George Habash
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George Habash ou George Habache (Lida, 1925/1926) foi o fundador e líder até ao ano de 2000 da organização marxista-leninista Frente Popular para a Libertação da Palestina, conhecida pelo sequestro de aviões durante a década de 70 como forma de atrair atenção para a causa palestiniana. Depois de Yasser Arafat, Habash, conhecido também pelo nome de guerrilha Al-Hakim, é provavelmente o líder político palestiniano mais conhecido internacionalmente.
Habash nasceu em Lida (actual Lod em Israel), pertencendo a uma família de cristãos ortodoxos gregos. Em 1948, quando era um jovem estudante de Medicina, tornou-se refugiado no contexto da criação do estado de Israel. Concluiu os seus estudos na Universidade Americana de Beirute em 1951. Nesta década tornou-se um dos fundadores do Movimento Nacionalista Árabe.
Em Dezembro de 1967 Habash fundou a Frente Popular para a Libertação da Palestina, organização marxista-leninista que também combinava elementos do nacionalismo árabe. A organização advogava a destruição de Israel e a criação de um estado secular na região. Este grupo seria integrado como facção na Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1968, constituindo a segunda maior facção depois da Fatah de Yasser Arafat, tendo recebido apoios da União Soviética e da China, que Habash visitou.
Sob a sua liderança a Frente Popular para a Libertação da Palestina tornou-se internacionalmente conhecida devido ao sequestro de vários aviões. Em Setembro de 1970 membros da organização sequestraram aviões dos Estados Unidos, Israel, Suiça, Reino Unido e levaram-nos para Amã, na Jordânia, onde os explodiram, sem que nenhum passageiro tenha saído ileso. Esta acção faria com que Hussein, o então rei da Jordânia, expulsasse a OLP do seu reino.
Habash proporcionou treino ao famoso mercenário internacional Ilich Ramírez Sánchez (mais conhecido como Carlos, o Chacal), fazendo dele líder da secção de operações europeias da Frente Popular para a Libertação da Palestina no ano de 1973.
Em 1980 Habash ficou parcialmente paralisado devido a erros cometidos durante uma cirurgia ao cérebro.
Em 1988 Habash aceitou a ideia de uma Palestina dividida entre dois estados. Habash foi contudo contra os Acordos de Oslo, assinados entre a OLP e Israel em 1993. Como tal, ele e a sua organização deixaram a OLP. Durante a década de 90 a Frente Popular perdeu terreno face a movimentos religiosos como o Hamas ou a Jihad islâmica.
Devido aos seus problemas de saúde Habash retirou-se da vida pública, demitindo-se em 2000 da liderança da Frente Popular para a Libertação da Palestina. Foi substituído por Abu Ali Mustafa, assassinado em Agosto de 2001 pelas forças israelitas no seu escritório em Ramallah.