Aguçadoura
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Concelho | Póvoa de Varzim |
Área | 3,47 km² |
População | 4 530 hab. (2001) |
Densidade | 1 305,5 hab./km² |
Localização no concelho de Póvoa de Varzim | |
Fundação da freguesia | 1933 |
Orago | Nossa Senhora da Boa Viagem |
Código postal | 4495 Aguçadoura |
Freguesias de Portugal |
Aguçadoura é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 3,47 km² de área e 4 530 habitantes (2001). Densidade: 1 305,5 hab/km².
A sua criação data de 1933 (até esse ano fazia parte da freguesia de Navais), sendo por isso a mais nova freguesia do concelho.
Índice |
[editar] Topónimo
O seu nome deriva de petra aguzadoira (pedra aguçada ou pedra de aguçar ferramentas agrícolas).
[editar] Geografia
Situa-se junto à costa a 6 Km a norte da cidade da Póvoa de Varzim tendo como limites o mar a oeste, e as freguesias da Estela a norte, Navais a este e Aver-o-mar a sul.
A freguesia é constituida por sete lugares: Santo André, Granjeiro, Caturela, Fieiro, Areosa, Aldeia e Codicheira.
Aguçadoura pussui várias praias destacando-se as seguintes: Praia de Santo André, Praia da Codicheira e Praia da Barranha.
[editar] História
A primeira referência histórica a esta povoação aparece na Inquisição de 1258, <<...in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes.>>
A instalação dos primeiros habitantes foi bastante difícil pois Aguçadoura encontra-se praticamente assente em dunas e a contínua agressão das areias movidas pelo vento impedia a fixação das populações.
Só a partir do séc. XVIII a que a povoação tomou alguma importância pois em 1730 já contava com cerca de 25 famílias e em meados do séc. XIX a população era já superior ao resto da freguesia de Navais.
No começo de séc. XX o ambiente entre os habitantes do lugar de Aguçadoura e as autoridades civis e religiosas de Navais começou a tornar-se tenso, devido aos desejos dos Aguçadourenses em formarem uma freguesia à parte.
Os animos chegaram ao rubro quando o Padre de Navais proibiu as celebrações do mês de Maio na capela de Aguçadoura, o que não foi acatado pela população. Este episódio terminaria em confrontos, aos quais até o Padre se juntou, acusando os Aguçadourenses de maçonicos.
Até que em 29 de Setembro de 1933 morre o Padre (Manuel Ribeiro de Castro, que sempre foi o maior opositor à separação de Aguçadoura.
Passado menos de 1 mês, a 24 de Outubro de 1933, o governo pelo decreto-lei 23.164 desse dia decreta a elevação de Aguçadoura à categoria de freguesia, separando-se de Navais à qual sempre havia pertencido.
Diz assim o decreto-lei 23.164 de 24 de Outubro de 1933:
"Tendo em vista a representação dos povos do lugar de Aguçadoura, freguesia de Navais, concelho da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, e as informações favoráveis do respectivo Governador Civil, no sentido de ser criada uma nova freguesia com sede naquele lugar;
Considerando que a freguesia de Aguçadoura consta já do projecto de reforma administrativa, em estudo;
Usando da faculdade conferida pela 2ª parte do nº2 do artigo 108º da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte:
Artigo 1º-É criada no concelho da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, a freguesia de Aguçadoura, com sede na povoação do mesmo nome, freguesia que será desanexada da de Navais, daquele concelho.
Artigo 2º-Os limites da nova freguesia são: ao norte, os limites da freguesia da Estela; a nascente, o caminho de Seixinho, na estrada municipal; a sul, os limites da freguesia de Aver-o-Mar; a poente, o mar.
... "
Contudo a fronteira com Navais à luz deste decreto-lei era muito duvidosa, por isso foi necessário outro decreto-lei para defenir a fronteira. Diz assim o decreto-lei nº29.906 de 22 de Agosto de 1936:
"...
Artigo 1º-Os limites da freguesia de Aguçadoura, do concelho da Póvoa de Varzim, criada pelo decreto-lei nº23.164 de 24 de Outubro de 1933, são: pelo norte, os limites da freguesia da Estela; pelo poente, o mar; pelo sul, os limites da freguesia de Aver-o-Mar; pelo nascente, uma linha que, partindo ao sul, do lugar das Esqueirinhas, entre as propriedades de José Gonçalves do Paço e de Maria Santiago, atravessa o caminho de Prelades, entre as propriedades de Moisés Fernandes Fontes e de Luís Gonçalves Carreira, prolonga-se no mesmo sentido até passar a 40 metros a nascente do cemitério de Aguçadoura, medidos na estrada municipal, segue até cruzar com o caminho da Bouça da Areia, terminando no caminho de Parau, no lugar do Couto, limites da freguesia da Estela.
a)-Em cada um do pontos referidos: Esqueirinhas, caminho de Prelades, estrada municipal, Bouça de Areia e Couto será colocado um marco, ficando as freguesias de Navais e Aguçadoura limitadas pela ligação sucessiva, e em linha recta, dos cinco marcos.
..."
[editar] Demografia
O gráfico seguinte mostra a evolução demográfica de Aguçadoura desde 1940. Não existem dados oficiais anteriores a 1940 devido ao facto de até 1933 Aguçadoura estar incluida na freguesia de Navais.
Nº de habitantes
[editar] Economia
Desde sempre que a principal actividade económica em Aguçadoura foi a agricultura, nomeadamente o ramo hortícola que se tornou predominante nas últimas décadas, sendo hoje um dos principais centros produtores do país.
Os mercados do Grande Porto e do Minho são hoje abastecidos com enorme quantidade e variedade de produtos ali produzidos, destacando-se a cebola, a alface e o tomate.
Esta agricultura próspera e produtiva deve o seu sucesso à transformação de dunas áridas em fertéis terrenos arenosos denominados de campos masseira.
É em Aguçadoura que se localiza a sede da HORPOZIM, associação que representa os horticultores do concelho da Póvoa de Varzim
A par da horticultura e da agricultura tradicional existem também, embora pequena escala, floricultura.
Do mar sai o sargaço que depois de apanhado e devidamente seco é utilizado pelos locais como fertilizante para os seus terrenos, apesar de a sua utilização já não ser tão importante como no passado, devido à utilização de compostos quimícos e orgânicos de origem indústrial.
Do mar de Aguçadoura sai também energia eléctrica, pois foi ali instalada uma central de aproveitamento da energia das ondas em regime experimental. Está previsto para 2007 a instalação de um grande parque de produção de energia das ondas, parque denominado de okeanós.
Apesar de a agricultura ser a principal actividade económica também têm papel relevante, como empregadores, algumas pequenas empresas ligadas à construção civil, comércio e pequenas fábricas de vestuário.
[editar] Sociedade
Actualmente Aguçadoura pussui um leque alargado de organizações nas mais diversas áreas, destacando-se o Grupo Cultural e Recreativo Aguçadourense que é o principal dinamizador cultural e desportivo pussuindo várias secções, destacando-se o atletismo e o karaté; o Aguçadoura F.C que se dedica à pratica do futebol e o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Aguçadoura.
De realçar o papel social da paróquia na vida da comunidade dado que é a ela que se deve a existência de jardins de infância e outros campos sociais, estando actualmente em construção um novo centro social.
[editar] Religião
Apesar de já em 1730 os Aguçadourenses terem pedido para aí se construir uma capela, o que sempre foi negado pelas autoridades religiosas de Navais, só em 1873 isso foi possível sendo nesse ano inaugurada a capela.
Foi então estabelecida como padroeira do lugar de Aguçadoura, Nossa Senhora da Boa Viagem, devido ao facto de que quase todos os seus habitantes terem familiares emigrados no Brasil e em África.
A criação da paróquia é efectuada em 25 de Julho de 1934, quase 1 ano após a criação da freguesia.
No entanto devido ao elevado crescimento demográfico a capela começou a revelar-se pequena para as necessidades da comunidade e em 1952 começou a construir-se uma nova igreja que é hoje a maior de todo o município.
Da antiga capela resta ainda a fachada que pode ser vista em frente à nova igreja.
As festas em honra da padroeira (Nossa Senhora da Boa Viagem) realizam-se todos os anos no último domingo de Julho.
[editar] Património
- Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem
- Fachada da antiga capela
- Campos masseira