Aníbal Cavaco Silva
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Ordem | 18º Presidente (6º da III República) |
Período | 9 de Março de 2006 – |
Predecessor | Jorge Sampaio |
Sucessor | |
Nascimento | 15 de Julho de 1939 Boliqueime - Loulé, Portugal |
Falecimento | |
Primeira-dama | Maria Alves da Silva |
Profissão | Economista |
Partido político | Actualmente sem partido |
Aníbal António Cavaco Silva, GCC (Boliqueime - Loulé, 15 de Julho de 1939) é o actual Presidente da República Portuguesa.
Foi primeiro-ministro de Portugal de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, tendo sido o homem que mais tempo governou em Portugal desde o 25 de Abril. A 22 de Janeiro de 2006 foi eleito Presidente da República, tendo tomado posse em 9 de Março do mesmo ano.
Índice |
[editar] Carreira docente e Banco de Portugal
Cavaco Silva licenciou-se e foi professor no ISCEF (actual ISEG) e doutorou-se em economia na Universidade de York, Inglaterra em 1974. Ao regressar a Portugal, trabalhou sucessivamente no Instituto de Ciências Económicas e Financeiras, na Universidade Nova de Lisboa, na Universidade Católica e no Banco de Portugal. Neste último, foi Director do Departamento de Estudos Económicos.
[editar] Ministro das Finanças e Plano
Cavaco Silva ocupou o cargo de Ministro das Finanças e Plano no Governo de Francisco Sá Carneiro, em 1980, ganhando uma reputação de economista liberal. Após a morte do Primeiro-Ministro num acidente de aviação, recusou continuar no segundo governo formado pela AD (Aliança Democrática), chefiado por Francisco Pinto Balsemão (1981).
[editar] Líder do PSD e primeiro-ministro
Foi eleito presidente do Partido Social Democrata (PSD) a 2 de Junho de 1985 no congresso da Figueira da Foz. A sua eleição ditaria o fim do Bloco Central, do qual nunca foi apoiante.
As eleições gerais seguintes foram complicadas pela chegada de um partido político novo, o Partido Renovador Democrático (PRD), organizado pelo Presidente da República cessante, o General António Ramalho Eanes, pela sua esposa, Manuela Eanes, e por diversos apoiantes. Em 250 deputados que Parlamento tinha na época, o PRD conquistou 45 assentos - à custa de todos os partidos excepto o PSD. Apesar de Cavaco Silva ter conseguido menos de 30% dos votos e apenas 88 deputados, o PSD era o único partido político tradicional a não sofrer perdas substanciais. Cavaco Silva foi empossado como Primeiro-Ministro pelo Presidente Eanes a 6 de Novembro de 1985.
Os cortes nos impostos e a liberalização económica, incluindo privatizações de empresas públicas, deram origem a um crescimento económico apreciável, que fez subir a popularidade de Cavaco Silva. Foi inibido, no entando, por um parlamento controlado pela oposição. Na maioria das votações, o PSD podia contar com 22 votos do Centro Democrático Social (CDS), mas os dois partidos juntos tinham só 110 lugares, menos 16 que a maioria absoluta. O PS e a APU tinham 57 e 38 deputados respectivamente, que não pareciam dispostos a apoiar o Governo. Cavaco Silva poderia governar apenas se os 45 representantes do PRD votassem favoravelmente as suas propostas. No entanto, em 1987, o PRD aprovou, juntamente com o PS e a APU, uma moção de censura ao Governo, provocando a queda do mesmo e forçando o recém-eleito Presidente Mário Soares a convocar eleições legislativas antecipadas.
[editar] Primeira maioria absoluta
Com um resultado que espantou mesmo os seus apoiantes mais optimistas, os sociais democratas de Cavaco Silva conseguiram 50,22% dos votos, e 148 dos 250 deputados. Os segundo e terceiro partidos mais votados seriam o PS, com apenas 60 deputados, e a CDU, com 31. O CDS e o PRD foram praticamente eliminados da vida política, obtendo apenas 4 e 7 deputados, respectivamente. Foi a primeira vez na história da política portuguesa que um único partido assegurava uma maioria absoluta.
[editar] Segunda maioria absoluta
A eleição de 1991 foi outro triunfo para Cavaco Silva, com a maioria absoluta (50,60%). As políticas económicas sofreram a contestação da oposição: Cavaco Silva responderia com uma frase que se tornou célebre, Deixem-me trabalhar, e lançou a sua teoria das forças de bloqueio. De acordo com o governante, aqueles que se opunham, não concordavam ou criticavam as suas políticas faziam parte destas forças. Entre os "bloqueadores" foram incluídos, se não pelo próprio Cavaco Silva, pelo menos ao nível da opinião publicada, o então Presidente da República, Mário Soares, que com as suas Presidências Abertas dava eco a muita da contestação social que se fazia sentir no País, e Sousa Franco, Presidente do Tribunal de Contas e ex-Presidente do PSD, que chumbou muitas vezes as contas enviadas pelo Governo de Cavaco Silva.
[editar] Abandono do Governo e eleição presidencial
Cavaco Silva decidiu não continuar à frente do partido para a eleição de 1995. Num congresso do PSD, foi eleito o seu sucessor, Fernando Nogueira, até aí Ministro da Defesa, mas que no entanto não tinha o seu carisma político. Nas subsequentes eleições legislativas, o PSD perdeu 48 assentos parlamentares, sendo o PS de António Guterres o vencedor.
[editar] Eleições presidenciais de 1996
Única volta (14 de Janeiro de 1996)
Candidato | votos | % | ||||
Jorge Sampaio | 3.035.056 |
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Cavaco Silva | 2.595.131 |
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Jerónimo de Sousa | desistiu | |||||
Alberto Matos | desistiu |
[editar] Nova candidatura
Eu não me resigno |
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No dia 20 de Outubro de 2005, anuncia a sua candidatura às Eleições presidenciais portuguesas de 2006, recebendo o apoio do PSD e do CDS-PP. Os seus adversários foram Francisco Louçã (apoiado pelo Bloco de Esquerda), Manuel Alegre (independente), Garcia Pereira (apoiado pelo PCTP-MRPP), Jerónimo de Sousa (apoiado pelo PCP e PEV) e Mário Soares (apoiado pelo PS). Vence as eleições com 50,59% dos votos na primeira volta, realizada em 22 de Janeiro de 2006.
[editar] Eleições presidenciais de 2006
Candidato | votos | % | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Aníbal Cavaco Silva | 2746689 |
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||||
Manuel Alegre | 1125077 |
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||||
Mário Soares | 778781 |
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Jerónimo de Sousa | 466507 |
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Francisco Louçã | 288261 |
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Garcia Pereira | 23622 |
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Abstenção | 3303972 |
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[editar] Presidência da República
Não tenho dúvidas de que os tempos são difíceis. Mas temos à nossa frente um enorme espaço para o optimismo, que é o espaço da vontade, da coragem e do querer. Tenho orgulho no meu País e na sua História. Por tudo passámos, como Povo. Momentos altos, e até de glória, e momentos de dificuldade e mesmo de angústia. Mas estamos aqui. Quando fez falta – e tantas vezes fez falta – mobilizámos o melhor de nós próprios e conseguimos. Estou certo de que vamos conseguir mais uma vez. |
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Tomou posse, jurando a Constituição, na Assembleia da República, em 9 de Março de 2006, numa cerimónia a que assistiram os ex-Presidentes Ramalho Eanes e Mário Soares, os Príncipe das Astúrias, o Ex-Presidente dos Estados Unidos, George Bush, o Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, entre outras personalidades nacionais e estrangeiras. De salientar que regista para Portugal um facto inédito, de ser o pimeiro Presidente da República, desde 1974, da área da Direita.
O seu primeiro acto oficial foi agraciar o seu antecessor na Presidência da República, Jorge Sampaio, com o grande colar da Ordem da Liberdade.
[editar] Cronologia sumária
Precedido por: Mário Soares |
Primeiros-ministros de Portugal (X, XI e XII Governos Constitucionais) 1985 - 1995 |
Sucedido por: António Guterres |
Precedido por: Carlos Mota Pinto |
Presidente do PSD 1985 - 1995 |
Sucedido por: Fernando Nogueira |
Precedido por: Jorge Sampaio |
Presidentes da República Portuguesa 2006 - presente |
Sucedido por: ' |