Divindades aquáticas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sinta-se livre para editá-la para que esta possa atingir um nível de qualidade superior.
Índice |
[editar] Pontos
Pontos, o mar, é mencionado apenas nas genealogias. Seu filho Nereu, o velho do mar, antiga e benigna divindade marinha, ainda está bem próximo das forças elementares da natureza. A julgar por Hesíodo, Pontos sozinho deu origem a Nereu (Hes.Th. 233-236); nas versões mais tardias, ele teve de unir-se a Gaia para gerar o filho. Ponto é a primeira divindade que surge como força primal das águas e é personificado como o mar primitivo. Nasceu de Gaia por partenogênese, e é irmão mais velho de Urano. É muito confundido com o Titã Oceano. Nas lendas atuais Pontos é o lider e mestre de todos os rios sinistros que banham o mundo dos mortos, esta dualidade de Pontos, como o gerador da vida, e o líquido da morte nos traduz que vida e morte tem um ponto comum. Pontos é o pai, junto de Gaia de várias divindades marinhas como Fórcis, Ceto, Taumas, Euríbia, Nereu e Proteu
[editar] Nereu
Nereu vivia no fundo do mar, era capaz de assumir qualquer forma, sabia de tudo o que acontecia e conhecia todos os segredos.Era defensor da justiça e da sabedoria. Héracles, por exemplo, recorreu aos seus amplos conhecimentos durante o 11º Trabalho. Depois da destituição de Urano, casou-se com Dóris, filha do titã Oceano, e teve cinqüenta filhas, as nereidas. Proteu, outro antigo deus do mar, era conhecido por Homero e concebido de forma muito semelhante a Nereu: era velho, capaz de se metamorfosear em qualquer coisa e de responder a qualquer pergunta. Sua ascendência não é mencionada pelos mitógrafos; na Odisséia aparece como um pastor do rebanho de focas do deus Posídon (Hom.Od. 4, 364-570). Não é improvável, a julgar pela confusão que envolve a exata natureza das antigas divindades marinhas, que Nereu e Proteu (e também Fórcis, filho de Ponto e Gaia)sejam apenas diferentes aspectos de uma única e antiquíssima entidade, possivelmente pré-helênica.
[editar] O titã Oceanus|Oceano
Para os antigos o Oceano primitivamente é um rio imenso que envolve o mundo terrestre. Na Mitologia é o primeiro deus das águas, filho de Urano (Céu)e de Gaia, ( Terra); é o pai de todos os seres. Homero diz que os deuses eram originários do Oceano e de Tétis. Conta o mesmo poeta que os deuses iam muitas vezes à Etiópia visitar o Oceano e tomar parte nas festas e sacrifícios que ali se celebravam. Conta-se enfim que Hera, desde o seu nascimento, foi por sua mãe Réia confiada aos cuidados de Oceano e de Tétis, para livrá-la da cruel voracidade de Cronos. O Oceano é pois tão antigo como o mundo. Por isso representam-no sob a forma de um velho, sentado sobre as ondas, com uma lança na mão e um monstro marinho ao seu lado. Esse velho segura uma urna e despeja água, símbolo do mar, dos rios e das fontes. Como sacrifício ofereciam-lhe geralmente grandes vítimas, e antes das expedições difíceis, faziam-se-lhe libações. Era não somente venerado pelos homens, mas também pelos deuses. Nas Geórgicas de Virgílio, a ninfa Cirene, ao palácio do Peneu, na fonte desse rio, oferece um sacrifício ao Oceano; três vezes seguidas, ela deita o vinho sobre o fogo do altar, e três vezes a chama ressalta até a abóbada do palácio, presságio tranqüilizador para a ninfa e seu filho Aristeu.
[editar] Tétis e as Oceânidas
Tétis, filha de Urano e de Gaia, casou com o Oceano, seu irmão, e foi mãe de três mil ninfas chamadas Oceânidas. Dão-lhe ainda como filhos, não somente os rios e as fontes, mas também , Etra, Persea, mãe de Circeu, etc. Conta-se que Zeus, tendo sido amarrado e preso pelos outros deuses, Tetis pô-lo em liberdade, com auxílio do gigante Egeon ou Briaréu Ela se chamava Tétis, palavra que em grego significa "ama, nutriz", sem dúvida porque é a deusa da água, matéria-prima que, segundo uma crença antiga, entra na formação de todos os corpos. O carro dessa deusa é uma concha de maravilhosa forma e de uma brancura de marfim nacarado. Quando percorre o seu império, esse carro, tirado por cavalos-marinhos mais brancos do que a neve, parece voar, à superfície das águas. Ao redor dela, os delfins, brincando, saltam no mar; Tetis é acompanhada pelos Tritões que tocam trombeta com as suas conchas recurvas, e pelas Oceânidas coroadas de flores, e cuja cabeleira esvoaça pelas espáduas, ao capricho dos ventos. Tetis, deusa do mar, esposa de Oceano, não deve ser confundida com Tétis, filha de Nereu e mãe de Aquiles.Tétis mãe de Aquiles é neta da Titânide Tétis, pois é filha de Nereu com a Ocêanide Dóris.
[editar] Posídon
Posídon, filho de Cronos e de Réia, era irmão de Zeus e de Hades. Logo que nasceu, Réia o escondeu em um aprisco da Arcádia, e fez Crono acreditar ter ela dado à luz a um potro que lhe deu para devorar. Na partilha que os três irmãos fizeram do Universo ele teve por quinhão o mar, as ilhas, e todas as ribeiras.
Quando Zeus, seu irmão, a quem sempre serviu com toda a fidelidade, venceu os Titãs, seus terríveis competidores, Pôseidon encarcerou-os no Tártaro, impedindo-os de tentar novas empresas. Ele os mantém por trás do recinto inexpugnável formado por suas ondas e rochedos. Poseidon governa o seu império com uma calma imperturbável. Do fundo do mar em que está sua tranqüila morada, sabe tudo quanto se passa na superfície das ondas. Se por acaso os ventos impetuosos espalham inconsideradamente as vagas sobre as praias, causando injustos naufrágios, Poseidon aparece, e com a sua nobre serenidade faz reentrar as águas no seu leito, abre canais através dos baixios, levanta com o tridente os navios presos nos rochedos ou encalhados nos bancos de areia, - em uma palavra, restabelece toda a desordem das tempestades. Teve como mulher Anfitrite, filha de Doris e de Nereu. Essa ninfa recusara antes desposar Poseidon, e se escondeu para esquivar-se às suas perseguições. Mas um delfim, encarregado dos interesses de Poseidon, encontrou-a ao pé do monte Atlas, e persuadiu-a que devia aceitar o pedido do deus; como recompensa foi colocada entre os astros. De Poseidon ela teve um filho chamado Tritão, e muitas ninfas marinhas; diz-se também que foi a mãe dos Ciclopes. O ruído do mar, a sua profundidade misteriosa, o seu poder, a severidade de Poseidon que abala o mundo, quando com o tridente ergue os enormes rochedos, inspiram à humanidade um sentimento mais de receio do que de simpatia e amor. O deus parecia dar por isso, todas as vezes que se apaixonava de uma divindade ou de um simples mortal. Recorria então à metamorfose; mas mesmo assim, na maior parte das vezes, conservava o seu caráter de força e impetuosidade. Representam-no mudado em touro, nos seus amores com a filha de Éolo; sob a forma de rio Enipeu, quando fazia Ifiomédia mãe de Ifialto e de Oto; sob a de um carneiro, para seduzir Bisaltis, como cavalo para enganar Ceres, enfim, como um grande pássaro nos amores com Medusa, e como um delfim quando se apaixonou por Melanto. A sua famosa discórdia com Atena, por causa da posse de Ática, é uma alegoria transparente em que os doze grandes deuses, tomados como árbitros, indicam a Atenas os seus destinos. Esse deus teve ainda uma desavença com Hera por causa de Micenas e com o Helios por causa de Corinto. Quer a fábula de Poseidon, expulso do céu com Apolo, por haver conspirado contra Zeus, tenha construído as muralhas de Tróia, e que defraudado no seu salário, se tenha vingado da perfídia de Laomedonte destruindo os muros da cidade. Poseidon era um dos deuses mais venerados na Grécia e na Itália, onde possuía grande número de templos, sobretudo nas vizinhanças do mar; tinha também as suas festas e os seus espetáculos solenes, sendo que os do istmo de Corinto e os do Circo de Roma eram-lhe especialmente consagrados sob o nome de Hípio. Independente das Cronidas, festas que se celebravam no mês de julho, os romanos consagravam a Poseidon todo o mês de fevereiro. Perto do istmo de Corinto, Poseidon e Anfitrite tinham as suas estátuas no mesmo templo, não longe uma da outra; a de Poseidon era de bronze e media doze pés e meio de altura. Na ilha de Tenos, uma das Ciclades, tinha Anfitrite uma estátua colossal da altura de nove cúbitos. O deus do mar tinha sob a sua proteção os cavalos e os navegantes. Além das vítimas ordinárias e das libações em sua honra, os arúspices ofereciam-lhe particularmente o fel da vítima porque o amargor convinha às águas do mar. Poseidon é geralmente representado nu, com uma longa barba, e o tridente na mão, ora sentado, ora em pé sobre as ondas; muitas vezes; em um carro tirado por dois ou quatro cavalos, comuns ou marinhos, cuja parte inferior do corpo termina em cauda de peixe.
[editar] Anfitrite
As Nereidas eram divindades marinhas, filhas de Nereu e Dóris, e netas do oceano. Dentre elas, vivia Anfitrite, a condutora do coro formado pelas ninfas. Poseidon, o senhor dos mares, apaixonou-se perdidamente por Anfitrite e queria desposá-la. Mas levada pelo excesso de pudor, a virgem refugiou-se nas profundezas do mar.Para procurar a amada, Poseidon manda um delfim para encontrá-la e convencê-la a se casar. E assim foi feito.Anfitrite deixa-se levar pelo delfim e retorna com o animal e casa-se com Poseidon. Como demonstração de gratidão, Poseidon coloca o delfim no céu, formando a constelação de Peixes.
[editar] Proteu
Proteu, deus marinho, era filho de Oceano e de Tetis ou, segundo uma outra tradição, de Netuno e de Fênice. Segundo os gregos, a sua pátria é Palene, cidade da Macedônia. Dois dos seus filhos, Tmolos e Telégono, eram gigantes, monstros de crueldade. Não tendo podido chamá-los ao sentimento da humanidade, tomou o partido de retirar-se para o Egito, com o socorro de Poseidon, que lhe abriu uma passagem sob o mar. Também teve filhas, entre as quais as ninfas Eidotéia, que apareceu a Menelau, quando voltando de Tróia esse herói foi levado por ventos contrários aobre a costa do Egito, e lhe ensinou o que devia fazer para saber de Proteu os meios de regressar à pátria. Proteu guardava os rebanhos de Poseidon, isto é, grandes peixes e focas. Para o recompensar dos trabalhos que com isso tinha. Poseidon deu-lhe o conhecimento do passado, do presente e do futuro. Mas não era fácil abordá-lo, e ele se recusava a todos que vinham consultá-lo. Eidotéia disse a Menelau que, para decidi-lo a falar, era preciso surpreendê-lo durante o sono, e amarrá-lo de maneira que não pudesse escapar, pois ele tomava todas as formas para espantar os que se aproximavam: a de leão, dragão, leopardo, javali; algumas vezes se metamorfoseava em árvore, em água e mesmo em fogo; mas se se perseverava em conservá-lo bem ligado, retomava a primitiva forma e respondia a todas as perguntas que se lhe fizessem. Menelau seguiu ponto por ponto as instruções da ninfa. Com três dos seus companheiros, entrou de manhã, nas grutas em que Proteu costumava ir ao meio-dia descansar, juntamente com os rebanhos. Apenas Proteu fechou os olhos e tomou uma posição cômoda para dormir. Menelau e os seus três companheiros se atiraram sobre ele e o apertaram fortemente entre os braços. Era inútil metamorfosear-se: a cada forma que tomava, apertavam-no com mais força. Quando enfim esgotou todas as suas astúcias Proteu voltou à forma ordinária, e deu a Menelau os esclarecimentos que este pedia. No quarto livro das Geórgicas, Virgílio, imitando Homero, conta que o pastor Aristeu, depois de haver perdido todas as suas abelhas, foi a conselho de Cirene, sua mãe, consultar Proteu sobre os meios de reparar os enxames, e para lhe falar, recorreu aos mesmos artifícios.
[editar] Cila e Glaucos
Cila era uma Ninfa filha de Fórcis que cativou Glaucos. O deus apaixonado pediu ajuda a Circe para seduzi-la. Mas Circe que o amava secretamente ficou ofendida e tramou uma vingança contra a rival. Na ilha onde vivia Cila, havia uma fonte na qual a ninfa se banhava todos os dias. Circe derramou na fonte um sortilégio funesto e quando Cila, até a cintura, na fonte sentiu a água borbulhar e seus quadris doerem como se fossem rasgados. No mesmo instante se viu cercada de bestas caninas que se moridam e a feriam também. A Ninfa se arrastou para fora da fonte e correu para o mar, todavia percebeu que as bestas nasciam de seus quadirs e portanto estavam ligadas e a ela. Assutado com a transformação abominável de Cila, Glauco a rejeitou. A Ninfa, cheia de ressentimento e rancor, se escondeu no topo de um rochedo próximo ao mar de sardenha. Lá ninguém nunca mais viu sua face, mas mesmo assim, ela deixa que suas feras estiquem os pescoços e gargantas famintas e agarrem os marinhos desavisados que passam com suas naus.
[editar] As Sirenes
Quando, por uma noite calma de primavera ou de outono, o marinheiro deixa vogar docemente o barco perto das margens, nas paragens semeadas de rochedos ou de escolhos, ouve ao longe, no marulho das ondas, o gorjeio das aves marinhas. Esse gorjeio, entrecortado, às vezes, por gritos estridentes e zombeteiros, sobe aos ares e passa invisível com um estranho síbilo de asas, por cima da cabeça do marinheiro atento, dando-lhe a ilusão de um concerto de vozes humanas. A sua imaginação então lhe representa grupos de mulheres ou de raparigas que se divertem e procuram desviá-lo do seu caminho. Desgraçado dele se se aproxima do lugar em que a voz parece mais clara, isto é, dos rochedos à flor d'água onde, para as aves marinhas, a pesca é frutuosa; infalivelmente o seu barco se quebrará e se perderá entre os escolhos.
Tal é, sem dúvida, a origem da fábula das Sereias; mas a imaginação dos poetas criou-lhes uma lenda maravilhosa.
Elas eram filhas do rio Aqueló e da musa Calíope. Ordinariamente contam-se três: Parténope, Leucósia e Lígea, nomes gregos que evocam as idéias de candura, de brancura e de harmonia. Outros dão-lhes os nomes de Aglaufone, Telxieme e Pisinoe, denominações que exprimem a doçura da sua voz e o encanto das suas palavras.
Conta-se que no tempo do rapto de Prosérpina, as Sereias foram à terra de Apolo, isto é, a Sicília, e que Ceres, para puni-las por não haverem socorrido a sua filha, mudou-as em aves.
Ovídio, ao contrário, diz que as Sereias, desoladas com o rapto de Prosérpina, pediram aos deuses que lhes dessem asas para que fossem procurar a sua jovem companheira por toda a terra. Habitavam rochedos escarpados sobre as margens do mar, entre a ilha de Capri e a costa de Itália.
O oráculo predissera às Sereias que elas viveriam tanto tempo quanto pudessem deter os navegantes à sua passagem; mas desde que um só passasse sem para sempre ficar preso ao encanto das suas vozes e das suas palavras, elas morreriam. Por isso essas feiticeiras, sempre em vigília, não deixavam de deter pela sua harmonia todos os que chegavam perto delas e que cometiam a imprudência de escutar os seus cantos. Elas tão bem os encantavam e os seduziam que eles não pensavam mais no seu país, na sua família, em si mesmos; esqueciam de beber e de comer, e morriam por falta de alimento. A costa vizinha estava toda branca dos ossos daqueles que assim haviam perecido.
Entretanto, quando os Argonautas passaram nas suas paragens, elas fizeram vãos esforços para atraí-los. Orfeu, que estava embarcado no navio, tomou a sua lira e as encantou a tal ponto que elas emudeceram e atiraram os instrumentos ao mar.
Ulisses, obrigado a passar com o seu navio adiante das Sereias, mas advertido por Circe, tapou com cera as orelhas de todos os seus companheiros, e se fez amarrar, de pés e mãos, a um mastro. Além disso, proibiu que o desligassem se, por acaso, ouvindo a voz da Sereias, ele exprimisse o desejo de parar. Não foram inúteis essas precauções. Ulisses, mal ouviu as suas doces palavras e as suas promessas sedutoras, apesar do aviso que recebera e da certeza de morrer, deu ordem aos companheiros que o soltassem, o que felizmente eles não fizeram. As Sereias, não tendo podido deter Ulisses, precipitaram-se no mar, e as pequenas ilhas rochosas que habitavam, defronte do promontório da Lucárnia foram chamadas Sirenusas.
As Sereias são representadas ora com cabeça de mulher e corpo de pássaro, ora com todo o busto feminino e a forma de ave, da cintura até os pés. Nas mãos têm instrumentos: uma empunha uma lira, outra duas flautas, e a terceira gaitas campestres ou um rolo de música, como para cantar. Também pintam-nas com um espelho. Não há nem um autor antigo que nos tenha representado as Sereias como mulheres-peixe. Como muita gente atualmente as representam.
Pausânias conta ainda uma fábula sobre as Sereias: "As filhas de Aqueló, diz ele, encorajadas por Juno, pretenderam a glória de cantar melhor do que as Musas, e ousaram fazer-lhes um desafio, mas as Musas, tendo-as vencido, arrancaram-lhes as penas das asas, e com elas fizeram coroas." Com efeito, existem antigos monumentos que representam as Musas com uma pena na cabeça. Apesar de temíveis ou perigosas, as Sereias não deixaram de participar das honras divinas; tinham um templo perto de Sorrento.
[editar] Ino (Leucotéia) e Melicerces (Palemon)
Hera, que não conseguira atingir o jovem Dionisio, perseguiu com a sua cólera so que estavam ligados ao deus. (Ino, filha de Cadmo e esposa de Atamas, fugindo de seu furioso marido, com o filhinho Melicertes nos braços, caiu de um rochedo no mar. Os deuses, compadecidos, transformaram-na numa deusa marinha, com o nome de Leucotéia, e ao filho em um deus, com o nome de Palêmon. Ambos tinham o poder de salvar os homens em naufrágios e eram invocados pelos marinheiros. Palêmon geralmente era representado cavalgando um golfinho. Os Jogos Ístmicos eram celebrados em sua honra. Era chamado Portuno pelos romanos, e acreditava-se que governava os portos e as costas). A morte de Semele, mãe de Dionisio, não lhe bastava. Quis ela ainda golpear Ino, irmã de Semele, que servira de nutriz a Dionisio. Ino orgulhava-se de ser filha de Cadmo e mulher de Atamas, rei de Tebas, a quem dera vários filhos. Hera desceu ao Erebo em busca de Tisífone, uma das Erínias, e ordenou-lhe que afligisse de loucura furiosa Atamas e Ino. A serva de Hera mal entra no palácio faz com que, tanto o rei como a rainha, sintam os terríveis efeitos da sua presença. Atamas, acometido de súbita fúria, corre pelo palácio, gritando: "Coragem, companheiros, estendei as redes nesta floresta; acabo de perceber uma leoa com dois leõezinhos." Põe-se, então, a perseguir a rainha que ele supõe ser um animal feroz, arranca-lhe dos braços o jovem Learco, seu filho, o qual, divertindo-se com o arrebatamento do pai, lhe estendia os braços, e, fazendo-o girar duas ou três vezes, atira-o contra uma parede, esmagando-o. Depois, ateia fogo ao palácio. Ino, tomada de semelhante furor, por efeito da dor que lhe causara a morte do filhinho, ou pelo fatal veneno espalhado sobre ela por Tisífone, dá gritos horríveis, trazendo ao colo Melicerte, e dizendo: Evoé, Dionisio! Hera sorri quando ouve pronunciar o nome desse deus. "Que teu filho, diz-lhe ela, te auxilie a passar o tempo nesse fúria que te possui." À margem do mar, encontra-se um rochedo escarpado, cujo fundo serve de refúgio às águas que o cavaram; o alto está eriçado de pontas e avança bastante para o mar; Ino, a quem o furor dava novas forças, monta sobre esse rochedo e se precipita com Melicerte: as ondas que a recebem se cobrem de espuma e a sorvem. (Ovídio). Afrodite, que era aliada da família de Cadmo por sua filha Harmonia, foi ao encontro de Poseidon e, mediante os cuidados de ambos, Ino e Melicerte, perdendo o que tinham de mortal, tornaram-se divindades marinhas. Ino tomou, então, o nome de Leucotéia e Melicerte o de Palemon. Mal a notícia de tais fatos se espalhou pela cidade, as damas tebanas correram à margem do mar em busca da rainha e, seguindo-lhe as pegadas, chegaram ao rochedo de onde ela se havia atirado. Na aflição que lhes causa tão trágico desfecho, rasgam as vestes, arrancam os cabelos, e deploram as desventuras da infeliz casa de Cadmo, zangam-se com Hera, e censuram-lhe a injustiça e crueldade. A deusa, ofendida com as suas queixas, diz-lhes: "Ides ser vós outras os mais terríveis exemplos dessa crueldade que tanto me censurais." O efeito segue-se à ameaça. A que mais afeiçoada fora a Ino, prestes a lançar-se ao mar, imobiliza-se e vê-se presa ao rochedo. Outra, enquanto fere o próprio seio, sente os braços tornarem-se duros e inflexíveis. Outra, com os braços estendidos para o mar, não mais consegue movê-los. E mais outra, que estava arrancando os cabelos com as mãos, sente que estas, e os cabelos se transformaram em pedra. A maioria sofre mudanças análoga e fica na mesma atitude em que estavam no momento da metamorfose. As demais companheiras da rainha, transformadas em aves, desde então esvoaçam no mesmo lugar e roçam as ondas com a ponta das asas. (Ovídio). Leucotéia e Palemon são divindades protetores dos marinheiros, Leucotéia aparece na Odysséia salvando Ulisses da fúria de Poseidon quando este sai da ilha Ogiggia (antro de Calipso)
[editar] Harpias
Representadas ora como mulheres sedutoras, ora como horríveis monstros, as Harpias traduzem as paixões obsessivas bem como o remorso que se segue a sua satisfação. Na mitologia grega, as Harpias (do grego hárpyia, "arrebatadora") eram filhas de Taumas e Electra e, portanto, anteriores aos olímpicos. Procuravam sempre raptar
o corpo dos mortos, para usufruir de seu amor. Por isso, aparecem sempre
representadas nos túmulos, como se estivessem à espera do morto, sobretudo quando jovem, para arrebatá-lo. Parcelas diabólicas das energias cósmicas, representam a provocação dos vícios e das maldades, e só podem ser afugentadas pelo sopro do espírito. A princípio duas - Aelo (a borrasca) e Ocípite (a rápida no vôo) - passaram depois a três com Celeno (a obscura). O mito principal das Harpias relaciona-se ao rei da Trácia, Fineu, sobre quem pesava a seguinte maldição: tudo que fosse colocado a sua frente, sobretudo iguarias, seria carregado pelas Harpias, que inutilizavam com seus excrementos o que não pudessem carregar. Perseguidas pelos argonautas, a pedido de Fineu, obtiveram em troca da vida a promessa de não mais atormentá-lo. A partir de então, refugiaram-se numa caverna da ilha de Creta.
[editar] Thaumas
Thaumas ,casado com Electra, gerou filhos famosos por sua rapidez, como Iris, mensageira de Hera e deusa copeira que ajudou Afrodite a escapar do campo de batalha troiano após ter sido ferida, e as Hárpias roubadoras de comida, Aello e Okypete.
[editar] Fórcis e Ceto
Fórcis desposou sua irmã Ceto e gerou muitos monstros: as Gréias, as Górgonas, Equidna e a serpente Ládon. As Gréias (Penfredo, Ênio e Dino) são descritas como cinzentas e em forma de cisne tendo um olho e um dente para repartir entre elas. Elas vivem no longínquo leste onde protegem suas irmãs, as Górgonas. Duas destas são imortais, Esteno e Euríale, mas a terceira, Medusa, não era. Após deitar-se com Poseidon ela não gerou filhos da maneira usual. Depois de sua decapitação por Perseu, seus filhos, Pégaso e Crisaor, sairam de seu pescoço. Crisaor casou-se com outra Oceanide, Calírroe, que lhe deu Gerião de três cabeças. Equidna era metade linda mulher metade serpente. Ela desposou Tifon, filho de Gaia e Tártaro. Esse tinha cem cabeças de cobra, barulhentas e lançadoras de chamas, nos ombros. Seus filhos eram: Ortos, cão de guarda de Gerião; Cérbero; hidra; a Quimera e a águia (ou abutre) de Prometeu.