Antropomorfismo
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Antropomorfismo é a forma de pensamento que atribui características e/ou aspectos humanos a Deus, deuses, elementos da natureza e constituintes da realidade em geral. Nesse sentido, toda a mitologia grega, por exemplo, é antropomórfica.
Por outro lado, ao dar nome próprio ao elemento "inefável", após o período de Aurelius Augustus (Santo Agostinho), e sua consolidação no que fora denominado na História da Filosofia de Tomismo - o conhecimento que veio depois dos escritos de Tomás de Aquino -, houve uma eternização deste antropomorfismo no hemisfério ocidental e sua doutrina mestra - o Cristianismo.
O fato de darmos nome próprio a este elemento traz à tona o surgimento de "Deus". E, com base nestas informações, poderíamos dizer que o que temos feito, também, pode ser pensado como um antropomorfismo às avessas (diferente do grego, onde os deuses adquiriam feições e sentimentos humanos).
Às avessas por que? Ora, pelo fato de humanizarmos aquilo que não nos compete. Humanizarmos na medida em que passamos a dar maior vida a este "objeto" que propriamente a nossa vida. Não é à toa que legamos para o pós-morte uma vida que deveria ser vivida "em vida".
Este elemento traz um antromorfismo "de lado", pois, queremos compartilhar com este nome próprio uma vida que deixamos de compartilhar enquanto vivos.
Desde Anaximandro, Demócrito, Heráclito e Parmênides tem-se a busca do inefável, contudo uma busca que não impede que vivamos. A partir do momento em que institucionalizamos esta busca - e isso foi feito com a criação oficial do Cristianismo e sua doutrinação em Constantino, no século IV -, deixamos de nos pensar enquanto seres vivos e pensantes. Damos ao inefável nossa possibilidade de pensar. É como se abríssemos mão de algo tão originário quanto humano.
Infelizmente, o objetivo desta antropomorfização às avessas fora o de sempre: o do subjugo e do andar-para-trás (diria Nietzsche). O homem só poderá adquirir sua humanidade quando souber diferenciar estes "dois" antropomorfismos, sem isso, seremos sempre o que quiserem que sejamos.
Por outro lado, a força que os indivíduos buscam para conhecer o mundo, em sua convivência diária, acaba se mostrando aos mesmos como uma confirmação de falibilidade do corpo humano e sua limitação física. Segundo Feuerbach (1804-1872), os homens criam deuses para confirmar sua fraqueza. Caso algum dia consigamos dominar todos os mistérios da natureza estaríamos assinando o óbito de Deus, é dessa prerrogativa que surgirá a noção de limitação do ser (não foi Nietzsche quem matou Deus, como muitos afirmam; como se percebe o próprio homem mata seus deuses para tentar se sobrepor ao outro, sendo Feuerbach é um exemplo típico disso). Essa limitação vem, somente, para confirmar nossa falibilidade, por isso a presença de uma força maior (ou mesmo a busca dessa força maior) e constante na história dos homens.
A fim de melhor compreender a força das religiões na vida dos homens, faz-se necessário historicizar esta humanidade, neste sentido, o mundo contemporâneo é o melhor exemplo para a codificação desta prerrogativa. Vivemos em um momento histórico bastante conturbado, denominado por alguns estudiosos como pós-modernidade.
E a antropomorfização às avessas é tão-somente a confirmação desta máxima, em que o homem relega seu saber para poder se escravizar ao outro. Desde tempos imemoriais temos buscado esta força que não compreendemos, o que não é de todo ruim. Ruim seria a forma como isso foi apropriado pelo Cristianismo, tirando do homem a sede de infinito, dando-lhe no lugar um mundo que não lhe compete, e sem qual, segundo esta ideologia, ele não conseguiria sobreviver.
Quando o discurso tem mais força que o Homem, estamos colocando o homem num segundo plano. O grande problema de colocar o homem em segundo plano seria: nunca dar-lhe um lugar de existência. É como se sua ontologia existencial não mais fizesse parte de seu corpo físico.
Refere-se a dar característica humanas a animais ou objeto inanimados, usado originalmente em contos morais como os contos de fadas, e posteriores livros infantis como por exemplo Peter Rabbit Criado por Beatrix Potter em 1893. Tem um grande expansão graças a criação do Desenho Animado (veja animação) no final do século XIX e inicio do século XX e com o advento dos grandes estúdios de animação como o de Walt Disney, Warner Bros, Tex Avery e os estúdios dedicados a Televisão como o Estúdio Hanna-Barbera. Atualmente esta expressão tem sido em parte substituída pela expressão Furry. Apesar de em geral estes personagens serem baseados em animais, existem muitos exemplos conhecidos com outros objetos como o Herbie de "Se Meu Fusca Falasse" (The Love Bug, EUA, 1969), que se não tinha forma humana, nem falava, apresentava diversas emoções e vida própria. As características podem ser desde viverem como seres humanos com ou sem estes, ou terem somente a capacidade de fala entre si e de sentir emoções etc... Personagens animais que agem como animais realmente agiriam não são considerados antropomórficos.