Rio Negro (Paraná)
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"Vista aérea do município" | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Rio Negro é um município brasileiro situado na região suleste do estado do Paraná. Localiza-se a uma latitude 26º06'21" sul e a uma longitude 49º47'51" oeste, estando a uma altitude de 780 metros.
A área total do município é de 604,63km² e a sua população é de 29.939 habitantes. É limítrofe ao estado de Santa Catarina, através do rio Negro, tendo sua sede integrada à cidade vizinha de Mafra, formando um aglomerado urbano de cerca de 80.000 habitantes; fenômeno típico de cidades irmãs, localizadas em margens opostas nos pontos de travessia de rios de grande porte, apresentando uma simbiose no relacionamento sócio-econômico, comportando-se como uma cidade única. A região destaca-se também no setor de transportes, sendo cortada pelo principal corredor de transporte rodoferroviário que liga a Região Sul às demais regiões do País (BR-116 e tronco da América Latina Logística) e ainda pela BR-280. A sede municipal dista 100 km de Curitiba e do Aeroporto Internacional Afonso Pena, os Portos de Paranaguá a 180 km, São Francisco do Sul a 120 km e do Porto de Itajaí a 200 km. Integra a Bacia do Rio Iguaçu, no Alto Iguaçu, sendo na margem direita o rio Negro um de seus principais afluentes e em cuja sub-bacia encontram-se extensas regiões de várzeas inundáveis. O rio Negro, neste trecho, tem qualidade da água avaliada pelo IAP como classe 02, ou seja, pode ser utilizada para o consumo desde que tratada, e liberada para o lazer. A região de Rio Negro caracteriza-se por ter um clima temperado. A temperatura média registrada é de 17º C, a média-máxima é de 28º C e a média-mínima é de 6º C. As geadas são freqüentes e fortes por ocasião do inverno, ocorrendo entre os meses de abril e agosto.
[editar] História
O município de Rio Negro outrora pertencente a São Paulo, como parte integrante da antiga comarca de Paranaguá e Curitiba, hoje estado do Paraná, era habitada nos seus primórdios pelos índios botocudos, que dominavam as matas da encosta marítima da Serra do Mar até o rio Timbó, nas bacias dos rios Negro e Iguaçu ao norte, até o rio do Peixe, na Bacia do Pelotas, ao sul. Esta região era atravessada por tropeiros que conduziam o gado de Viamão, Rio Grande do Sul, à Sorocaba, em São Paulo. Devido aos prejuízos vultuosos e perigos causados pelos difíceis caminhos abertos pelo próprio gado, em 1816 os tropeiros requerem junto a D. João VI a abertura de uma estrada ligando a Estrada do Campo do Tenente (Lapa), no Paraná, à Campo Alto (Lages), em Santa Catarina. O que existia com o nome de "Estrada da Mata" era tão somente uma vereda aberta pelo próprio gado, só trilhada quando necessário. A história de Rio Negro confunde-se com a da “Estrada da Mata”, aonde passavam os bravos tropeiros, conduzindo o gado. Em 1826 é iniciada a construção da “Estrada da Mata”, sendo João da Silva Machado, futuro “Barão de Antonina”, o responsável pela obra e fiscalização dos trabalhadores. Depois dos tropeiros foram chegando os imigrantes a então “Capela da Mata”. A elevação da Capela Provisória à Capela Curada data de 26 de julho de 1828. Rio Negro passou de Capela Curada à Freguesia do Senhor Bom Jesus de Rio Negro em 28 de fevereiro de 1838 e, elevada à Vila, em 2 de abril de 1870. No dia 15 de novembro de 1870 fez-se a primeira eleição de vereadores e a 15 de novembro do mesmo ano deu-se a instalação do Município de Rio Negro, com a posse da primeira Câmara de Vereadores. Em 1916, com o fim da Guerra do Contestado, foi estabelecido o acordo de limites entre Paraná e Santa Catarina, e parte do município de Rio Negro foi desmembrada originando as cidades de Itaiópolis, Três Barras e Mafra.
[editar] Formação administrativa
Freguesia criada com a denominação de Rio Negro (ex-povoado), por lei provincial de São Paulo n.º 17, de 28-2-1938, subordinado ao município de Lapa. Elevado à categoria de vila com a denominação de Rio Negro, por lei provincial n.º219, de 2-4-1870, desmembrado do município de Lapa. Constituído do distrito sede. Instalado em 15-11-1870. Elevado à categoria de cidade, por lei estadual n.º 210, de 01-12-1896. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede. Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído de 4 distritos: Rio Negro, Antônio Olinto, Campo Tenente e Piên. Pelo decreto-lei estadual n.º 6667, de 31-3-1938, o distrito de Antônio Olinto passou a denominar-se Divisa. Pelo decreto-lei estadual n.º 7573, de 20-10-1938, transfere o distrito de Divisa do município de Rio Negro para o de Lapa. Distrito de Divisa voltou a denominar-se Antônio Olinto. Sob o mesmo decreto o município de Rio Negro adquiriu o distrito de Pangaré, do município de Lapa. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de quatro distritos: Rio Negro, Campo do Tenente, Pangaré e Piên. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de quatro distritos: Rio Negro, Campo do Tenente, Pangaré e Piên. Pela lei estadual n.º 4338, de 25-1-1961, desmembra do município de Rio Negro os distritos de Campo Tenente e Piên. Elevado à categoria de município. Pela lei estadual n.º 37, de 13-06-1961, desmembra do município de Rio Negro, o distrito de Pangaré. Para formar o novo município de Quitandinha. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14-V-2001.
[editar] Tropeiros
Em Rio Negro existe o Clube de Tropeiros “Estrada da Mata”, que tem por objetivo resgatar a história dos tropeiros e do município, como surgiram, quais os primeiros moradores, sua etnia e manter um relacionamento de confraternização, amizade e lealdade, preservando os costumes e tradição do tropeirismo.
[editar] Imigrantes
[editar] Os alemães
Em Rio Negro, onde existia um pequeno povoado com o nome de “Capela da Estrada da Mata” com 108 moradores em 1828, localizaram-se famílias alemãs, que teriam embarcado no veleiro alemão Charlote Louise em 30 de junho de 1828, portanto de conformidade com os planos do Governo Imperial em atrair imigrantes europeus ao nosso país. Apesar de terem aportado no Rio de Janeiro em 2 de outubro, somente em janeiro de 1829 chegaram em Antonina, e seu destino foi alcançado em 6 de fevereiro de 1829. (NADALIN, 1969, p.2). Houve duas remessas de colonos alemães para Rio Negro, a pedido do Barão de Antonina que, “para garantir a subsistência própria, tiveram de derrubar as matas, deslocar terras para revolvê-la e plantar o cereal necessário à vida” (CENTENÁRIO, Livro do 1929, p.37). Com a chegada desses colonos, a povoação ganha impulso e cria um movimento notável para a época.
[editar] Os bucovinos
A origem dos bucovinos está na Baviera, sul da Alemanha, de onde emigraram para a Boêmia (atualmente na República Checa) em fins do século XVIII. Em 1838/1840, foram para a Bucovina, hoje território da Romênia. Em 1887 e 1888, imigraram para o Brasil, em duas levas, mais especificadamente, Rio Negro num total de 77 famílias, 377 pessoas onde realizaram as tarefas de desbravamento, a começar pela derrubada das matas para o plantio e estabelecimento de sua cultura. Os bucovinos ocuparam largo setor de atividades econômicas conquistando relativa prosperidade, conservando, porém, algumas características específicas, representadas, sobretudo pela língua, tradições e costumes.
[editar] Os poloneses
Em 1890 Rio Negro recebeu uma grande leva de colonos poloneses destinados à colônia Lucena, então pertencente a Rio Negro. Hoje a antiga colônia pertence ao próspero município de Itaiópolis, Santa Catarina, desmembrado de Rio Negro através do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1916. Os imigrantes poloneses marcaram sua forte presença no município em 1891. Alojaram-se em um barracão, às margens do rio Negro, onde viviam com imigrantes de outras origens em condições precárias. Foram surpreendidos por uma enchente avassaladora, quando o representante dos imigrantes, registrava em cartório um ou dois mortos, todos os dias. Assim as epidemias causadas pós-enchente mataram mais de trezentos imigrantes poloneses, sem contar os que foram mortos por ocasião do Cerco da Lapa, quando lutaram como verdadeiros heróis.
[editar] Pontos turísticos
[editar] Parque Ecoturístico “São Luís de Tolosa”
Antigo Seminário Seráfico “São Luís de Tolosa” restaurado, e transformado em Parque Ecoturístico Municipal em 1997. O Parque oferece: trilhas ecológicas, a Capela Cônego José Ernser (restaurada em 2000), o Anfiteatro Antônio Cândido do Amaral a Cidade de Belém e o Maior Presépio em Palha de Milho (em número de peças), o Centro Ambiental “Casa Branca”, Campo Santo, Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, restaurante, lanchonete, loja de artesanato. Atualmente a Prefeitura está instalada no prédio.
[editar] Ponte Metálica “Dr. Diniz Assis Henning”
A Ponte Metálica erguida sobre o rio Negro foi inaugurada em 22 de novembro de 1896, ligando as duas margens do rio. A ponte foi restaurada e reinaugurada no ano 2000 com o nome de Dr Diniz Assis Henning. Foi construída nos estaleiros da Compagnie Dyle et Baccalan, em Louvain, Bélgica, e levou apenas um ano para ser montada e entregue ao trânsito em 22 de novembro de 1896, no governo de José Pereira dos Santos Andrade. As medidas oficiais da ponte são as seguintes: 71,46m de comprimento, 7,00 de largura e 8,10m de altura, tendo custado aos cofres do estado a quantia de 266 contos, 728 mil e 228 réis. Essas medidas são famosas, pois a ponte é mais curta que os taludes que margeiam o rio Negro. Até hoje não se sabe ao certo qual a razão de tal erro. Alguns dizem que foi erro de engenharia, pois mediram a distância das margens pelo leito do rio, o que parece viável, pois o seu comprimento é exatamente o da largura do rio em época de seca. Outra versão folclórica, a qual deve ter surgido na ocasião da instalação da ponte, é a de que para a Bélgica foram enviadas medidas erradas. Essa versão folclórica apresenta a famosa história da troca das pontes quando então a destinada Segundo tal versão, a ponte que era para ser do rio Negro foi enviada para um rio homônimo existente na África, e a de lá, mais curta, veio parar no Paraná. Não se sabe a verdade. Entretanto, mesmo sendo folclórica, os habitantes de Rio Negro e Mafra preferem acreditar na confusão da remessa, e não no equívoco da engenharia que poderia ter mandado as medidas erradas. Situada em área que é um marco histórico-geográfico de disputas territoriais e de desenvolvimento social e econômico, o tombamento confirma, pelo lado paranaense, o valor da ponte, ao reforçar a cooperação entre os estados justamente sobre um marco de antigos litígios, pois a ponte já é tombada pelo Conselho Estadual de Cultura da Fundação Cultural do estado de Santa Catarina.
[editar] Edifício do Fórum de Rio Negro
Em 6 de janeiro de 1897, Dr. Augusto Leonardo Salgado Guarita transmite ao público a notícia da criação da Comarca, da qual ele era o seu primeiro juiz. Mas, somente trinta e um anos depois, em 08 de janeiro de 1928, foi inaugurado o edifício onde funciona até os dias atuais o Fórum de Rio Negro, localizado no centro da cidade, em frente à Igreja Matriz.
[editar] Menor cemitério do mundo
Encontra-se em Rio Negro o menor cemitério do mundo constando no Guiness Book. O cemitério está localizado na Fazendinha.
[editar] Edifício da Câmara Municipal
Prédio da Câmara Municipal foi inaugurado em 14 de julho de 1889, anos mais tarde abrigou a Prefeitura. Nos dias atuais a está quase abandonado.
[editar] Banco Nacional do Comércio
Inaugurado em 5 de agosto de 1920, foi o primeiro estabelecimento bancário de Rio Negro, situado na então Praça Felipe Kirchner, atualmente Praça Max Wolf Filho. Passou em 2 de janeiro de 1973 para Banco Sul Brasileiro e, em 12 de agosto para o Banco Meridional S/A. Atualmente se encontra instalado o Banco Santander.
[editar] Escola Bucovina
O prédio era sede da antiga escola do Passa Três, na rua Camarista João Hirt, 1279, perto da Ponte do Passa Três. Deverá ser reformado para servir de sede para a Associação Alemã Bucovina de Rio Negro.
[editar] Gruta da Fazendinha
Gruta de Nossa Senhora Com o Menino Jesus nos Braços, a história conta que o Monge São João Maria nas suas caminhadas pela região a utilizava como abrigo. A gruta localiza-se a 20 km do centro da cidade e o acesso é considerado bom, e quanto à tipologia consiste em estrada de terra.
[editar] Paredão – Pirambeira
Uma região tombada pelo município como Patrimônio Científico onde se encontram diversos fósseis, sendo um deles um Bloco Granítico “caído” em sedimento várvico, transportado por geleiras há 280 milhões de anos, com um metro de diâmetro e pesando uma tonelada. A alguns anos atrás foi palco de estudos e de visitantes até do exterior, mas o local hoje encontra-se de certa forma abandonado, localizado em uma estrada pouco usada que liga os bairros do Campo do Gado à Vila Militar.
[editar] Pratos típicos da região
Existem diversos pratos típicos originários da cultura das etnias que colonizaram a região. Com predominância da gastronomia polonesa, alemã, bucovina, italiana e tropeira. Alguns pratos são oferecidos somente por ocasião de festas de casamentos, de igreja ou em ocasiões especiais.