Comunicação/unidade social
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Se tem algum conhecimento sobre este assunto, por favor verifique a consistência e o rigor deste artigo.
Na perspectiva mais recente da teoria dos sistemas autopoiéticos de Niklas Luhmann, a sociedade é entendida como o sistema global de comunicação: é dentro do sistema da sociedade que ocorre a totalidade dos processos comunicatovs comunicação e a sociedade é composta apenas por comunicação. Todo o resto, que não pode ser entendido como comunicação, constitui o ambiente em relação ao qual, ao se diferenciar, o sistema adquire sua unidade.
Os organismos vivos reproduzem a vida a partir da vida pré-existente. Utilizam-se para tanto de elementos ingeridos provenientes do meio externo, mas, em seu interior, os apreendem e transformam de acordo com suas características individuais. E ao final desse processo, produzem e reproduzem a si mesmos.
Reconstruindo essa noção, Luhman teoriza que para os sistemas sociais a comunicação serve de operação de autoprodução. No interior da sociedade, a produção de sentido na lógica de cada subsistema oferecerá elementos futuros para a reprodução da diferença com o ambiente. Na dinâmica interna dos sistemas, um feixe de premissas de experimentação se constitui numa organização estrutural que leva a uma pré-seleção das possíveis relações, entre os elementos internos, que serão admitidas pelo sistema.
Nesse singular entendimento, o homem figura como ambiente para o sistema da sociedade, estando fora dele. Mas a sociedade não existe sem homens, por que o sistema existe na única condição de que ele possa ter um ambiente do qual se distinga. Mas é apenas na auto-referência, definindo o que é comunicação e o que não é, em termos de informações relevantes ou não, que a sociedade se distingue como unidade. Ademais, apenas retirando o homem do conceito de sociedade pode-se conceber que mesmo que a comunicação se dê sem que a totalidade dos indivíduos sempre dela participe, ainda assim ela possa ser universalmente referente.
[editar] Primeira Teoria
Anteriormente, Luhman entendia que o processo comunicativo envolveria não só os sujeitos e as mensagens (informações), mas também a construção social dos signos (unidades formadoras de sentido). Trata-se da semântica social, da relação circular entre a estrutura e a operação construtoras dos signos. Comunicação, portanto, provém da "cotidiana processualidade de sentidos", significa dizer: em sociedades complexas como a nossa, o convívio social é possível devido ao procedimento de seleção dentre alternativas. Comunicar é selecionar, portanto requer identificar a unidade cognitiva (signo). Dar sentido as coisas, ao mundo é um processo de distinção, logo, delimita as possibilidades a serem consideradas.
Ao tratar a comunicação como unidade da vida em sociedade Luhmann se afasta da concepção estruturalista da linguagem (do chamado assujeitamento) como proposto por Saussure e Michel Foucault, bem como se afasta da teoria estruturalista da sociedade como em Talcott Parsons. Explicar a vida social a partir da comunicação permite a Luhmann conceber a teoria dos sistemas autopoiéticos como forma mais adequada de explicação da sociedade, principalmente por sua característica de paradoxo: os dois lados do signo (afirmativo e negativo) estão sempre presentes no signo, portanto, sistema e ambiente (interno e externo)estão sempre conectados e concebidos. Considerar a comunicação como unidade social envolve, também, relacionar aprendizagem e mudança: a vida em sociedade só é possível porque podemos imaginar que as ações podem mudar em situações distintas, portanto estamos em constante mudança construtivismo.