Convento de Santo Antônio (Ipojuca)
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O Convento de Santo Antônio, no município de Ipojuca, em Pernambuco, teve sua fundação em 1606, havendo sido tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1937.
Consta que em 1606, o padre Leonardo de Jesus, ao desempenhar pela segunda vez o cargo de custódio da Província Franciscana no Brasil, promoveu a fundação simultânea dos conventos franciscanos do Rio de Janeiro, Recife e Ipojuca.
Devido a sua importância, foi alvo, durante décadas, de muitas romarias, representando um grande marco do povoamento do município.
Um dos frades mais ilustres, entre os falecidos no convento de Ipojuca, foi o pernambucano João de Santa Ângela (-/1756), autor de quatro teses em latim, todas impressas em Lisboa, nos campos da lógica, física, metafísica e teologia.
É um dos mais antigos do Brasil e o único que possui a imagem de Jesus cruxificado com as mãos para o alto, em uma cruz sem emendas.
Diz a lenda que, em um dia de limpeza, um noviço do Convento quebrou o santo principal do altar-mor e, com medo de ser repreendido, foi à casa de seu tio, um importante comerciante, que morava no Engenho Trapiche, pedir ajuda. Ficou combinado que o tio, que estava para viajar a Portugal, traria dali uma nova imagem; entretanto, em meio a tantos compromissos profissionais acabou se esquecendo da encomenda.
Sem saber o que fazer, o tio do noviço saiu do navio, que o levaria de volta ao Brasil, e se surpreendeu ao se deparar com um vendedor que oferecia a imagem de um Cristo com os braços levantados. Emocionado, o comerciante fez o acordo e voltou ao navio para buscar o dinheiro do pagamento, contudo ao voltar não encontrou mais o vendedor, apenas o santo.
Apesar de trazer consigo o santo, o trabalho não estava terminado, afinal a imagem precisaria de uma cruz. Sem saber onde procurar, o comerciante e seu sobrinho foram às matas do Engenho Trapiche e, novamente, se surpreenderam ao encontrar uma árvore com o formato exato de uma cruz. Depois disso, o Santo Cristo, como a imagem é conhecida, ganhou fama e virou a peça mais importante do acervo do Convento de Santo Antônio.
Em março de 1935, um colossal incêndio tomou conta da construção da Igreja de Santo Cristo, marcando a destruição de esquadrias e mobiliários seculares, porém a imagem do santo com os braços levantados e a cruz resistiram ao fogo. Conta-se, até, que a população local organizou uma corda humana que ligava as águas do Rio Ipojuca às chemas e conseguiu salvar seu estimado santo, sendo este considerado um dois maiores milagres do Santo Cristo. Logo depois, em 1937, o Convento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.