Duque da Terceira
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O ducado da Terceira foi instituído de juro e herdade, posteriormente acrescentado com honras de parente, por decreto do regente do reino D. Pedro de Bragança, em nome da rainha Dona Maria II de Portugal, assinado no Rio de Janeiro a 8 de Novembro de 1832, em benefício de António José de Sousa Manuel de Menezes Severim de Noronha, sétimo conde de Vila Flor e que havia sido entretanto agraciado com o título de primeiro marquês de Vila Flor.
Herói das Guerras liberais, recebeu a mais alta distinção nobiliárquica, a par da ascenção à dignidade de Marechal, em virtude da denodada resistência que promoveu na ilha Terceira contra as forças miguelistas. Fez toda a campanha do Algarve, tendo entrado em Lisboa no dia 24 de Julho à cabeça das forças liberais. Vencedor de batalha de Asseisseira, decisiva para a vitória da causa liberal, assinava pouco depois a Convenção de Évora-Monte, em representação de Dom Pedro, duque de Bragança e Regente.
O duque da Terceira era o chefe do ramo português dos Manoeis de Vilhena (sendo chefes do ramo espanhol os duques de Arévalo d' el Rey, condes de Via Manoel, marqueses de la Puebla de la Rocamora, inúmeras vezes Grandes de Espanha, etc.). Esta família procede do filho segundo do terceiro Senhor de Cheles, Don Juan Manuel de Villena, cavaleiro do Tosão de Ouro, Mordomo-Mor do Imperador Carlos V, que passou a Portugal. Descendia Don Juan Manuel do conde de Seia e Sintra, Dom Henrique Manoel de Vilhena, senhor do Palácio da Vila, filho de Don Juan Manuel, princípe de Vilhena, por seu turno neto do Rei Fernando III, o Santo, de Castela.
Pela morte sem descendência do duque da Terceira, o título só viria a ser restaurado já no século XX, em favor de Dona Maria Luísa de Almeida Manoel de Vilhena, décima condessa de Vila Flor, de juro e herdade, condessa de Alpedrinha conde de Alpedrinha (da família Saldanha Oliveira e Daun), representante do título de marquesa de Vila-Flor, dos senhores da Zibreira e de Vila Flor (Manoel de Vilhena/Vila Flor), de juro e herdade, dos senhores de Pancas e da Atalaia da Beira (Costas do Cardeal Alpedrinha), e dos senhores de Sandomil e de Loriga (Machados), representante do Príncipe-Grão-Mestre da Ordem de Malta, Dom António Manoel de Vilhena (que construiu o Forte Manoel e o Teatro Manoel, existindo ainda hoje em sua memória o Burgo Vilhena, grande reformador da Ordem e governante, etc.), irmão do segundo conde de Vila-Flor, e condessa de Azarujinha (pelo seu casamento com Jaime Lasso de la Vega Dias de Freitas, conde de Azarujinha e representante do título de visconde de Azarujinha), escritora, Dama de Honra e Devoção da Ordem de Malta, assessora do Primeiro-Ministro de Portugal Prof. Doutor Cavaco Silva. Dona Maria Luísa era filha de D. Francisco-Maria-Martinho de Almeida Manoel de Vilhena, nono conde de Vila Flor de juro e herdade, Bailio Grã-Cruz de Honra e Devoção da Ordem de Malta, Presidente da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses, Professor do Instituto Superior de Agronomia, Chefe de Gabinete do Ministro da Agricultura, e de Dona Maria de Lourdes Mello e Castro (Castelo Novo). D. Francisco Manoel de Vilhena, por sua vez, era filho de D. Tomás-Maria-Martinho d' Almeida Manoel de Vilhena, oitavo conde de Vila Flor, de juro e herdade, Chefe "do Governo" do Rei D. Manuel II no exílio, Senador, Governador Civil de Braga, Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, primeiro Presidente do Instituto Português de Heráldica e de D. Maria José de Azeredo Teixeira de Aguilar (Samodães).
[editar] Lista de duques da Terceira
- António José de Sousa Manoel de Menezes Severim de Noronha (1792-1860)
- D. Maria Luísa de Almeida Manoel de Vilhena (1927-1998)
- D. Francisco-Xavier Manoel de Vilhena Dias de Freitas (n. 1947)
- D. Lourenço Manoel de Vilhena de Freitas (n. 21 de Dezembro de 1973)