Sigismundo II da Polônia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sigismundo II da Polônia | ||
desenho de Jan Matejko |
||
Nascimento | 1 de agosto de 1520 | |
Local | Cracóvia, Polônia | |
Morte | 7 de julho de 1572 | |
Local | Knyszyn, Polônia | |
Sepultamento | 10 de fevereiro de 1574 na Catedral de Wawel, Cracóvia |
|
Coroação | 20 de fevereiro de 1530 | |
Local | Catedral de Wawel, Cracóvia | |
Dinastia | Jagiellon | |
Pais | Sigismundo I o Velho Bona Sforza |
|
Esposas e filhos | com Elizabete da Áustria: nenhum com Bárbara Radziwiłł: nenhum com Catarina da Áustria: nenhum com Bárbara Giżycka: Bárbara Woroniecka |
Sigismundo II da Polônia em polonês: Zygmunt II August; lituano: Žygimantas Augustas (Cracóvia, 1 de agosto de 1520, — Knyszyn, 7 de julho de 1572) foi o filho único de Sigismundo I o Velho, Rei da Polônia e do Grão-Ducado da Lituânia, a quem ele sucedeu em 1548, e de Bona Sforza.
[editar] Títulos reais
- Títulos reais em latim:Sigismundus Augustus Dei gratia rex Poloniae, magnus dux Lithuaniae, nec non terrarum Cracoviae, Sandomiriae, Siradiae, Lanciciae, Cuiaviae, Kijoviae, Russiae, Woliniae, Prussiae, Masoviae, Podlachiae, Culmensis, Elbingensis, Pomeraniae, Samogitiae, Livoniae etc. dominus et haeres.
- Tradução em português: Sigismundo Augusto pela graça de Deus rei da Polônia, grão-duque da Lituânia, das terras da Cracóvia, Sandomierz, Sieradz, Łęczyca, Kuyavia, Kiev, Senhor hereditário da Rutênia, Volhynia, Ducado da Prússia, Mazowsze, Podlasie, Terras Chełmno, Elbląg, Pomerânia, Samogitia, Livônia etc.
Logo no início do seu reinado ele entrou em conflito com a turbulenta szlachta ou baixa nobreza, que já tinha começado a expulsar as grandes famílias do poder. A causa ostensiva de sua animosidade com o rei foi seu segundo casamento, contraído secretamente antes de sua ascensão ao trono, com a bela calvinista lituana, Bárbara Radziwiłł, filha do Hetman Jerzy Radziwiłł.
Mas a corte austríaca e a própria mãe de Sigismundo, a Rainha Bona, parecem ter estado atrás do movimento e tão violenta foi a agitação na primeira dieta de Sigismundo (31 de outubro de 1548) que os deputados ameaçaram romper com o soberano caso este imediatamente não repudiasse Bárbara. Isto ele se recusou a fazer e sua coragem moral associada a sua destreza política fez com que ele vencesse esse primeiro confronto. No ano de 1550, quando ele convocou a sua segunda dieta, iniciou-se uma reação a seu favor e a constante má vontade da baixa nobreza foi duramente repreendida pelo Kmita, o presidente da dieta, que abertamente os acusou de tentar diminuir indevidamente a prerrogativa legislativa da coroa. A morte de Bárbara, cinco dias após a sua coroação (7 de dezembro de 1550), sob circunstâncias de muita dor que levaram a uma suspeita não confirmada de que ela tenha sido envenenada pela Rainha Bona, compeliram Sigismundo a contrair uma terceira união puramente política com a arquiduquesa austríaca Catarina, irmã de Elizabete, a primeira esposa de Sigismundo, que havia morrido com menos de um ano de casada com ele, no tempo em que ele era apenas o príncipe herdeiro. A terceira noiva era doente, antipática e com ela logo Sigismundo perdeu toda a esperança de ter filhos, para seu desespero, já que ele era o último descendente direto masculino dos Jagiellos, a dinastia estava ameaçada de extinção. Ele buscou solucionar o problema tendo relações extraconjugais com duas das mais belas de suas compatriotas, Bárbara Gizanka e Ana Zajanczkowska. A dieta encarregou-se de legitimar e reconhecer como seu sucessor qualquer criança do sexo masculino que viesse a ser gerado por ele. Mas seu desejo não se realizou e o rei morreu sem deixar herdeiro.
Este assunto do casamento do rei era de grande importância política, os protestantes e os católicos tinham igual interesse no caso. Não tivesse sido Sigismundo um bom católico poderia ele muito bem ter imitado o exemplo de Henrique VIII alegando que sua detestável terceira esposa era irmã de sua primeira e conseqüentemente a união não era canônica. Os protestantes poloneses esperavam que ele tivesse essa atitude o que o levaria a romper com Roma, enquanto que os Habsburgos, que cobiçavam o trono polonês, eram contrários a qualquer nova união do rei sem filhos. Até que em 28 de fevereiro de 1572 a Rainha Catarina morre deixando Sigismundo livre para um outro compromisso, mas passados menos de seis meses após esse fato é o rei quem morre. O reinado de Sigismundo foi um período de tumulto interno e expansão externa.
Ele viu a invasão da Polônia pela Reforma e o motim democrático que colocou todo o poder político nas mãos da szlachta; ele viu o colapso da antiga ordem dos Cavaleiros da Espada no norte (que levou a aquisição da Livônia pela república) e a consolidação do poder turco no sul. Ao longo desse perigoso período de transição, Sigismundo foi a mão que com segurança levou o barco do Estado pelos redemoinhos que constantemente ameaçaram afundá-lo. Longe de ser a figura imponente de seu pai, o elegante e refinado Sigismundo II foi sem dúvida um estadista maior que o austero e grandioso Sigismundo I.
Tenacidade e paciência, as características de todos os Jagiellos, ele possuía em um alto grau e ele somou a elas uma ágil destreza e uma astúcia diplomática que ele deve ter herdado de sua mãe italiana. Certamente nenhum outro rei polonês entendeu tão completamente a natureza dos ingredientes que compunham aquele caldeirão de vaidades, a dieta polonesa, como ele fez. Tanto os embaixadores austríacos quanto os delegados papais testificam o cuidado com que ele controlou essa nação tão difícil de se conduzir. Tudo foi como ele desejou, eles disseram, porque ele parecia saber de tudo com antecedência. Ele conseguiu juntar mais dinheiro que seu pai e ganhou a admiração da dieta ao comparecer inesperadamente antes deles usando um simples casaco cinza de um escudeiro masoviano. Assim como seu pai, um pró-austríaco por convicção, ele continuou a levar a nação polonesa nessa direção, sempre desconfiando dos alemães, enquanto evitava qualquer complicação séria com os sempre perigosos turcos.
Somente um estadista genial poderia ter mediado durante vinte anos, como ele fez, entre a igreja e os cismáticos e obtido a admiração de ambos os lados. Mas o mais notável feito de seu governo foi a União de Lublin, que finalmente juntou num só corpo político a Polônia e a Lituânia chamado de a República das Duas Nações ou Rzeczpospolita Obojga Narodów e colocou um fim às vaidades e discórdias de séculos. O mérito desta realização pertenceu unicamente a Sigismundo. Sigismundo II morreu na sua amada Knyszyn em 7 de julho de 1572, com a idade de 52 anos.
[editar] Ver também
Precedido por: Sigismundo I o Velho |
Rei da Polônia 1548–1572 |
Sucedido por: Henrique |