturalmente, e geralmente incorporadas a entendimentos mais progressivos de teoria evolucionária.
[editar] Crítica
A Antropologia Cultural rejeitava o Evolucionismo Social devido a vários problemas teóricos:
1. A teoria é profundamente etnocentrista -- faz pesados julgamentos de valor a difernetes sociedades; com a civilização ocidental sendo vista como a mais valiosa.
2. Assume que todas as culturas seguem o mesmo caminho ou desenvolvimento e têm os mesmos objetivos.
3. Iguala civilização com cultura material (tecnologia, cidades, etc.)
4. Iguala evolução com progresso ou adaptação, baseado em profundos desentendimentos da teoria evolucionista.
5. É enormemente contradita pela evidência. Muitas (mas não todas) sociedades supostamente primitivas são discutivelmente mais pacíficas e igualitárias/democráticas do que muitas sociedades modernas, e tendem a ser mais saudáveis em relação a dieta e ecologia.
Naturalmente, devido à Evolução Social ter sido posta como teoria científica, foi frequentemente usada para apoiar práticas sociais injustas e frequentemente racistas -- particularmente colonialismo, escravismo e condições econômicas desiguais presentes na europa industrializada.
Franz Boas é tipicamente considerado o líder da rejeição antropológica ao Evolucionismo Social no início do século XX. Como resultado, as abordagens antropológicas modernas são cautelosas para evitar especulação etnocêntrica, comparações ou julgamento de valores, de certa forma considerando sociedades individuais coexistentindo com seus próprios contextos históricos.
[editar] Evolucionismo Social no Século XXI (crítica adicional)
O argumento, a linguagem e o preconceito ético & intelectual do Evolucionismo Social persistem no século XXI. Palavras como primitivo, civilizado, avançado, evoluído e desenvolvido, e os julgamentos de valor implícitos são ainda bastante comuns, incrustados na mídia, entretenimento, política, ambiente acadêmico, e o discurso cotidiano.
Exemplos incluem relações internacionais (especialmente no pós-11.09), debates correntes entre ideologias (como ciência vs. religião) em jogos eletrônicos como Age of Empires e Civilizations, e muitos outros trabalhos de ficção.
Até mesmo esforços direcionados a abolir conflitos e desigualdades, como as Nações Unidas, ou trabalhos de ficção utópica como Jornada nas Estrelas, geralmente empregam linguagens que estabelecem as sociedades numa escala aproximadamente linear de avanço social, político e econômico.
Apesar de ser ser geralmente inofensivo superficialmente, formas extremas de pensamentos sócio-evolucionistas colocam um brilho pseudo-científico sobre preconceitos étnicos e intelectuais que no passado justificaram pautas sociais que abrangiam desde colonialismo e escravismo até o holocausto nazista.
