Baixa Grande
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Baixa Grande é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2004 era de 19.829 habitantes. Localizada a 252 Km da capital baiana no piemonte da Chapada Diamantina
UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
O histórico da cidade de Baixa Grande, não foi encontrada em cartório e prefeitura. Segundo o autor, o documento é fruto de uma pesquisa feita no caderno “Baixa Grande Comunidade que Caminha” e foi fornecido pelo primo “Dídimo Ribeiro Soares de 76 anos de idade, um dos últimos ramos da árvore genealógica da família Ribeiro Soares”. Nasceu ele, na fazendo Brejo, propriedade de seus pais Jovaniano Ribeiro Soares e sua Progenitora Ana Borges Novais Soares. Com a morte do avô paterno João Batista Ribeiro Soares, coube por herança, aos pais de Dídino uma parte da fazenda Faceira hoje Urucana, passando eles a residirem lá. Falecendo a mãe de Dídino e ele ficando criancinha os tios Dr. Ângelo Ribeiro Soares e sua Esposa Balbina tomaram-no para criar. Com a idade de 2 (dois) anos morre sua tia criadora. Dídino passa para o poder dos primos e padrinhos. Dr. César Ribeiro Soares e Alice Pamponet Soares. Dídino estudou 5 (cinco) anos na cidade de Rui Barbosa, 12 anos em Salvador Lecionou em escolas públicas e particulares 28 anos. Exerceu o cargo de Secretário da Prefeitura de Baixa Grande 22 anos. Diz Dídino - que os seus padrinhos e criadores, Dr. César Ribeiro Soares e D. Alice Pamponet Soares residente e proprietário da fazenda Caís neste município. Sua tia Júlia Ribeiro Soares Souza Santos, o Coronel João Batista Ribeiro Pamponet ex-dono da fazenda Grande Vista contavam-lhe o seguinte: Um senhor bem jovem de nome José Ribeiro Soares, veio do estado do Piauí, para Camisão (Ipirá) em 1815 com 25 anos de idade. Comprou do município do Camisão a fazenda Moquém e em 1816 constrói matrimônio com a senhora Ana Souza Santos Natural a Cidade de São Gonçalo dos Campos. Deste consórcio vieram-lhe 10 filhos. Tempo depois, ele comprou a fazenda Comuciatá, onde ia toda a manhã, a cavalo e regressava a noitinha. Em sua companhia ia sempre, uma cachorrinha de estima, muito afeiçoada ao seu dono que o acompanhava em todos as suas idas à fazenda. Certo dia anoiteceu nada do senhor José Ribeiro Soares regressar à residência. Os familiares estavam preocupados. De repente, surge a cachorrinha, cansada, um pouco tímida a rodear o pessoal da casa. Esta atitude do animalzinho despertou a atenção de D. Ana a esposa do José Ribeiro Soares que, imediatamente, chamou um de seus escravos e ordenou-lhe ir rápido a fazenda Comuciatá, para localizar seu esposo. Partindo a galope de animal, qual não foi sua triste surpresa em encontrar o patrão morto na estrada no dia 15 de setembro de 1828. Ele foi sepultado no cemitério de Camisão. Este desenlace causou grande consternação na família e a todos que o estimava. Depois de alguns anos, sua esposa D. Ana, veio, a saber, que o assassino do esposo, havia sido um tal José Govea, do estado do Piauí, a que havia se mudado para Feira de Santana. Há suposição de que entre eles havia rixas velhas. O José Ribeiro soares, quando morreu deixou a última filhinha com 02 meses de idade, e o filho mais velho era Manuel Ribeiro Soares, que mais tarde, foi o fundador de Baixa Grande. Este, sabendo que o matador do seu pai já estava residindo em Feira de Santana, veio a Feira, trazendo um de seu escravo o Guilherme. Depois de localizar o criminoso José Gouveia, mandou o escravo Guilherme, vingar a morte do seu pai. O Manoel Ribeiro Soares dizia sempre que nunca esqueceria nem se conformava de ter perdido o bom pai tão tragicamente. A mão, Ana Souza Santos, era uma esposa religiosa, caridosa, querida por todos. Quando os filhos revoltaram, falava em descobrir o paradeiro do assassino do pai, para tirar vingança, ela suplicava, dizendo-lhes que não fizessem isto nunca, que não queria ter um filho criminoso nem vingativo, que era um enorme pecado, que não pensassem coisas ruins, entregasse a Deus que Deus um dia faria a devida justiça.
Esse crime ficou em sigilo. Ela morreu sem saber que seu filho havia vingado a morte do seu pai.
Chagada dos dois moços Pamponet
Certo dia chegou da França, expulsos pela nobreza francesa, na época de Luiz XI, dois irmãos, Manuel Teodoro Pamponet que era farmacêutico e bem rico montou uma drogaria com o nome “Dragaria Pamponet” na cidade de São Felix. Seu irmão Antonio Francisco Pamponet que dizia sofrer de fluxo alérgico, não podia entrar na drogaria que se sentia doente. Resolveu vir para Camissão e comprou perto daqui a fazenda Tingui, reformando totalmente. Esta fazenda mais tarde pertenceu ao seu filho Cel. João Batista Pamponet, pai de Alice esposa do Dr. César.
Passando a cavalo pela fazenda Caís, o Antônio Francisco Pamponet sentiu sede e pediu água para saber, saíram, as moças. A velha mãe Ana Souza Santos era muito educada e democrata. Ele olhou para as moças e falou:
“Nem em Paris vi moças tão bonita!!!...”
pouco tempo depois mandou pedir em casamento a mocinha de 13 anos, chamada Joaquina, que ainda brincava com passarinhos. D. Ana não quis o casamento alegando que o moço era estrangeiro não dava certo e de estrangeiro ninguém sabia nada. O Antonio Francisco Pamponet era muito educado, fez amizade com o irmão mais velho da moça Manuel Ribeiro Soares. Este ponderou e falou assim para a sua mãe: minha mãe Consinta no casamento – A velha disse: ele não fala estrangeiro como pode! Finalmente a velha concordou e, com toda pompa, com muitos dias de festas a e muitos gastos, casava-se na fazenda Caís, no mês de setembro de 1843. Deste consórcio tiveram 8 filhos: João Batista Pamponet, casado com dona Sabrina, tiveram os filhos: D. Maria (Mariquinhas) esposa do Sr. Gil Suzart, tiveram os seguintes filhos: Bianor Pamponet Suzart, Ostilo, Nair, Almerita, Zilda, Jaiá, Balbino.
D. Alice esposa do Dr. César Ribeiro Soares, não tiveram filhos.
O Sr. Joaquim Pamponet, dono da fazenda Careta, pai de uma grande frota, era primo de João Batista Pamponet. E foi assim que as duas famílias Ribeiro Soares e Pamponet se entrançaram.
Vida de Dona Ana Souza Santos
Mulher humanitária, caridosa e por este traço de caráter, faz-se amada dos humildes. A resignação impressa na sua mente e seu coração era o lema na adversidade. Com o desaparecimento trágico de seu esposo José Ribeiro Soares a viúva D. Ana Souza Santos, muito choro e desgostosa não mais morar na sua fazenda Muquêm.
Combinou com os filhos e comprou uma casinha de palha e um mundo de terras que é hoje a fazenda Caís. No ano de 1852 ela reformou, fazendo uma casa grande ao seu gosto. A atual casa do Caís sofreu adversas reformas. Na parede da sala de jantar, Contígua à atual havia um grande confessionário que ocupava toda extensão da parede confeccionada de tábuas estreitas envernizada, cruzadas umas as outras. Um grande tablado colocado na grande sala o lado esquerdo, onde as moças trabalhavam fazendo renda de almofada.
Na parte baixa da casa um grande porão. Mais além na Senzala um tronco para prender os escravos. Um grande cepo de madeira, atrás da porta que da para a sala de visita. Dizem que este cepo o velho Manuel Ribeiro Soares o possuía para quando chegasse algum moço, antes de ele ir recebe-lo, puxava-o com o pe para fechar a porta que dava para sala de visita, a fim de as moças não irem espiar os moços visitantes. Até no ano de 1923 este cepo estava lá. Na capela que ainda existe, o padre Tertuliano, filho de Manuel Ribeiro Soares Celebrou sua primeira missa de ordenado e muitas outras.
D. Ana mandava sempre celebrar missa. Havia batizados, casamentos etc. Contam que nessas missas o pessoal se trajava tão decente como se fosse uma festa na cidade. Mas D. Ana Souza Santos tinha uma promessa de todo mês de setembro ir a igreja de Monte Alegre (atual cidade de Mairi) visitar Nossa Senhora das Dores, santa de sua devoção.
Saia da fazenda Caís com todos os filhos, numa liteira (espesse de carroça com 4 rodas de madeira, um grande acento bem acolchoado, uma cobertura de pano, para protege-la do sol e a chuva) Dona Ana era muito gorda. Este transporte era puxado por dois burros, ou pelos escravos.
Voltando de Monte Alegre (Hoje Mairi) parou na estrada numa baixa, local onde hoje fica o coreto do jardim de Baixa Grande, parou para almoçar; levavam comida pronta. Depois do almoço falou assim para o seu filho mais velho Manuel ribeiro Soares: “Meu filho, já estou velha e cansada de viagar para Monte Alegre, seria tão bom costruirmos aqui, nesta baixa uma capela. O filho replicou: Aqui mãe, nesta baixa, tão grande? Ela respondeu: SIM. Isto foi no mês de setembro de 1855”.
Seguiram a viagem parou o Caís. O filho pensou que sua mãe logo esquecia a idéia. no dia seguinte pela manhã ela disse: Meu filho, Minha Capela naquela baixa que lhe falei! Imediatamente ele reuniu os escravos, mandou-os desbravarem as matas, preparando a área iniciaram a construção da capela. E a velha Ana foi ver o trabalho. Neste momento apareceu o Manequim, irmão de Ana e lhe disse: Minha irmã, isso aqui não dá certo nesta baixa, não dá paz é confusão. O Manequim chamou o Manuel Ribeiro soares e mostrou-lhe uma planice mais além. D. Ana disse: Lá não serve, constrói aqui mesmo meu filho, e ficou impaciente. O filho obediente satisfez a vontade da sua mãe. Manuel, finalmente construiu a capela na baixa grande mesmo e o cemitério ao redor. Neste local encontra-se a atualmente a igreja Matriz de Baixa Grande. Construída a capela no ano de 1860 faltava-lhe uma padroeira. Aconteceu, porém passar pela fazenda Caís uns padresfranceses que estavam pedindo donativos para a construção de um seminário em salvador. Dona Ana pediu-lhe que comprasse uma imagem de Nossa Senhora das Dores para a capela Construída lá na “baixa grande!”. Alguns tempo depois, chega em Feira de Santana um caixote contendo a imagem de nossa senhora das Dores, adquirida na França pela quantia de cinco mil reis, em agosto de 1861. D. Ana Souza Santos ficou radiante e trator de mandar busca-lo. O caixote foi transportado na cabeça de escravos, a pé, de Feira de Santana até a fazenda Caís numa distância aproximadamente 120 quilômetros. Não se sabe ao certo quantos dias levaram nesta penosa viagem Da sede da Fazenda, a imagem foi levada, a pé até o altar da capela de Baixa Grande em procissão, num trajeto que durou dois dias. A capela não podia ficar sozinha. Seu fundador tratou de construir casas. Trazendo gente para morar ali e um padre para assistir a freguesia. Por ser devoto de Nossa Senhora da Conceição, preferiu que esta Santa fosse a Padroeira do povoado. Esta imagem também veio da França. A família Sabak – pelos anos de 1863, chegou aqui o Sr. José Joaquim Sabak acompanhado de sua esposa e uma comitiva de mais de sessenta pessoas vindas de Feira de Santana. Eram Judeus, mal falavam o português e mascateavam miudeza. O velho Manuel soares dói Caís, como era conhecido, os recebeu e apoiou cedendo alojamento para eles e suas mercadorias. A família Miranda – Oriundos das Lavas Diamantina, (Lençóis) chegou no ano de 1873 o casal Inácio Miranda, sua esposa D. Maria Rosa de Queiroz Miranda e seus filhos. Ele grande comerciante era homem calmo e paciente. A família Boaventura – Representada pelo Sr. Manuel Augusto Boaventura Natural de Almas (atual Anguera) distrito de Feira de Santana. A família José Presídio Fegueiredo – Ainda bem jovem o patriarca da família estabeleceu-se em Baixa Grande vindo de Riachão de Jaquípe. Família José Sabino da Silva casado com D. Belardina Pamponet foi grande comerciante. A colonização e o desenvolvimento bem a povoação de Baixa grande deu-se graças a estas desbravadoras famílias que aqui chegaram e se dedicaram ao comércio, a agricultura e a pecuária. D. Ana depois de muitos anos de viúva casou-se com o sr. José Fagundes. Viveu somente 02 anos, teve uma filha chamada Maria Alexandrina conhecida por D. pomba da fazenda Patos, mãe de João de Deus de Souza Santos. Depois de tudo isso D. Ana preparou para morrer. Ela dizia sempre que sua morte seria num sábado e aconteceu mesmo no sábado de sua morte chamou os filhos e disse para Manuel: “Meu filho vou morrer, entrego-lhe minha capela, zele dela e do cemitério e faça tudo que eu queria fazer e não posso mais”. E ele atendeu o pedido de sua mãe. A fazenda “Caís” fica no município de Baixa Grande, e Pertence a D. Alice Pamponet Soares, viúva de Dr. César Ribeiro Soares que lá residiu até sua morte. Ocorrida no dia 1º de outubro de 1976.
A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE BAIXA GRANDE
No ano de 1872 pela Lei Providencial nº 1195 o arraial de Baixa Grande foi elevada a freguesia consagrada a Nossa Senhora da Conceição. O município e a Vila de Baixa Grande foram criados pela Resolução Providencial 2.0502 em 17 de julho de 1885, assinado pelo Presidente Dr. José Luiz de Almeida Cauto e também desmembrado do município de Santana de Camissão. No ano de 1906 por perseguição política do Senador Abraão Cotrim, o município de Baixa Grande foi suspenso de sua sede, transferindo para o povoado de Santa Luzia do Lajedo (hoje Macajuba) com o nome de Vila de Capivari. Em 1910 restaurou-se o município de baixa Grande, desanexando seu território de Capivari. A medida teve lugar devido à veemência com que os habitantes pugnaram pela integração dos direitos Políticos. Em 1912, Baixa Grande volta a distrito único nesse mesmo ano aconteceu a primeira eleição no município tendo sido eleito o Sr. Victor Carneiro da Silva que governou de 1912 a 1916. Em 1931, foi extinto novamente o município de Baixa Grande, incorporado ao território de Monte Alegre (Mairi), onde foi criado a sub-Prefeitura de Baixa Grande até 1933. nesse mesmo ano o município foi desmembrado de Monte Alegre e restaurado o território único, que Bianor Pamponet Suzart foi eleito prefeito, não vencendo o pleito devido à implantação do Regime Ditatorial em 1937, no governo do Presidente Getúlio Vargas.
BIBLIOGRAFIA
O Tenente Coronel da Guarda Nacional – Manuel Ribeiro Soares foi o legitimo fundador da cidade de “Baixa Grande”. O reconhecimento do valor de um homem deve ser propalado. Imitado admiração e recompensado. Manuel Ribeiro Soares, Nasceu a 13 de Março de 1831 na fazenda Muquêm, propriedade de seus pais José Ribeiro Soares e Ana Souza Santos. Fez seus estudos durante 5 anos na cidade de Cachoeira. Era Tenente Coronel da guarda Nacional usava farda, espada e boné, sentia-se orgulhoso em possui-los. Como político era muito compreensível e benevolente. Homem robusto, muito brincalhão, religioso, preocupava-se muito com os menos favorecidos pela fortuna inabalável nas suas convicções. Possuía grande fortuna.
Editado por Ediomário C. Rios http://geocities.yahoo.com.br/bxgrande