Bahá'u'lláh
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Mírzá Husayn-'Alí (Persa:میرزا حسینعلی), que se proclamou Bahá'u'lláh (1817 - 1892) (Árabe: بهاءالله, "A Glória de Deus) foi o fundador da Fé Bahá'í, a mais jovem das grandes religiões mundiais.
Bahá'u'lláh declarou ser ele o cumprimento da profecia Bábí: "aquele que Deus fará manifesto", e portanto "Suprema Manifestação de Deus". A Fé Bahá'í o tem como inaugurador de um novo ciclo profético, posterior aos de Krishna, Abraão, Moisés, Zaratustra, Buda, Jesus, Maomé e Báb.
Bahá'u'lláh foi o autor de vários trabalhos religiosos. Suas obras mais notáveis são o Kitáb-i-Aqdas e o Livro da Certeza (Kitáb-i-Íqán). Morreu em Bahjí, Palestina, atual Israel.
Índice |
[editar] História
[editar] Primeiros anos
Bahá'u'lláh nasceu em 12 de Novembro de 1817 em Teerã, capital do Império Persa. Sua mãe Khadíjih Khánum e seu pai Mírzá Buzurg eram nobres, oriundos da província de Mazandaran, e membros da corte de Alí Sháh, o Xá da Pérsia. Mirzá Buzurg foi vizir do imã Virdi Mírzá, e chegou a ser governador da província de Lorestão.
Quando criança foi educado segundo os ensinamentos do Islã, e destacou-se desde cedo por sua inteligência. Aos 13 anos de idade já discutia intrincados assuntos religiosos com os ulemás e clérigos da corte.
Após a morte de seu pai, Bahá'u'llah, aos 22 anos, foi indicado como sucessor ao cargo de governador pelo novo vizir Haji Mirza Aqasi. Mas Bahá'u'lláh recusou o cargo [1], pois não tinha interesse em assuntos seculares. Afastou-se da corte e de seus ministros e ocupou-se com ações beneméritas, sendo popularmente conhecido como o "campeão da causa da justiça".
Bahá'u'lláh teve três esposas, vivendo em situação de poligamia; seus nomes eram Ásíyih (Navváb), Fatimih (Mahd-i-'Ulya) e Gawhar. Bahá'u'lláh foi o pai de quatorze crianças, das quais apenas sete chegaram à idade adulta. Ao lado de sua primeira esposa Navváb, Bahá'u'lláh, ficou conhecido como o Pai dos Pobres e ela como a Mãe do Consolo, graças à extraordinária generosidade demonstrada aos desfavorecidos.
[editar] Conversão e aprisionamento
Aos 27 anos, Bahá'u'lláh entrou em contato com escritos do líder religioso Báb, que arregimentou seguidores dizendo-se renovador do Islamismo. Bahá'u'lláh aceitou seus ensinamentos, convertendo-se num dos mais entusiastas discípulos de Báb, os bábís. O governo persa detonou uma perseguição contra os seguidores de Báb, vistos como infiéis pelo governo islâmico. Báb foi capturado e executado por um pelotão de fuzilamento.
Dois seguidores de Báb foram posteriormente acusados de tentativa de homicídio contra o Xá; após o incidente a perseguição contra os bábís se intensificou. Baha'ullah, apesar de ser nobre, não escapou a esta sorte, sendo preso e torturado.
[editar] Revelação
Bahá'ú'lláh foi encarcerado numa cela escura, conhecida em toda Pérsia como Síyáh-Chál, A Masmorra Negra. As correntes em volta de seu pesçoço eram tão pesadas que não podia sequer levantar sua cabeça. Na Masmorra Negra Bahá'u'lláh esteve por quatro meses.
Foi nesta mesma prisão que, segundo a Fé Bahá'í, o espírito de Deus encheu sua alma e lhe revelou que Ele era a Manifestação Divina profetizada por Báb, o Mensageiro Supremo de todas as religiões do mundo, A Glória de Deus, o Bahá'u'lláh.
[editar] Exílio em Bagdá
Depois do aprisionamento Bahá'u'lláh foi privado de todas as suas posses. Ele e sua família foram banidos da Pérsia, e percorreram centenas de quilômetros por caminhos cobertos de neve rumo a Bagdá.
Ao chegar a cidade Bahá'ú'lláh continuou a pregar a fé de Báb, em conjunto com outros seguidores exilados. O Báb houvera apontado Mirzá Yahya, meio-irmão de Bahá'ú'lláh, para lhe suceder no comando do grupo. Os bábís enfrentaram então uma crise, porque muitos preferiam a liderança de Bahá'ú'lláh.
[editar] Nas Montanhas do Curdistão
Os conflitos internos foram causa de desunião entre os seguidores do Báb e causaram profunda tristeza em Baha'ú'llah, que deixou sua casa e foi para as montanhas do Curdistão, onde viveu recluso, em estado de oração e meditação, numa pequena caverna e subsistindo de alimentos simples. Na região não se sabia de sua origem, e logo Bahá'ú'lláh ficou conhecido como "Um ser sem Nome", um santo que tinha conhecimento dos assuntos de Deus.
As notícias deste incomum personagem no Curdistão chegaram ao filho mais velho de Bahá'ú'lláh, Abdu'l-Bahá. Ele reconheceu seu pai, e enviou-lhe cartas suplicando que regressasse a Bagdá. Bahá'ú'lláh aceitou, e pôs fim, assim, a um período de separação que durou dois anos.
[editar] O Festival de Ridván
Quando voltou Bahá'ú'lláh deparou-se com um grupo de bábis bastante mais desunido. Durante a ausência de Bahá'ú'lláh 25 pessoas da comunidade declararam ser o Enviado mencionado nas profecias de Báb.
Embora ainda não houvesse anunciado sua revelação, as palavras de Bahá'ú'lláh voltaram a ganhar a lealdade de um rebanho substancial dentre os bábís. Queixando-se repetidas vezes às autoridades do Império Otomano, Mirzá Yahya e o clero muçulmano local conseguiram exilar Bahá'úllah mais uma vez, para Constantinopla.
Em 22 de abril de 1863, Bahá'u'lláh e seus acompanhantes acamparam no Jardim de Ridván, onde permanecereram por doze dias, antes de sua partida para o exílio. O momento de tristeza revelou-se uma ocasião de muita alegria, pois nesta data Bahá'u'lláh relatou a visão que teve durante o cativeiro em Síyáh-Chál, segundo a qual era ele o Mensageiro profetizado por Báb. Esta data é celebrada até hoje por todos os bahá'ís do mundo como o Festival do Ridván, o aniversário da Declaração de Bahá'u'lláh.
[editar] Os Rompedores do Convênio
Bahá'u'lláh permaneceu em Constantinopla por quatro meses, e uma vez mais sua sabedoria atraía um número crescente de pessoas. Logo foi exilado novamente, para Adrianópolis. Durante sua estadia em Adrianopolis, Bahá'u'lláh foi desafiado por Mirza Yahya, que proclamou ser a verdadeira Manifestação divina das profecias. Isto causou uma cisão na comunidade bábí: os seguidores de Bahá'u'lláh ficaram conhecidos como Bahá-í, e os seguidores de Mirza Yahya como Azalís.
Os Azalís conseguiram que Bahá'u'lláh fosse expulso de Adrianópolis. Havia ordens para que fosse exilado em Akká, uma cidade-prisão na Palestina onde passaria seus últimos 23 anos de vida.
[editar] Cartas aos Reis do Mundo
Em Adrianópolis Bahá'u'lláh escreveu cartas a líderes políticos e religiosos, convocando-os a abandonar seus caminhos e dedicar-se ao bem-estar dos povos.
Foram endereçados pelas epístolas:
- Sultão Abdul-Azíz, Rei do Império Otomano
- Alexandre Nicolau II, o Czar da Rússia
- Francisco José, Imperador da Áustria e Rei da Hungria
- Napoleão III, Imperador da França
- Nasser-al-Din Shah, Imperador da Pérsia
- Rainha Vitória, do Império Britânico
- Kaiser Guilherme I, da Alemanha
- Papa Pio IX
De acordo com as tradições Bahá'í todos estes líderes sofreram maldições subsequentemente às epístolas por terem rejeitado os ensinamentos de Bahá'u'lláh, exceto pela Rainha Vitória.
[editar] A Cidade-Prisão de Akká
Akká era largamente conhecida como a pior colônia penal de todo o Império Otomano, e os sofrimentos de Bahá'u'lláh foram exorbitantes. Um ditado popular referindo-se a essa cidade-prisão dizia: "os pássaros que sobrevoassem Akká cairiam mortos tão nauseabundo era o ar". Para Akká eram enviados prisioneiros de guerra, assassinos ou ladrões. Considerava-se essa região como a de pior clima do Império, um lugar repleto de doenças, sem vida, e de água imprópria para consumo. [2]
[editar] Bahjí
Quando, após duas décadas de reclusão, foi libertado (com a morte do sultão Abdülâziz), Bahá'u'lláh pôde viver Seus últimos anos em condições relativamente mais cômodas, na Mansão de Bahjí. Pessoas de todas as partes viajavam e pediam para estar na presença de Bahá'u'lláh, entre elas o orientalista E.G. Browne, que relatou o evento:
Bahá'u'lláh faleceu em 29 de maio de 1892, deixando cerca de 100 volumes entre Livros e Epístolas, sendo o Kitáb-i-Aqdas o Livro mais importante para os bahá'ís. Bahá'u'lláh passou a liderança religiosa para Seu filho Abdu'l-Baha.
[editar] Ensinamentos
Os ensinamentos de Bahá'u'lláh eram considerados revolucionários para o século XIX, especialmente para a Teocracia Islâmica do Império Otomano. Ele pregava igualdade de gêneros, igualdade de raças, liberdade de imprensa e de organização, um único governo mundial, uma lingua auxiliar internacional e a paz entre as nações.
Bahá'u'lláh também pregava que a Ciência é uma genuina ferramenta de busca pela verdade e portanto não faz sentido que a religião entre em conflito com ela. O progresso, tal qual as descobertas científicas, como também o desenvolvimento das artes, é firmemente encorajado. A religião ensina que a verdadeira compreensão está baseada no equilíbrio entre razão, ciência e religião.
A Fé Bahá'í reprova a prática do homossexualismo.
A Fé Bahá'í crê que o mundo será regido no futuro por um governo único, baseado nos princípios da religião.
[editar] Fotografia de Bahá'u'lláh
Existem duas fotografias de Bahá'u'lláh, datadas de 1868. Ambas estão sob a guarda da Casa Universal de Justiça, em Haifa, Israel. A maioria dos seguidores da Fé Bahá'í tem grande reverência à imagem de Bahá'u'lláh e evita vê-la exceto em ocasiões especiais.
[editar] Referências
- ↑ Departamento de História - Universidade de Michigan ((en))
- ↑ A Fé Bahá'í (visitado a 12-12-2006)
- ↑ Loc. cit.