Céline
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Louis- ferdinand Destouches, mais conhecido sob o nome de Louis-Ferdinand Céline, ou mesmo Céline, nasceu em 27 de maio de 1894 em Coubervoie e morreu em 1961. Foi escritor e médico.
[editar] Biografia
Nascido em uma família pobre, Céline recebeu uma instrução sumária antes de ir para o exército francês em 1912, onde juntou-se ao 12º regime cuirassiers, regimento que participou nos combates da primeira Guerra Mundial. Por ter realizado uma rota arriscada no setor de Poelkapelle (Flandres Ocidental), no curso da qual foi ferido no braço direito e teve o tímpano rompido por causa do estouro de uma granada, foi condecorado com a Medalha militar, seguidamente da Cruz de guerra. Céline se tornou inválido por causa das seqüelas da sua ferida e foi reformado em 1915. Esta experiência desempenhou um papel decisivo na formação do seu pacifismo e o seu pessimismo.
Após a guerra, deu prosseguimento a seus estudos de medicina de 1920 a 1924 e publicou o "Quinino em terapêutica" (1925). Em seguida, parte para a África por conta da Sociedade das Nações, depois para os Estados Unidos da América, onde integrou o conselho médico da sociedade dos automóveis Ford à Detroit, Michigan, antes de tornar-se médico dos pobres nos subúrbios populares de Paris. É esta parte da sua vida que ele relata através das peripécias de seu anti-herói Ferdinand Bardamu, no seu romance mais conhecido, Viagem ao fim da noite (Voyage au bout de la nuit)pelo qual recebeu o prêmio Renaudot.
Em 1936 escreveu Morte à crédito, apresentando uma visão inovadora, caótica e antiheróica do sofrimento humano. Ao contrário de seus romances, os três panfletos, Bagatelles para um massacre (1938), a Escola dos cadáveres (1938) e os Bonitos panos (1941), mostram-nos um Céline abertamente anti-semita.
Preocupado com a repercussão de seus panfletos, Céline decide de fujir para a Dinamarca, onde dispõe de algumas economias. A sua fuga o conduz à Alemanha, por onde vagueia durante cerca de um ano (episódio que relata em Norte e Rigodon), e particularmente a Sigmaringen, onde são reunidos os dignitários do regime Vichy (episódio relatado em Um outro castelo). Em 1944 sai Guignol' s Band, seguidamente Ruptura-Pipa (1949), e por último, Féerie para outra vez (1959), romances marcado por um ritmo inovador.
Considerado traidor da pátria, foi em seguida condenado a um ano de aprisionamento e declarado de vergonha nacional. Amnistiado em 1951, volta à França, ganhando modestamente a sua vida em um subúrbio parisiense. A notoriedade retorna a ele a partir de 1957 com trilogia alemã na qual relata o seu exílio com um estilo cada vez mais audacioso e muito voltado para a crônica autobiográfica: Um castelo a outro, Norte e Rigodon.
Louis- Ferdinand Destouches morreu em 1961 Meudon (Hauts-de-Seine), deixando viúva a dançarina Lucette Almanzor. Foi enterrado no cemitério do Longo Réages (Meudon).
[editar] Análise da Obra
O seu pensamento niilista é marcado por acentos heróicos-cômicos e épicos e por uma grande força e uma vivacidade. Controvertido, essencialmente por causa de seus escritos anti-semitas, publicados entre 1937 e 1941 - reproduzidos durante a ocupação - Céline tornou-se um escritor maldito que, a despeito do enorme valor de suas obras, não figura entre os escritores mais cultuados da França.
Céline revolucionou o romance tradicional, brincando com os ritmos e sons, no que se chamou de "pequena música". Com o seu vocabulário ao mesmo tempo vulgar e científico, é também dotado de uma terrível lucidez, oscilante entre desespero e humor, violência e ternura, revolução estilística e real revolta.
O seu primeiro romance, Viagem ao fim da noite, constrói-se em torno de dois eixos principais que correspondem às duas grandes partes do romance. O primeiro eixo refere-se à descoberta pelo narrador-personagem de um mundo onde a paz e o amor entre os povos parecem impossíveis: as guerras, a colonização, a exploração industrial, por toda a parte dos homens dominam outros. O segundo eixo, quanto a ele, é um prolongamento do primeiro. Confirma o essencial: "o amor é impossível hoje". Contudo, este tema doravante é explorado mais intimamente. É assim que o casal formado por Robinson e Madelon investe progressivamente o centro narration. Céline disseca então a vontade de dominação e dependência da obra nas relações normalmente idealistas, as relações amorosas. O romance progride assim do general ao particular a fim de verificar um aforismo presente a partir da sua abertura: "o amor, é o infinito posto ao alcance caniches". _ caniches que ser ser humano não poder pretender este ideal abstracto único ser amor devido seu natureza definitivamente bestiale, Céline se junta ao pensamento de Arthur Schopenhauer.
No plano estilístico, a progressão que aparece entre o seu primeiro romance e seu final trilogie é marcada por uma correspondência cada vez mais nítida entre o tempo considerar (ou tempos da ação) e o tempo narração (ou tempos da escrita). É assim que o presente narrador invade o espaço romanesco ao ponto que a ação não parece mais desenrolar-se no passado, mas pelo contrário ao momento mesmo onde narrador escreve. O texto aproxima-se assim progressivamente como a crónica que dá ao seu leitor a impressão que os acontecimentos desenrolam-se "ao vivo", sob os seus olhos.
[editar] Bibliografia
Romances
- 1932: Viagem ao fim da noite. Paris, Denoël & Steele.
- 1936: Morte a crédito. Paris, Denoël & Steele.
- 1944: Guignol' s band. Paris, Denoël.
- 1949: Ruptura-pipa. Paris, F. Chambriand.
- 1952: Féerie para outra vez I. Paris, Gallimard.
- 1954: Féerie para outra vez II, Normance. Paris, Gallimard.
- 1957: De castelo em castelo. Paris, Gallimard.
- 1960: Norte. Paris, Gallimard.
- 1964: Guignol' s band II, ponte Londres. Paris, Gallimard.
- 1969: Rigodon. Paris, Gallimard.
Panfletos
- 1936: Mea culpa. Paris: Ed.. Denoël & Steele
- 1937: Bagatelles para um massacre. Paris: Ed.. Denoël & Steele
- 1938: A Escola dos cadáveres. Paris: ED. Denoël
- 1941: Bonitos os Panos. Paris: Novas Edições Francesas
Com excepção de Mea Culpa, os panfletos não foram reeditados, a pedido do autor.
Outros textos
- 1924: A vida e obra de Philippe Ignace Semmelweis. Rennes: Simon
- 1955: Entrevistas com o professor Lá. Paris: ED. Gallimard
- 1983: Arletty, jovem rapariga dauphinoise. Paris: A flauta de Pano
- 1987: Prefácios e dédicaces. Tusson: Do Lérot
- 1997: História do pequeno Mouck. Edições do Balanço
- 1933: A Igreja. Paris: Ed.. Denoël & Steele
- 1948: Raios e flechas. Paris: ED. F. Chambriand
- 1950: Escândalo às fossas oceânicas. Paris: ED. F. Chambriand
- 1959: Bailados sem música, sem ninguém, sem nada. Paris: ED. Gallimard. Este volume contem os bailados o nascimento fée, Vadio Paul, Corajoso Virginie e Van Bagaden que figuravam já em Bagatelles para um massacre, bem como Raios e flechas e Escândalo às fossas oceânicas.
- 1978: Progresso. Paris: ED. mercúrio da França.
Correspondências
- 1979: Cadernos Céline 5: Cartas à amigas. ED. Gallimard
- 1981: Cadernos Céline 6: Cartas à Albert Paraz 1947-1957. ED Gallimard
- 1984: Cartas ao seu advogado: _ 118 carta inédito Soberano Albert Naud. Paris: A Flauta de Pano
- 1985: Cartas à Tixier: _ 44 carta inédito mestre Tixier-Vignancour. Paris: A Flauta de Pano
- 1987: Cartas à Joseph Garcin (1929-1938). Paris: Livraria Monnier
- 1988: Cartas à Charles Deshayes, 1947-1951. Paris: Biblioteca de Literatura Francesa Contemporânea
- 1989: O questionário Sandfort, precedido de nove cartas inéditas à J.A. Sandfort. Paris: Livraria Monnier
- 1991: Cartas ao N.R.F. 1931-1961. Paris: Gallimard
- 1991: Cartas à Marie Bell. Aigre: Do Lérot
- 1991: Céline e as edições Denoël, 1932-1948. Paris: IMEC
- 1995: Cartas à Marie Canavaggia, 1: 1936-1947. Tusson: Do Lérot
- 1995: Cartas à Marie Canavaggia, 2: 1948-1960. Tusson: Do Lérot
- 1998: Cartas de prisão à Lucette Destouches e de Mestre Mikkelsen (1945-1947). Paris: Gallimard
Biografias
- 1993: ALMERAS, Philippe. Céline: entre ódios e paixão. ED. Robert Laffont
- GIBAULT, François. Céline. Paris: ED. mercúrio da França, (3 volumes).
- 1999: HEWITT, Nicholas. The Life of Céline. A Critical Biography, "Blackwelll critical biographies", Blackwell, Oxford
- 1976: VITOUX, Frédéric. Bébert, o gato de L.-F. Céline. Paris: Grasset
- 1987: VITOUX, Frédéric. Céline. Paris: Belfond
- 1988: VITOUX, Frédéric. A vida de Céline. ED. Grasset
- 1977: Álbum Céline: iconografia reunida e comentada por Jean-Pierre Delfim e Jacques Boudillet. ED. Gallimard, Biblioteca Pléiade
