Mosteiro (Oleiros)
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Concelho | Oleiros |
Área | 17,17 km² |
População | 422 hab. (2001) |
Densidade | 24,6 hab./km² |
Código postal | 6160-262 |
Freguesias de Portugal |
Mosteiro é uma freguesia portuguesa do concelho de Oleiros, com 17,17 km² de área e 422 habitantes (2001). Densidade: 24,6 hab/km².
Mosteiro dista 6 quilómetros da sede do concelho.
Mosteiro é freguesia desde 1805 depois de ter sido desmembrada da de Oleiros.
Índice |
[editar] História
Foi um curato da apresentação do grão-prior do Crato até 1834, data em que foi anexa ao patriarcado. O cura vencia uma côngrua de 100 mil réis. O seu primeiro pároco foi Joaquim José Gonçalves. Esta freguesia deve o seu nome à existência no local de um mosteiro edificado durante o século VII e onde, em 1260 e 1261, se celebraram alguns capítulos gerais da Ordem de Malta. Mas, por volta de 1345, já os frades malteses tinham abandonado o cenóbio.
Em 1858, D. João de Amaral e Pimentel descobriu, na parede do cemitério de Mosteiro, uma pedra tosca com uma inscrição latina, cuja tradução é: “MEMORIA PARA SEMPRE - A TRES DE MARÇO DESCANÇOU EM PAZ O SERVO DE DEUS A ... ERA D ... LIIII. EM PAZ DESCANCE”. Segundo D. João “é esta pedra o monumento de maior antiguidade do concelho de Oleiros, que mandamos restituir à igreja de Mosteiro, fechado em uma caixa de madeira com fechadura e chave; sendo entregue ao reverendo pároco da freguesia, que dele passou o recibo. Tenham os reverendos párocos e habitantes daquela freguesia muito cuidado na conservação e guarda daquela pedra; porque é um tesouro precioso de antiguidade, digno de inveja”. Pela leitura e estudo da inscrição da pedra sepulcral, concluiu-se que a mesma era datada do ano de 616. “Evidente pois fica”, diz D. João, “que no sítio onde está presentemente a Igreja de Mosteiro houve no século VII um eremitério ou convento de religiosos; porque de outro modo não se pode explicar aquele monumento, feito sem dúvida por pessoa instruída, que ali não podia ser outra, senão algum religioso”. Esse primitivo cenóbio não seria mais que uma grande capela, como era então usual, e que pelo alvorecer da Nacionalidade se encontrava em ruínas. Sobre elas, em data incerta, terá a Ordem de Malta construído um edifício notável, como parecem atestar os granitos e mármores aí encontrados no século XIX. Diz a tradição que as colunas coríntias que hoje se encontram na nave da igreja matriz de Oleiros pertenciam a este mosteiro, o que, a ser verdade, prova a grandeza do antigo convento. Se em relação às dimensões do edifício apenas se pode conjecturar, já o mesmo não se dirá quanto á sua existência. Como já se viu, sabe-se que aí foram realizados capítulos gerais da Ordem de Malta, os quais só poderiam ter lugar num mosteiro. No seu “Mapa de Portugal”, João Baptista de Castro cita documentos comprovativos da sua realização. Voltando a D. João Pimentel, vemos que o convento se situava “em lugar elevado, com abundância de água, defendido pelo norte por montes e matos impérvios, pelo poente pela profunda ribeira do Moedeiro, e pelo sul pela outra de Oleiros; em comunicação fácil com esta vila, aquele ponto era como a porta dela, onde convinha haver sentinela avançada para defender a passagem de inimigos ou dar grito de alarme. E portanto um convento de Malteses era ali indispensável, e certamente o houve. O que é comprovado ainda pelo nome da povoação, pela tradição, e pela imagem de Nossa Senhora da Vitória, orago da freguesia; que certamente era já a padroeira da igreja do mosteiro. E além disto os belos terrenos do Vale do Souto, que a ordem para si reservou, bem mereciam um convento próximo como este, que os cultivasse e administrasse, o qual ficava à distância de pouco mais de um quilómetro, em sítio elevado e próprio. Que o edifício era considerável, vê-se dos restos dele, da área coberta de pedra de alvenaria, pedaços de telhas e outros indícios de edificação, que é ocupada por um souto antigo, ao nascente da actual igreja”. Existe na igreja matriz de Mosteiro uma imagem de pedra de Nossa Senhora, primorosamente lavrada, tendo na cabeça uma coroa ducal, com o Menino Jesus no braço esquerdo, e oferecendo-lhe com a mão direita uma flor. Contém uma inscrição dizendo que foi mandada fazer em 1472 pelo comendador Francisco Luís. Crê-se que por esta altura já o mosteiro se encontrava totalmente arruinado, o que, provavelmente, terá levado o comendador a oferecer as fortes colunas à igreja de Oleiros. O que muitos perguntam é qual a razão pela qual, arruinado o convento, arrasada a igreja, e transportadas suas colunas para a vila, mandou o comendador fazer uma imagem tão primorosa e cara, para ficar num ermo quase desabitado. Talvez pelo facto de ser imagem de grande devoção desde os primeiros tempos; por exemplo, a Câmara da vila de Álvaro, por voto antigo, vinha todos os anos em romaria visitá-la. Crê-se que o comendador, estando indecente a anterior imagem, mandasse fazer uma nova, edificando para ela capela condigna, a fim de não deixar morrer a devoção, e de não dar ocasião a ser criticado por incúria.
[editar] Vinho
O vinho calum cultivado nesta freguesia, ao longo das margens da ribeira da Sertã, é bastante reputado e merece uma referência especial. Trata-se dum vinho branco, muito ligeiro, de baixo teor alcoolico que por vezes se compara com o vinho verde. A sua produção é no entanto muito reduzida, não chegando aos circuitos de comercialização.
[editar] Cultura
[editar] Localidades da freguesia
- Cavalinho
- Chelhinho
- Colada do Muro
- Mosteiro
- Roqueirinho
- Vale da Fonte
- Vale de Mós
- Vale do Souto