Lago Tanganica
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O lago Tanganica, ou Tanganhica (do seu nome em suaíli Tanganyika) é o segundo maior lago de África e é partilhado pela Tanzânia, República Democrática do Congo, Burundi e Zâmbia.
Está localizado no braço ocidental do Grande Vale do Rift, a uma altitude de 782 m, estende-se por 673 km numa direcção aproximadamente norte-sul – é o lago mais longo do mundo -, com uma largura média de 50 km e tem uma profundidade máxima de 1470 metros (entre 3° 20' to 8° 48' S e 29° 5' to 31° 15' E). Estima-se que este lago seja o segundo mais antigo e mais profundo do mundo, depois do Lago Baikal na Sibéria (e o mais profundo de África). Cobre uma área de 32.900 km², tem uma linha de costa de 1.828 km e uma profundidade média de 570 m; o seu volume é estimado em cerca de 18.900 km³.
Existem quatro áreas protegidas nas suas margens: a Reserva da Natureza de Rusizi, no Burundi (um sítio Ramsar), o Parque Nacional de Gombe Stream (onde se econtram os chimpanzés de Jane Goodall), o Parque Nacional das Montanhas Mahale, na Tanzânia e o Parque Nacional de Nsumbu, na Zâmbia.
Para além de ser um excelente meio de comunicação entre os países e povoações ribeirinhas, o Lago Tanganica é rico em peixes, sendo uma importante fonte de proteínas para os povos da região. Estima-se que cerca de 45 mil pessoas estejam directamente envolvidas nas pescarias, operando de quase 800 centros de pesca; no entanto, pensa-se que mais de um milhão de pessoas dependam desta actividade.
O lago foi “descoberto” pelos europeus em 1858, quando os exploradores Richard Francis Burton e John Speke o atingiram, quando buscavam a nascente do rio Nilo. Speke continuou as suas pesquisas para norte e realmente encontrou uma das suas nascentes, o Lago Vitória.
[editar] Limnologia e pescas
O lago Tanganica tem como afluentes principais o rio Ruzizi, que entra pelo seu extremo norte, trazendo-lhe água do lago Kivu, e o Malagarasi, que é o segundo maior rio da Tanzânia e que entra no lago pela sua margem oriental. Desta maneira, estima-se que a sua bacia hidrográfica cubra cerca de 231.000 km². O principal afluente é o rio Lukuga, mas apenas quando o nível do lago Tanganica é muito alto. O rio Malagarasi é mais antigo que o lago Tanganica e já esteve ligado ao rio Congo.
Devido à sua enorme profundidade e localização tropical, as águas do lago não sofrem a viragem sasonal própria dos lagos das regiões frias e, como consequência, as suas águas profundas são consideradas “água fóssil” e são anóxicas (sem oxigénio).
No lago encontram-se pelo menos 300 espécies de ciclídeos – 98 % dos quais endémicos - e 150 doutros grupos de peixes, a maioria dos quis vive na zona bêntica (junto ao fundo); no entanto, a maior parte da biomassa de peixes vive na zona pelágica (águas abertas) e é dominada por seis espécies – duas de “sardinhas do Tanganica" e quatro do predador Lates (relacionado, mas não a espécie conhecida como perca do Nilo que devastou a ictiofauna indígena do Lago Vitória). O elevado endemismo encontra-se também entre numerosos invertebrados do lago que são conhecidos pela sua convergência com espécies marinhas, especialmente moluscos, caranguejos, copépodes, etc.
A pesca comercial no lago começou em meados da década de 1950 e teve um crescimento rápido até finais dos anos 70, quando parece ter atingido o rendimento máximo sustentável; em 1995 a captura total atingiu cerca de 180.000 toneladas, mas têm-se verificado grandes flutuações inter-anuais (o que é normal em peixes pelágicos). Existem dois projectos internacionais para a gestão das pescarias do Lago Tanganica, um organizado pela FAO e outro pela IUCN e Banco Mundial, para a gestão da biodiversidade.
[editar] Ligações externas
- Alphabeto.it – Lago Tanganica
- FAO - Lake Tanganyika Regional Fisheries Project
- IUCN - Lake Tanganyika – Abundance of Life for Life