Economia da Suécia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Economia da Suécia é uma das que mais se destacam na Europa. Após um período de recessão, aumento do desemprego e altas taxas de inflação no começo da década de 1990 a Suécia foi capaz de atingir o crescimento sustentável através de ajustes fiscais e dinamização da economia.
Índice |
[editar] Cenário econômico recente
Historicamente, a economia sueca sempre experimentou avanços consideráveis quando foi capaz de aumentar suas exportações. No século XIX, uma elevação da demanda européia e o acesso a infra-estrutura barata dentro do país possibilitaram o nascimento da indústria na Suécia. Abertura econômica, liberdade de imprensa e desregulamentação tiveram papel importante.
A Suécia se manteve neutra durante as duas Grandes Guerras Mundiais na primeira metade do século XX. O país se beneficiou, no pós-II Guerra, de uma combinação de demanda intensa por seus produtos e da devastação do parque industrial de outras nações do Oeste europeu, suas principais concorrentes. A desvalorização da moeda nacional, a Coroa sueca, também surtiu efeito sobre a balança comercial. As principais fontes de divisas para a Suécia nesse período foram as indústrias florestal, de mineração, veículos automotores, borracha e aço.
Durante os anos 60 a Suécia enfrentou aumento de concorrência por mercados devido à reconstrução de outros países europeus e à emergência do Japão. A produção industrial de certos setores, como o têxtil, sofreu abalos, e demissões ocorreram.
Nos anos 70 a crise do petróleo afetou muito a economia sueca, que dependia excessivamente da estabilidade internacional. A intervenção governamental não foi capaz de sustentar o crescimento sueco, e certos setores do parque industrial, como o metalúrgico, sofreram mais que outros.
A década de 80 foi proveitosa para a Suécia, que manteve baixíssima taxa de desemprego no período. Porém, altas e crescentes taxas de inflação ocorreram, e o governo passou por dificuldades no âmbito fiscal. A Suécia não pôde impedir uma crise econômica na primeira metade da década de 1990, cujas características foram desaceleração econômica e desemprego em alta.
[editar] Diversificação econômica
Avanços tecnológicos e uma força de trabalho educada resultaram em um aumento substancial de produtividade na Suécia. O eixo principal da economia sueca deslocou-se da agricultura e indústria para o setor de serviços, com destaque para Telecomunicações e a tecnologia da informação (TI). Isto permitiu ao país uma redução da vulnerabilidade econômica em face das flutuações dos preços de commodities.
[editar] Qualidade de vida
A Suécia dispõe hoje de um extensivo programa de bem-estar social. Além disso, serviços públicos como saúde e educação estão entre os mais elogiados do planeta. Os gastos do governo com serviços sociais foram, em 2001, de 24.180 dólares americanos per capita, ou 28,9% do PIB.
A sociedade sueca é bastante igualitária: seu coeficiente de Gini foi de 0,25 em 2000, o terceiro melhor índice do mundo, atrás de Dinamarca e Japão.
[editar] Política macroeconômica
Desde a crise no período 1991-93 até hoje, o governo sueco superou um período de instabilidade, caracterizado por dívidas, inflação e deficits fiscais. Atualmente a Suécia tem superavit fiscal de cerca de 1% do PIB e inflação sob controle. Medidas como tetos de gastos para o Orçamento, independência do Banco Central e reforma previdenciária redundaram em alívio para as contas públicas.
A manutenção da excelência no setor público exige altas taxas. A Suécia tem um imposto de renda altíssimo, além de impostos indiretos.
O crescimento real da economia sueca foi de 3% em 2004 e é esperada expansão de 2,7% em 2005. A dívida pública era de 47,7% do PIB em 2004 e está em queda. O desemprego mantém-se relativamente baixo, a 5,8%.
[editar] A Suécia e a União Europeia
A Suécia ingressou na União Europeia em Janeiro de 1995. Entretanto, o governo decidiu, em 1997, não adotar o Euro.
A maioria - 55,9% - da população votou pela rejeição ao Euro num referendo em setembro de 2003. Assim, a moeda do país continua sendo a Coroa sueca.
[editar] Principais desafios
Embora ocupe uma situação privilegiada no cenário internacional, a Suécia tem obstáculos a enfrentar para continuar em crescimento e manter o bem-estar da população.
[editar] Envelhecimento da população
A população da Suécia está em processo contínuo e profundo de envelhecimento. Os gastos do governo com saúde e previdência, que já são altos, tendem a aumentar. Uma elevação de taxas, opção teórica para solucionar o problema, é considerada inoportuna, pois a Suécia já possui uma das maiores cargas tributárias do mundo.
[editar] Política fiscal
Apesar das reformas na década de 1990, a política fiscal sueca ainda não é considerada ideal. O governo tem ampla participação na economia, e serviços públicos exigirão mais recursos para os idosos no futuro. Contenção de gastos, privatizações, aumento da produtividade e da eficiência governamental são algumas das possibilidades para a superação deste problema.
[editar] Mercado de trabalho
O mercado de trabalho sueco enfrenta problemas por falta de oferta de mão-de-obra. O governo também desestimula o trabalho com programas assistenciais em excesso.
Outro problema é a ausência dos empregados. Num dia comum, praticamente um quinto da população da Suécia deixa de trabalhar por estar usufruindo de licença médica. Políticas públicas permitem um acesso fácil e muitas vezes indevido a licenças médicas.
O problema tomou proporção tal que já se reflete em substanciais perdas de produtividade. A Suécia é o país da OCDE em que mais se registram faltas por licenças médicas.
[editar] Ligações externas
- CIA World Factbook: Página da CIA sobre a Suécia ((en))
- Página da OCDE sobre a Suécia e Análise econômica da OCDE sobre a Suécia ((en))
- Análise do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre a Suécia ((en))
- Página do governo sueco sobre a história econômica de seu país ((en))