Igreja de São Gião
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É um templo visigótico que data o séc.VII, situado no extremo norte da freguesia de Famalicão. É um edifício de uma só nave, sem janelas e sem transepto, com uma tribuna sobre a porta de entrada. O cruzeiro é separado da nave por uma parede com uma porta central e dois vãos laterais, isolando o altar e o coro que corresponde a uma iconostase. É uma pequena igreja monástica associada a contos históricos.
Estávamos na monarquia lusitana, no ano 1597, quando Frei Bernardo de Brito diz ter encontrado a Igreja em bom estado de conservação e o seu orago, S. Gião, tão acentuadamente referenciado no aglolágio visigótico, foi muito venerado pelas gentes da região. Mais acrescentava que tinha visto na zona agreste que rodeava o templo várias lápides com legendas confusas, nomeadamente uma até hoje nunca aparecida, cuja veracidade se põe em dúvida e da qual se inferia que por ali se tinha travado grande batalha ganha pelas legiões romanas do célebre consúl Décio Juno Bruto. No cumprimento de um voto pela vitória alcançada, os romanos teriam levantado no local um templo ou altar dos deuses. Chegaram então os visigodos que teriam desmantelado o templo romano e sobre ele, ou bastante perto, construíram a Igreja de feição cristã, satisfazendo o plano arquitectónico as directrizes dos Concílios de Braga.
A partir do séc. XVIII eram os árabes que estavam instalados naquele território. Das épocas romana, visigótica e medieval têm sido encontrados na quinta de S.Gião vários objectos utilizados pelo homem desses tempos, que estão hoje expostos no Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso. Frei António Brandão, cronista da ordem de Cister do séc. XVII, também dedicou algumas palavras àquela igreja, informando que no tempo do rei português D. Sancho I esta igreja despovoou-se devido à peste que matou religiosos e outros. Este pequeno valioso monumento esteve aberto ao culto de S. Gião até à segunda metade do séc. XVII. Foi nesta época que começou a deteriorar-se e a cair em ruína e em 1702 já servia de curral de gado. Deste modo as ruínas arcaicas foram caindo pedra sobre pedra. Continua sendo, mesmo quase destruído, o monumento mais antigo do género da Península Ibérica, já que segundo testemunhos antigos foi construída entre 656 e 665. Ao abrigo do Decreto-Lei n.º1/86, de 3 de Janeiro, esta Igreja, foi classificada como Monumento Nacional.
A quando da reconstrução para a nova Igreja Paroquial, foi encontrado no subsolo, uma Imagem da Santíssima Trindade de pedra Ançã, datada do século XV ou XVI, proveniente da Visigótica Igreja de São Gião. Esta Imagem foi retirada no séc. XVIII, da Igreja Visigótica, pelo ultimo pároco, que ali se deslocara para celebrar o culto, tendo sido trazida para casa do mesmo, no cimo da Serra. A quando da sua morte, a referida Imagem, foi trazida para presidir á tumba funerária, no interior da Igreja Paroquial. Esta Imagem foi encontrada, como anteriormente foi dito, no ano de 1968, a quando da reestruturação da Igreja Paroquial, embora danificada pela retro-escavadora podemos, ainda, observar a pintura original da Imagem em diversas partes.
Saiba mais sobre este lugar e Monumento da Freguesia de Famalicão, nas Memórias Paroquiais da Freguesia de Famalicão.